sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O Brasil alimentando o mundo



Alimentar o mundo
EVARISTO DE MIRANDA
Divida a produção de grãos de um país pelo seu número de habitantes. Se o resultado ficar abaixo de 250 kg/pessoa/ano, isso significa insegurança alimentar. Países nessa situação importam alimentos, obrigatoriamente. E são muitos os importadores de alimentos vegetais e animais em todos os continentes, sem exceção.
O crescimento da população, da classe média e da renda, sobretudo nos países asiáticos, amplia anualmente a demanda por alimentos diversificados e de qualidade, como as proteínas de origem animal.
O mais vendido refrigerante do mundo define sua missão como a de “saciar a sede do planeta”. A missão do Brasil já pode ser: saciar a fome do planeta. E com os aplausos dos nutricionistas.
Em 2015 o Brasil produziu 207 milhões de toneladas de grãos para uma população de 206 milhões de habitantes. Ou seja, uma tonelada de grãos por habitante. Só a produção de grãos do Brasil é suficiente para alimentar quatro vezes sua população, ou mais de 850 milhões de pessoas.
Além de grãos, o Brasil produz por ano cerca de 35 milhões de toneladas de tubérculos e raízes (mandioca, batata, inhame, batata doce, cará, etc.). Comida básica para mais de 100 milhões de pessoas.
A agricultura brasileira produz, ainda, mais de 40 milhões de toneladas de frutas, em cerca de 3 milhões de hectares. São 7 milhões de toneladas de banana, uma fruta por habitante por dia. O mesmo se dá com a laranja e outros citros, que totalizam 19 milhões de toneladas por ano. Cresce todo ano a produção de uva, abacate, goiaba, abacaxi, melancia, maçã, coco...
Às frutas tropicais e temperadas se juntam 10 milhões de toneladas de hortaliças, cultivadas em 800 mil hectares e com uma diversidade impressionante, resultado do encontro da biodiversidade nativa com os aportes de verduras, legumes e temperos trazidos por portugueses, espanhóis, italianos, árabes, japoneses, teutônicos e por aí vai, longe.
À produção anual de alimentos se agrega cerca de 1 milhão de toneladas de castanhas, amêndoas, pinhões e nozes, além dos óleos comestíveis – da palma ao girassol – e de uma grande diversidade de palmitos.
Não menos relevante é a produção de 34 milhões de toneladas de açúcar/ano, onipresente em todos os lares, restaurantes e bares. A produção vegetal do Brasil já alimenta mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, usando para isso apenas 8% do território nacional.
E a tudo isso se adiciona a produção animal. Em 2015 o País abateu 30,6 milhões de bovinos, 39,3 milhões de suínos e quase 6 bilhões de frangos. É muita carne. Coisa de 25 milhões de toneladas!
O consumo médio de carne pelos brasileiros é da ordem de 120 kg/habitante/ano ou 2,5 kg por pessoa por semana. A estimativa de consumo médio de carne bovina é da ordem de 42 kg/habitante/ano; a de frango, de 45 kg; e a de suínos, de 17 kg; além do consumo de ovinos e caprinos (muito expressivo no Nordeste e no Sul), de coelhos, de outras aves (perus, angolas, codornas...), peixes, camarões e crustáceos (cada vez mais produzidos em fazendas) e outros animais.
O País produziu 35,2 bilhões de litros de leite (ante 31 bilhões de litros de etanol), 4,1 bilhões de dúzias de ovos e 38,5 milhões de toneladas de mel, em 2015. É leite, laticínios, ovos e mel para fazer muitos bolos, massas e doces nas casas do maior produtor de açúcar.
Em 50 anos, de importador de alimentos o Brasil tornou-se uma potência agrícola. Nesse período, o preço dos alimentos caiu pela metade e permitiu à maioria da população o acesso a uma alimentação saudável e diversificada e a erradicação da fome.
Esse é o maior ganho social da modernização agrícola e beneficiou, sobretudo, a população urbana. O Brasil saiu do mapa dos países com insegurança alimentar.
Com o crescimento da população e das demandas urbanas, o que teria acontecido na economia e na sociedade sem esse desenvolvimento da agricultura? Certamente, uma sucessão de crises intermináveis.
Era para a sociedade brasileira agradecer todo dia aos agricultores por seu esforço de modernização e por tudo o que fazem pelo País. A Nação deve assumir a promoção e a defesa da agricultura e dos agricultores, com racionalidade e visando ao interesse nacional.
De 1990 a 2015 o total das exportações agrícolas superou US$ 1 trilhão e ajudou a garantir saldos comerciais positivos. A Ásia responde hoje por 45% das exportações do agronegócio brasileiro e a China, sozinha, por um quarto desse montante.
Com a China, um parceiro estratégico para o futuro da agropecuária brasileira, criaram-se perspectivas novas e mútuas para indústrias de processamento, tradings e para investimentos em infraestrutura de transporte, armazenagem e indústrias de base.
A recém-concluída missão de prospecção e negócios de quase um mês por sete países da Ásia, liderada pelo ministro Blairo Maggi, buscou um novo patamar de inserção da agropecuária no comércio internacional.
Acompanhado por uma equipe ministerial e por cerca de 35 empresários de 12 setores do agro, essa missão histórica percorreu China, Coreia do Sul, Hong Kong, Tailândia, Mianmar, Vietnã, Malásia e Índia.
Alimentar o mundo é sinônimo de alimentar a Ásia. Isso exige empreendedorismo, inovação, coordenação público-privada e parcerias de curto e de longo prazos.
Mas o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, juntamente com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, tem uma meta ambiciosa: passar de uma participação decrescente de 6,9% no comércio agrícola internacional para 10%.
E ser capaz, em breve, com tecnologia, sustentabilidade, competência e competitividade, de alimentar mais de 2 bilhões de pessoas.

