sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Castro e suas carpideiras


A morte de Fidel Castro e suas “carpideiras”

Paulo Roberto Campos


A choradeira das esquerdas nacionais e internacionais — tanto do âmbito temporal quanto religioso — chegou ao auge e beira ao ridículo com a morte (do até há pouco) “coma-andante” Fidel Castro. Este representava para as esquerdas uma utopia que precisava a todo custo sobreviver, apesar de ser tão velha quanto o próprio tirano da Ilha-presídio. Mas a Providência Divina o chamou para prestar suas contas no Supremo Tribunal de Deus.

Enquanto rolam as lágrimas das novas “carpideiras” do século XXI — os companheiros de Fidel e a mídia camarada dele —, o autêntico povo cubano comemora. Os cubanos celebram a expectativa do início do esperado fim do tirânico regime comunista que torturou de modo tão cruel, física e psicologicamente, lançando-os escravizados na mais negra miséria moral e material.

Sobretudo os cubanos no exílio, longe das garras do regime opressor, comemoraram euforicamente o dia 26 de novembro; celebrações que em Cuba foram evidentemente mais comedidas — na ilha, ai daqueles que manifestarem grande alegria.... Lá o luto é imposto e obrigatório! “Hay que llorar”...

      Na obra intitulada “O Livro Negro do Comunismo — crimes, terror e repressão”(1999), muito bem documentada e de autores insuspeitos, pois de orientação esquerdista, no capítulo “Cuba. O interminável totalitarismo tropical” (entre as pp. 769 a 789), aqueles que fizerem sua leitura poderão constatar que não há razão para lamentos e prantos. Leitura que muito recomendo, mas, a título de exemplo, cito aqui alguns itens desse livro:

As prisões de Cabaña e de Santa Clara foram palco de execuções em massa; depuração sumária fez 600 vítimas em apenas cinco meses; organizaram-se tribunais de exceção criados unicamente para pronunciar condenações; simulacros de julgamentos num ambiente de feira; cancelamento do projeto de organizar eleições livres; suspenção da Constituição de 1940 a fim de se governar exclusivamente por decreto; afastamento dos democratas do governo; reforma agrária radical; regime penitenciário; tortura física e psíquica; eletrochoques usados com fins repressivos; masmorras de reduzidas dimensões chamadas “ratoneras” ou “jaulas de ferro”; presos mortos por fome; humilhação dos familiares de “presos políticos”; mulheres presas entregues ao sadismo dos guardas; prisões com excrementos, sem água e sem luz; em 30 anos, aproximadamente 35 mil “balseros” pereceram no mar ao tentar a fuga; desarticulação das famílias; fuzilamentos no famoso “paredón”. (Cfr. “O Livro Negro do Comunismo”, Stéphane Courtois, Nicolas Werth, Jean-Louis Panné, Andrzej Paczkowski, Karel Bartosek, Jean-Louis Margolin, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro). 

Há outras obras com informações muito seguras a respeito do regime de terror implantado em Cuba por Fidel Castro e seus camaradas, por exemplo a obra “Cuba comunista: vergonha de nosso tempo e de nosso continente” (1997), de autoria do cubano Sergio F. de Paz. Nela o autor denuncia que quase 500.000 de seus conterrâneos foram encarcerados ou passaram por campos de trabalho forçado. Recomendo também outro excelente livro “Hasta cuándo las Américas tolerarán al dictador Castro, el implacable stalinista que continua oprimiendo al pueblo cubano, y amenazando a naciones Hermanas?”, publicado em 1990 por iniciativa de “Cubanos Desterrados” (Miami).

Fidel Castro — palavras inesquecíveis

Com tal “curriculum” nas costas, acumulado por quase 50 anos de tirania comunista, não causa surpresa a declaração de Fidel Castro ao jornalista Jean-Luc Mano, da revista “Paris Match”, em 29-10-1994:

“Eu irei para o inferno, e sei que o calor ali será insuportável... E lá chegando, encontrarei Marx, Engels, Lenine. E também encontrarei você, porque os capitalistas também vão para o inferno, sobretudo se desejam gozar a vida”.

Não se pode desejar o Inferno para ninguém. Convém, entretanto, lembrar que Fidel sabia perfeitamente da existência do Céu e do Inferno, pois estudou em colégio dos Padres Jesuítas, onde aprendeu o catecismo.

Com o desaparecimento de sua figura “carismática” e “legendária”, como a esquerda sobreviverá após a morte do mito? Surgirá algum líder esquerdista substituto ao qual ela possa agarrar-se para não naufragar? Conseguirá esse novo líder manter Cuba num regime castrista sem Castro? Quem viver, verá!

      

(*) Paulo Roberto Campos é jornalista e colaborador da Abim

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