Conflito por terra ganha força no Brasil com 23 mortes em 2016, diz
organização
RIO DE JANEIRO (Thomson Reuters Foundation) - Mais
de 20 ativistas dos direitos à terra foram mortos no Brasil até agora neste
ano, com a maioria das mortes associada a conflitos relacionados com atividade
madeireira e agrobusiness, mostraram dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT)
nesta quinta-feira, reforçando a reputação do país como sendo perigoso para
ambientalistas.
De acordo com informações da CPT, 23 ativistas
foram mortos em 2016 por tentar proteger as florestas de atividade madeireira
ilegal, da expansão de fazendas de gado e de plantações de soja.
Ao todo 50 defensores dos direitos à terra foram
mortos no Brasil no ano passado, número acima dos 29 de 2014, segundo o grupo
Global Witness, sediado no Reino Unido.
Divulgados um dia antes da abertura dos Jogos
Olímpicos no Rio de Janeiro, os dados indicam uma onda de repressão contra os
defensores dos direitos à terra no maior país da América do Sul, com as
populações indígenas particularmente afetadas, segundo ativistas.
“Para muitos visitantes da Olimpíada, o Brasil é
sinônimo de florestas vastas, numerosas, e de formas de viver tradicionais”,
declarou Billy Kyte, da Global Witness, em comunicado.
"Mas as pessoas que estão tentando proteger
isso estão sendo mortas num ritmo sem precedente.”
(Reportagem de Chris Arsenault)
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