domingo, 25 de setembro de 2016

Invasões de propriedade e o clero de esquerda



Presidente da Contag defende invasões de propriedade e pede volta do MDA



O presidente da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Broch, defendeu as invasões de propriedade e a violência como "unica forma" de pressionar o governo pela reforma agrária. “O governo só vai atrás de onde tem luta. É o extremo.” disse Broch em entrevista ao programa Direto ao Ponto do Canal Rural. 

Em abril passado, o Secretário de Finanças da Contag, Aristides Santos, também defendeu publicamente as invasões de propriedade em cerimônia no Palácio do Planalto. “A forma de enfrentar a bancada da bala contra o golpe é ocupar as propriedades deles ainda lá nas bases, lá no campo. E é a Contag, é os movimentos sociais do campo que vão fazer isso. Vamos ocupar os gabinetes, mas também as fazendas deles”, disse Santos na ocasião.

Veja a declaração: 
(vídeo)

O ato do Secretário da Contag foi decisivo para a toma de posição do setor rural a favor do impedimento da Presidente Dilma Rousseff. Agora a Contag volta a defender o ato ilegal das invasões de propriedade por meio das declarações de seu presidente.

Broch também pediu a recriação do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) que foi diluído por Michel Temer em sua primeira reforma ministerial. O MDA foi aparelhado pela Contag e o MST na era petista e era utilizado para transferir recursos públicos aos movimentos do campo. Para Broch, a extinção da pasta decorre de "um ranço existente na política brasileira".

A íntegra da entrevista vai ao ar no próximo domingo às 20:30 no Canal Rural.

http://www.codigoflorestal.com/2016/09/presidente-da-contag-defende-invasoes.html#more

Teologia da Libertação – Um salva-vidas de chumbo para os pobres




Leitura obrigatória para os seguidores do GPS do Agronegócio




Desacreditada junto à opinião católica, a “Teologia da Libertação” (TL) procura reviver agora com novas roupagens — como as chamadas teologias negra, indigenista, ambientalista, de “gênero” etc. —, favorecida por inesperados apoios eclesiásticos e publicitários.

Essa reaparição torna atualíssimo o tema do presente livro, Teologia da Libertação – Um salva-vidas de chumbo para os pobres, em cujas páginas o leitor encontrará uma ampla e documentada relação das origens históricas da TL, a sequência dos erros dos quais se nutre, as estratégias que utiliza para se apresentar na Igreja, os altos e baixos de sua trajetória lado a lado com o comunismo; como também para revelar seus nefastos efeitos, piorando a situação daqueles a quem ela presume “libertar”: os pobres da América Latina.
Inclui ainda o detalhe das novas aventuras nas quais a TL se lançou no século XXI, sempre procurando revolucionar a
 Igreja e a sociedade.
Pelo seu excepcional valor didático, apologético e documental, esta obra constitui eficaz antídoto contra o veneno da TL. Sendo assim, certamente contribuirá para precaver os católicos contra as tentativas de fazer ressurgir, metamorfoseada e camuflada, uma corrente revolucionária que tanto dano causou à Santa Igreja, no Brasil e às demais nações-irmãs da América Latina.
Para adquirir essa obra de impactante atualidade, click no link abaixo da Livraria Petrus:


sábado, 24 de setembro de 2016

TCU e a Reforma Agrária



TCU reavalia cautelar que suspendeu o programa de reforma agrária
Medida dará tempo para Incra implementar medidas. De 15 itens que geraram paralisações, nove estão suspensos temporariamente
O Tribunal de Contas da União (TCU) suspendeu temporariamente parte da medida cautelar que paralisou, em abril, o Programa Nacional de Reforma Agrária. À época, o TCU identificou suspeita de irregularidades na concessão de benefícios a 578 mil cadastrados no programa.
Após solicitação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que apresentou um plano de providências ao Tribunal para sanar as irregularidades apontadas, o TCU decidiu suspender por 120 dias os casos que apresentem determinados indícios de irregularidades – de 15 tipos de suspeitas de fraude apontadas, o TCU liberou temporariamente beneficiários enquadrados em nove deles (em apenas um deles o prazo foi maior, de 180 dias, a pedido do Incra).
A suspensão é válida apenas para quem apresentou a situação de irregularidade após a homologação como beneficiário do programa.
A decisão do Tribunal se deu por entender que grande parte dos beneficiários identificados com suspeita de fraude foram classificados dessa forma principalmente por falhas nos cadastros e banco de dados do Incra e não necessariamente por ação do agricultor.
O Tribunal determinou também que seja exigido do agricultor familiar a documentação necessária para comprovação da regularidade com o Programa Nacional de Reforma Agrária para o acesso aos benefícios oriundos da participação nesta política pública, como crédito rural, assistência técnica e outros benefícios.

Por último, o TCU solicitou que o Incra encaminhe para o órgão um relatório mensal atualizado das providências adotadas e resultados alcançados durante a vigência da suspensão da medida cautelar.

Não parece artigo escrito por político do PC do B sobre o Código Florestal



O STF, o STJ e o Novo Código Florestal

Aldo Rebelo*

"Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês" (Gênesis, I, 29).

O Supremo Tribunal Federal (STF) apreciará em breve dispositivos do Novo Código Florestal, em ações de inconstitucionalidade ajuizadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). 

Da mesma forma, chegam ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgados dos Tribunais de Justiça originados de ações do Ministério Público dos Estados. Não obstante as dúvidas do Ministério Público, a Lei 12.651/2012 já reúne efeitos positivos para a natureza, a agropecuária e o interesse nacional. 

Os quatro anos de vigência da norma ocorrem sem retrocessos ou ofensas à Constituição, que em seu artigo 23 orienta o poder público a conciliar a proteção do meio ambiente, a preservação das florestas, da fauna e da flora com o fomento da produção agropecuária e a organização do abastecimento alimentar.

O Novo Código Florestal criou o Cadastro Ambiental Rural (CAR), que agregou, até 31 de junho último, 3,67 milhões de imóveis rurais, uma área de 383.453.328 hectares, ou 96,4% da área da agricultura e da pecuária do País. Já 17 Estados estão trabalhando em seus Programas de Recuperação Ambiental (PRA), como define a lei. 

Desde que o novo código entrou em vigor, o acompanhamento feito pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) não revelou aumento nas taxas de desmatamento no País. Na Conferência do Clima da ONU de 2015, em Paris, a lei foi apresentada como trunfo do Brasil para o cumprimento de suas metas climáticas, tanto por porta-vozes do governo federal quanto de organizações não governamentais (ONGs).

Além de instrumento moderno de gestão territorial, o CAR está levando as propriedades rurais para a legalidade. Depois de se inscrever no CAR e aderir ao PRA, o produtor assina um termo de compromisso. E, portanto, em vez de sanções administrativas, os agricultores são chamados a participar do esforço de preservação, com exigência de prestação de serviços ambientais.

A nova legislação florestal é herdeira das melhores tradições jurídicas de Portugal e do Brasil, desde as Ordenações Manuelinas e Filipinas à independência do País, quando o patriarca José Bonifácio de Andrada e Silva idealizou pela primeira vez o conceito de reserva legal. 

Reúne hoje o consenso de todo o governo federal, como testemunhou a audiência pública do STF conduzida, em abril, pelo ministro Luiz Fux, relator das ações propostas pelo Ministério Público. O Novo Código Florestal foi defendido na sua integridade por representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama.

Atuei como relator do novo código na comissão especial da Câmara dos Deputados criada em 2009 para analisar os projetos de lei que propunham a revisão do Código Florestal, cuja primeira versão data de 1934. 

O esforço para harmonizar essa legislação nos conduziu à realização de mais de 200 audiências públicas e privadas. A comissão deteve-se demoradamente no exame do código, ouvindo ambientalistas, agricultores, criadores, pesquisadores, ONGs, juristas e gestores ambientais.

O extenso debate no Parlamento construiu amplo apoio político ao projeto. Os principais partidos, do governo e da oposição, votaram majoritariamente na proposta. A primeira versão do Novo Código Florestal foi aprovada na Câmara por 410 votos contra 63; no Senado, por 59 a 7.

A lei constitui, portanto, o pacto possível para assegurar aos produtores rurais a legalização de suas atividades com as respectivas garantias de proteção do meio ambiente e da natureza. O novo código equilibra a atividade produtiva, respeita o meio ambiente e oferece segurança social e jurídica a milhões de pequenos produtores, em troca de serviços ambientais.

Especialmente o artigo 68 estabelece que as obrigações dos agricultores fiquem submetidas à lei, ou seja, às exigências da época em que as propriedades foram abertas. O camponês não poderá ser multado no século 21 pela remoção de vegetação nativa da área rural feita no governo de Martim Afonso de Souza ou de Duarte Coelho, no século 16.

Com efeito, a revogação de parte do código proposta pelas ações de iniciativa do Ministério Público e de ONGs no STF, no STJ e nos Tribunais de Justiça retira a eficácia da lei, depois de quatro anos de vigência, e anula toda a segurança jurídica, social e ambiental construída até agora. Leis estaduais já em vigor correm o risco de ser revogadas, prejudicando o trabalho de cadastro já concluído de milhões de propriedades rurais.

Essas ações também ameaçam diretamente cerca de 4,6 milhões de pequenos agricultores, que representam 89% dos estabelecimentos agropecuários e ocupam 11% do território nacional.

A troca de critérios objetivos para definir pequenos produtores, como reivindicam, pode resultar no desaparecimento deles, que contribuem com 50% para o valor da produção agropecuária nacional (Censo 2006). Diante da nova situação, milhões de pequenas propriedades não teriam como sobreviver.

A agricultura e a pecuária são elementos fundadores da identidade nacional. Ajudaram a formar a cultura, a música, a culinária, o idioma e a psicologia do nosso povo. 

Em meio às grandes dificuldades econômicas, a agricultura e a pecuária seguem criando empregos, ampliando a riqueza do País e assumindo imensa responsabilidade no equilíbrio da balança comercial do Brasil.

Os tribunais superiores certamente saberão julgar as dimensões democráticas, sociais, culturais, econômicas e ambientais contidas na avançada legislação florestal brasileira.

*Jornalista, foi ministro de Estado, presidente da Câmara dos Deputados e re lator do Novo Código Florestal


Para entender  melhor este problema leia o livro Psicose Ambientalista





quinta-feira, 22 de setembro de 2016

PIB do Agronegócio do Brasil avança...



 ... 2,45% no 1º semestre, diz CNA


O PIB do Agronegócio brasileiro cresceu 0,62% em junho e registrou alta de 2,45% no primeiro semestre deste ano, em comparação com o igual período de 2015, segundo dados da CNA e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada.
O crescimento semestral se deve principalmente à alta na cadeia produtiva da agricultura, que registrou avanço de 3,64%.
Todos os setores do agronegócio tiveram avanços no primeiro semestre, mas o setor primário se destacou, com expansão de 3,05% atribuída à alta dos preços agrícolas, o que compensou a queda na produção, especialmente de soja e milho, afetada pela seca.
Já o PIB da Agroindústria registrou alta de 2,28% no primeiro semestre de 2016 em comparação com o mesmo período de 2015, principalmente devido à indústria de processamento vegetal, que teve aumento de preços no semestre.
Os serviços, que incluem a comercialização e distribuição de produtos primários e agroindustriais, também tiveram alta de 2,27%. O setor de insumos também cresceu 1,84%, impulsionado pela indústria de rações, segundo o CNA e Cepea.
A cadeia produtiva de pecuária registrou um recuo de 0,14% no PIB, puxada pela retração nos setores primário, industrial e de serviços.
(Por Laís Martins)




terça-feira, 20 de setembro de 2016

Temer cancela envio de bilhões para Cuba


Luz no final do túnel? Tomara!






 Temer cancela envio de bilhões para Cuba


Uma das primeiras medidas tomadas pelo Presidente Michel Temer (PMDB) foi acabar com o envio de recursos para países aliados ao PT e que são conhecidos por suas ditaduras, disfarçadas de democracia. Cuba é um exemplo. Enfim, 'acabou a farra', disse Temer. 

A interrupção de envio do dinheiro para Cuba é uma de suas primeiras medidas. Estão cancelados o envio de bilhões de reais à Cuba, num repasse com a 'desculpa' de fazer parte do programa 'Mais Médicos'. Recursos destinados pelo BNDES, a 'caixa-preta' do PT.

Implantado pelo governo Dilma há três anos, o programa Mais Médicos prevê o repasse de cerca de 60% dos rendimentos dos profissionais ao governo cubano. Com a revisão do programa pelo novo governo do PMDB, os profissionais de saúde passarão a receber somente os seus salários e o 'complemento' não será mais enviado ao governo dos irmãos Castro.

O futuro governo deverá rever os contratos com os médicos cubanos, visando assegurar-lhes também os direitos profissionais e uma remuneração adequada. Descobriu-se também, que com a anuência de Dilma Rousseff, cerca de 50 'espiões' cubanos foram enviados ao Brasil para "fiscalizar" os profissionais e estes deverão ser extraditados.

Dados disponíveis no site do Fundo Nacional de Saúde revelam que o governo brasileiro já repassou bilhões de reais ao governo cubano ao longo dos últimos três anos. As transferências são realizadas em nome da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), e envolve uma operação considerada ilegal, já que há um contrato entre o governo brasileiro e a entidade que omite a relação com o governo dos irmãos Castro.

Há pouco mais de um ano, o Jornal da Band denunciou uma trama entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas) para acobertar a intenção de favorecer a ditadura cubana por meio do Programa Mais Médicos.

O cancelamento destes recursos é um dos motivos para o governo cubano afirmar que não reconhece o novo governo de Michel Temer como presidente. A farra com o dinheiro público acabou.

Reportagem da REDE GNI com informações do site Pensa Brasil e confirmados pela assessoria do Palácio do Planalto.


sábado, 17 de setembro de 2016

“Momento triste”, ou de alívio no Brasil?



“Momento triste”, ou de alívio no Brasil?
Gonzalo Guimaraens – Destaque Internacional (*)

Entre os brasileiros, o alívio ocorreu porque o impeachment de Dilma significou uma interrupção de 13 longos anos de hegemonia do PT, durante os quais a esquerda governante promoveu no Brasil uma destruição sem precedentes do ponto de vista moral, político e econômico.
Uma carta particular do Papa Francisco chegou às mãos da presidente Dilma Rousseff poucos dias antes de seu impeachment pelo Senado Federal. A missiva também chega num momento em que o PT naufraga no descrédito, na corrupção e em seu fanatismo ideológico pró-castrista.

Não foi em vão que a revista esquerdista “Carta Capital” comentou: “Qualquer um percebe que se trata de um apoio” do Pontífice a Dilma Rousseff. O Papa Francisco, talvez não satisfeito apenas com esse apoio, declarou que o Brasil está passando por um “momento triste”.
Com todo o respeito à figura do Papa, não parece, nesse contexto, deixar muita margem a dúvidas o sentido da expressão “momento triste”, utilizada por ele. 
Com efeito, o impeachment da Presidente Dilma constituiu um dos maiores reveses sofrido na história das esquerdas brasileiras e latino-americanas. É propriamente um “momento triste” para as pessoas de tal orientação ideológica. 
Em sentido contrário, constituiu um alívio para a maioria dos cidadãos que defendem a liberdade dentro e fora do Brasil.
Neste, o alívio ocorreu porque o impeachment de Dilma significou uma interrupção de 13 longos anos de hegemonia do Partido dos Trabalhadores, durante os quais a esquerda governante promoveu nesse gigantesco País uma destruição sem precedentes do ponto de vista moral, político e econômico, com o triste recorde de 12 milhões de desempregados, níveis inéditos de corrupção e recessão.
No exterior, o alívio foi sentido porque o governo PT, durante os dois mandatos presidenciais de Lula e um mandato e meio de Dilma, apoiou de todos os modos possíveis, especialmente financeira e politicamente, os regimes de Cuba comunista e da Venezuela chavista, além de outros regimes de esquerda da região, incluindo o Equador, a Bolívia e a Nicarágua.
Os ditos e fatos acima mencionados parecem confirmar uma vez mais o caminho pró-esquerda no qual o Papa Francisco vem transitando no plano político, social e econômico. 
Quase desde o início de seu pontificado, a agência “Destaque Internacional” vem lhe dedicando numerosos editoriais, de modo ao mesmo tempo crítico e invariavelmente respeitoso, apontando outros exemplos concretos de seu favorecimento da esquerda.
Neste momento de tristeza para as esquerdas e de alívio para os que amam a liberdade, “Destaque Internacional” recomenda vivamente a leitura de dois artigos de autoria dos analistas brasileiros Adolpho Lindenberg e Péricles Capanema.
O artigo do primeiro aborda a estratégia de caos que vem sendo adotada por minorias esquerdistas barulhentas e organizadas após a destituição de Dilma Rousseff. Para lê-lo, click no seguinte link:
Para ler o segundo artigo, que analisa em profundidade o atual contexto brasileiro e o comentário do Papa Francisco a respeito do aludido “momento triste” pelo qual passaria o Brasil, click no seguintelink:
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(*) Fonte: Notas de “Destaque Internacional”. Documento de trabalho, em 10 de setembro de 2016. Este texto, traduzido do original espanhol por Paulo Roberto Campos, pode ser divulgado livremente.


sábado, 10 de setembro de 2016

Temer: desista de conquistar adversários


Não subestimem

Péricles Capanema

Vou começar pelo fim, a surpresa, comum, vale mais que o conhecimento; este virá, a seu tempo. Não subestime, fuja dos otimismos como da peste, não se deixe embeiçar pela (tantas vezes) balela da pacificação. 

Firme alianças com amigos, desista de conquistar adversários, pelo menos parte deles. São como serpentes sopitadas pelo frio. Esquente-as, ao recobrar movimentos, o que primeiro farão será picá-lo. Acabou a introdução.

Veja isto. Em 5 de maio de 1789, os Estados Gerais (ou Ordens) se reuniram em Versalhes. Cerca de 600 deputados do povo (o Terceiro Estado ou Ordem, se quisermos), 300 da nobreza (Segundo Estado) e 300 do clero (Primeiro Estado). 

Em 17 de junho os deputados do Terceiro Estado se rebelaram, declararam-se em Assembleia Nacional, exigiam a Constituição. Em 24 de junho a grande maioria dos deputados do clero os apoiou. No dia seguinte, 50 deputados da nobreza se uniram ao grupo, já majoritário. Em 27 de junho, Luiz XVI convidou seu “fiel Clero” e sua “fiel Nobreza” a se juntar aos deputados do Terceiro Estado.

E então a Assembleia Nacional se proclamou Assembleia Nacional Constituinte com o objetivo de dar à França uma carta estável, garantidora de direitos, democrática, progressista. Os acontecimentos se precipitaram rumo à revolução. 

Poucos dias depois, 12 de julho, os líderes revolucionários, açulados pelas vitórias, tendo como massa de manobra agitadores exacerbados, foram até a fortaleza da Bastilha. Ali houve combate. O governador, marquês de Launay, ordenou cessar fogo tranquilizado pela promessa de que ele e seus soldados teriam a vida salva. 

Acordo logo descumprido, o marquês foi linchado e os revolucionários passearam com sua cabeça fincada numa lança pelas ruas de Paris. Manhã de 14 de julho de 1789, a Bastilha estava nas mãos dos insurrectos. Na tarde, o duque de Liancourt avisou Luiz XVI, que perguntou apalermado: “É uma revolta? Respondeu o duque: “Não, Majestade, uma revolução”. 

O rei não levou a sério o duque. Às 18 horas, ordenou às tropas, abandonar Paris. A monarquia caiu em 21 de setembro de 1792. O monarca perdeu a vida, guilhotinado em 21 de janeiro de 1793. Sua mulher, a rainha Maria Antonieta, teve a cabeça cortada em 16 de outubro de 1793. O filho, seria Luiz XVII, de 1785, morreu na prisão, provavelmente em 1795. A filha Maria Teresa, de 1778, conseguiu escapar, foi a duquesa de Angoulème, falecida em 1851. 

Constituições? Uma em 3 de setembro de 1791, outra em 24 de junho de 1793, uma terceira em 22 de agosto de 1795, a quarta foi de 13 de dezembro de 1799, logo a seguir outra de 2 de agosto de 1802, mais uma de 18 de maio de 1804. O Terror pelo meio. 

Na França se consolidou a ditadura bonapartista, com a sequela de guerras sem fim. Quantos perderam a vida nas matanças? Estimativas variam, algumas chegam perto dos cinco milhões. Ah, faltou uma constituição, a Constituição Civil do Clero, de 1790, que confiscou os bens imobiliários da Igreja e tornou os sacerdotes funcionários do Estado.

Aqui começo à vera o artigo. Na China, perguntado sobre as agitações de rua no Brasil, o presidente Michel Temer deu o tom da resposta do governo: “São pequenos grupos, parece que são grupos mínimos, né? As 40 pessoas que estão quebrando carro? Não tenho numericamente, mas são 40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso. 

Agora, no conjunto de 204 milhões de brasileiros, acho que isso é inexpressivo”. A seguir, em outro episódio, repete o amadorismo inconsequente. Cercado de ampla publicidade entrou numa loja chinesa para comprar um par de sapatos. Gastou aproximadamente R$389,00. Sentadinho satisfeito, só de camisa experimentando os sapatos mostram fotos suas publicadas por toda parte na China e no Brasil. 

A visita de Temer àquele país teve entre os objetivos ampliar vendas de produtos made in Brazil. Claro, reagiram consternados e incrédulos os calçadistas brasileiros, impiedosamente atingidos pela concorrência chinesa. DaAbicalçados recebeu um par de sapatos nacionais grátis, "para que possa verificar a qualidade", disse seu presidente Heitor Klein. Temer gastou ainda aproximadamente R$195,00 em um agrado para o filho, um cachorro eletrônico. Desagrado igual na indústria de brinquedos.

Outras na mesma rota que, não depende de mim, é incoercível, representam autodemolição. Em estratégia para se aproximar dos movimentos sociais, o governo promoveu reuniões com grupos ligados às questões da terra (MST e movimentos afins), noticiou o Estadão. Eliseu Padilha, na Folha, afirmou que o governo ia separar a luta política dos protestos. 

Vamos à distinção artificiosa: luta política, ouvidos moucos, coisa para os partidos da base aliada; protestos com pauta, outra coisa. “Quando for protesto com uma pauta de reivindicação, como a reforma agrária, vamos chamar estas pessoas para conversar no Palácio do Planalto, ouvi-los e buscar uma negociação", afiançou Padilha. 

Exemplo, a conversa que teve e mais quatro ministros com representantes do MST. O governo comemorou o fato: "Ficamos mais de três horas conversando com estas lideranças do grito dos excluídos, e acertamos um encaminhamento de negociação". A reforma agrária é um desastre, torra dinheiro público num misto de roubalheira, incompetência e coletivismo. 

Não melhora a situação da gente do campo, espanta investimentos. Não tem importância, é xodó das esquerdas, tumor de estimação a ser nutrido com cuidado. Até que intoxique o corpo inteiro. O gesto foi aceno amigo para as lideranças extremadas abrigadas no MST, FNL, CUT, MTST. 

Deus queira, vou repetir, que o futuro não escancare, foram mais alguns episódios de tática suicida, no mínimo amadorismo insensível às consequências, embaído pelo engodo da pacificação.

Outra. Michel Temer em 7 de setembro tomou vaia de plateia muito próxima ao palanque oficial, isto é, estava ali porque o governo lá a havia colocado. A colunista Eliane Cantanhêde procurou verificar o fato estranho e encontrou explicação desconcertante:

 “[As vaias] partiram de 120 convidados da USP. O convite à universidade é tradicional, mas o governo mudou, esqueceu de atualizar a lista de convites e instalou o inimigo ao lado da tribuna de honra – onde estavam Temer e Marcela”. E exemplifiquei com poucos fatos, a lista é grande.


Por que comento tais fatos? Treze anos de PT arrebentaram o Brasil. O governo tem condições de restaurar parte do estrago, já é muito, se parar de dar tiros no pé.

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Escolas do PT ensinam o marxismo caduco ...


Única escola que funciona no país é a de samba
Josias de Souza

Saíram os resultados do principal indicador da educação básica no Brasil, o Ideb. Eles revelam um desastre. O Brasil não conseguiu cumprir as metas dos ensinos fundamental e médio. 

Confira aquiaqui e aqui. Divulgado a cada dois anos, o Ideb leva em conta o rendimento escolar e o desempenho dos alunos em testes de português e matemática. Um fiasco.

Em tempos de Lava Jato, a desgraça potencializa a sensação de que o país já não está à beira do abismo. Escorregou para dentro da cratera. O descalabro educacional é a própria vivência do abismo.
Na seara moral, o Brasil já deixou de ser o país do futuro para tornar-se o país do faturo. Na área educacional, é o país do passado. A matemática do ensino médio, por exemplo, registrou o pior resultado desde 2005. Retrocedeu, em vez de avançar.

Deve-se cuidar agora para não adicionar ao descalabro o absurdo de transferir a culpa para os estudantes. O problema está no sistema educacional que não consegue ensinar. 
No Brasil, a única escola que evolui diante dos olhos de todos é a escola de samba. As outras não se cansam de aprimorar seus defeitos. Até quando?

Que sistema quer a Igreja progressista?...


22º Grito dos Excluídos critica ‘sistema’



O Santuário Nacional de Aparecida deve receber 100 mil romeiros para o Grito dos Excluídos, hoje, feriado da Independência, com a 20ª Romaria dos Trabalhadores.

O bispo emérito de Blumenau (SC), dom Angélico Sândalo Bernardino, vai presidir a celebração principal e conduzirá a reflexão sobre o tema do Grito, “Este sistema é insuportável: exclui, degrada, mata”.

O tema, inspirado em frase do papa Francisco, dita durante o Encontro Mundial dos Movimentos Populares, em julho de 2015, na Bolívia, vai servir de pano de fundo para protestos contra o governo Temer marcados para hoje em pelo menos 17 capitais e no Distrito Federal. 

Na ocasião, Francisco falou da urgência de romper o silêncio e lutar por mudanças reais dentro do sistema capitalista, no sentido de denunciar as injustiças e reduzir a exclusão.

O bispo de Barretos, d. Milton Kenan Júnior, membro da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz, da CNBB, afirmou em São Paulo, em entrevista coletiva sobre o Grito dos Excluídos, que a Igreja está com o povo na luta pela conquista ou reconquista de seus direitos.


Movimentos de luta pela terra também prometem mobilização contra o governo durante o Grito dos Excluídos. Em São Paulo, o Movimento Social de Luta (MSL) ocupou uma fazenda, ontem, no km 167 da rodovia Castelo Branco, em Porangaba. O dono, João Momberg, disse que a propriedade é produtiva e vai entrar com ação de reintegração de posse.


Agência Estado
Fonte: O Estado de Minas, quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Bons tempos aqueles quando se acreditava no Criador e não nas criaturas!




Ato de fé pelo planeta

Paula Ferreira

O Papa Francisco disse que a preservação do planeta deveria ser diretriz dos católicos e exortou o mundo a frear mudanças climáticas. Instruir os que não sabem, alimentar os famintos e cuidar dos doentes são algumas das missões diárias indicadas aos católicos pela Igreja. 

Ontem a lista ganhou um novo item: zelar pelo meio ambiente. Em uma mensagem escrita para marcar o Dia da Oração pelos Cuidados com a Criação, o Papa Francisco exortou o mundo a tomar medidas urgentes para frear as mudanças climáticas. Para o Pontífice, a preservação do ecossistema deveria constar nas chamadas “obras de misericórdia”.

Que as obras de misericórdia também incluam o cuidado com nosso lar comum — pediu o Papa, explicando o que se trata: — O cuidado da casa comum requer a grata contemplação do mundo, que nos permite descobrir qualquer ensinamento que Deus quer nos transmitir por meio de cada coisa. 

O cuidado da casa comum requer aqueles simples gestos cotidianos, pelos quais quebramos a lógica da violência, da exploração, do egoísmo, e se manifesta o amor em todas as ações que procuram construir um mundo melhor.

No documento, o Papa argumenta que as mudanças no clima e suas consequências afetam principalmente os mais pobres, incluindo os refugiados, que são aqueles que menos têm responsabilidade sobre impactos negativos causados no meio ambiente em favor da economia. 

Nesse sentido, o líder da Igreja apontou o consumismo e a ganância financeira como fatores de ameaça ao planeta. Deus nos deu um jardim abundante, mas nós o transformamos em uma terra devastada e poluída de destroços, desolação e sujeira. Economia e política, sociedade e cultura não podem ser dominadas pelo pensamento único no curto prazo e nos ganhos financeiros e eleitorais imediatos — defendeu o Papa.


O Papa fez ainda uma recomendação importante aos fiéis. De acordo com o pontífice, é fundamental que a população pressione governos para que cumpram os compromissos relacionados à preservação ambiental e ao controle das mudanças climáticas instituídos durante a Cúpula de Paris (COP-21), quando líderes mundiais estabeleceram metas para tentar frear o aquecimento da Terra.

Fonte: 

O Globo, sexta-feira, 2 de setembro de 2016

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

É triste o momento pelo qual passa o Brasil?


Neste momento triste

Péricles Capanema

Na manhã de 3 de setembro, diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida nos jardins do Vaticano o Papa Francisco, dói dizê-lo, feriu a maioria dos católicos brasileiros. Estavam presentes o cardeal arcebispo de Aparecida, outros bispos mais, o embaixador brasileiro junto à Santa Sé, no total umas trezentas pessoas. Palavras do Pontífice: 

“Estou contente com a imagem de Nossa Senhora aqui nos jardins. Em 2013 prometi voltar a Aparecida. Não sei se será possível. [...] Convido-lhes a rezar para que ela continue a proteger todo o Brasil, todo o povo brasileiro, neste momento triste. Que ela proteja os pobres, os descartados, os idosos abandonados, os meninos de rua. Que ela salve o seu povo com a justiça social”. 

A CNBB rapidamente acertou o passo em nota divulgada em 7 de setembro: “Vivemos um triste momento. [...] A histórica desigualdade social não foi superada. Corremos o risco de vê-la agravada pela desconstrução de políticas públicas, que resultam em perda de direitos”. 

E as manifestações, por ela bafejadas, o 22º Grito dos Excluídos, realizadas Brasil afora na data da independência, tiveram como parceiras MST, CUT além de partidos como PSOL, PCO, PC do B, PCR e PT distribuindo panfletos e berrando o “Fora Temer” e “Diretas Já”.

Volto ao Papa Francisco. Onde está a ferida? Claro, causaram perplexidade as três palavras: neste momento triste. É triste o momento pelo qual passa o Brasil? Agravou a estranheza o cancelamento da viagem a Aparecida em 2017. Não foi ambígua a declaração, constituíram apoio à presidente cassada e a suas políticas. 

Era notório, pelo caráter augusto da investidura petrina, não ser politicamente prudente avançar mais na expressão do pensamento, sob pena de ruidosa inconformidade da grossa maioria das escandalizadas ovelhas, cuja defesa dos lobos foi confiada por Cristo ao Sucessor de Pedro. Sentiriam que estava sendo escancarada a porta do redil. 

A declaração trouxe à memória palavras de frei Betto em Cuba, sob silêncio dos órgãos da Santa Sé, um ano atrás: “Toda a esquerda latino-americana que conheço está muito feliz com o Papa Francisco”. Atendo-me aos fatos: não sei se inocente útil; de qualquer maneira, sem lesionar o respeito filial, o curso da lógica leva até lá, companheiro de viagem. E o ponto final da viagem na mente os que comandam a jornada é o regime comunista.

Sob muitos pontos de vista, neste momento o Brasil não tem razão para estar triste, mas para pular de alegria. Antes, estava angustiado pelas algemas de 13 anos de retrocesso e exclusão. 

Retrocesso em suas possibilidades de caminhar na rota da prosperidade, exclusão de políticas que favorecem os pobres no longo prazo. Havia inclusão social: o povo estava incluído na rota que passa pela Venezuela e leva à situação de Cuba. 

Não custa lembrar, em 2016, segundo o Latinobarómetro, no caso insuspeito, 72% das pessoas na Venezuela confessaram, nos últimos 12 meses para eles faltou comida. Sem eufemismos, passaram fome.

Diante da grave caminhada do Brasil, os católicos brasileiros estavam especialmente aflitos ao constatar que a CNBB permaneceu obstinada em favorecer a ascensão ao poder e a apoiar um governo promotor de políticas destruidoras da moral católica na vida familiar e social (e agora, mantendo a rota, sôfrega, aproveita-se das palavras do Papa Francisco para uma vez mais proclamar que tem lado).

Acima falei em alegria no começo. Outro motivo de felicidade, esse permanente, ler ensinamentos de grandes Papas do passado, desanuviam o espírito. São Pio X advertiu: “Os verdadeiros amigos do povo não são inovadores nem revolucionários, mas tradicionalistas”. 

E Pio XII, jamais utilizando a linguagem habitualmente imprecisa e favorecedora dos objetivos revolucionários da CNBB (só lembro aqui a dose de hoje: a histórica desigualdade social não foi superada), ensinou: 

Num povo digno de tal nome, todas as desigualdades decorrentes não do arbítrio, mas da própria natureza das coisas --desigualdades de cultura, de haveres, de posição social, sem prejuízo, bem entendido, da justiça e da mútua caridade -- não são, de modo algum, um obstáculo à existência e ao predomínio de um autêntico espírito de comunidade e fraternidade. Mais ainda, longe de ferir de qualquer maneira a igualdade civil, elas lhe conferem seu legítimo significado; ou seja, que perante o Estado cada qual tenha o direito de viver honradamente a própria vida pessoal, na posição e nas condições em que os desígnios e disposições da Providência o colocaram."


Reitero, são motivos perenes de júbilo, paz e certeza. Neste momento de tristeza e perplexidade, por outras razões.