domingo, 1 de junho de 2008

Índios condenados à barbárie?

Coletivismo tribal: utopia das esquerdas

Plinio Corrêa de Oliveira



Para o estruturalismo, cujo expoente máximo foi o filósofo Lévy Strauss, a sociedade indígena, por ter “resistido à História”, é a que mais se aproxima do ideal humano. E é para essa forma de vida pré-neolítica que — segundo essa corrente filosófica — devemos retornar.

Se causa espanto que filósofos ateus defendam teses tão absurdas, mais ainda deve estarrecer que missionários católicos propugnem como padrão perfeito de homem o índio selvático, e como modelo ideal de vida humana a vida na taba.

Não obstante, é bem isto o que acontece. Uma nova corrente missiológica, com livre trânsito nos meios eclesiásticos, sustenta que a civilização atual deve desaparecer, para dar lugar ao sistema de vida tribal. Institutos como a propriedade privada, a família monogâmica e o casamento indissolúvel devem ser eliminados.

A figura clássica dos missionários — evangelizadores e civilizadores —, como o foram os Padres José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, deve ser abandonada. A nova corrente missiológica, porque não quer civilizar, não quer catequizar. E porque não quer catequizar, também não quer civilizar.

Insinua-se nessa conduta uma questão tática. Se a missiologia atualizada elogiasse a comunidade de bens implantada nos países comunistas, expor-se-ia inevitavelmente a críticas e refutações incômodas.

Esquivando o perigoso assunto, os novos missionários fazem a apologia do sistema de vida tribal: exalçam nele a comunidade de bens, a inexistência de lucro, de capital, de salários, de patrões e empregados, de “privilegiados” e “marginalizados”, de “opressores” e “oprimidos”, como dizem. E assim aproveitam a ocasião para invectivar a propriedade privada, em vigor nas nações civilizadas do Ocidente.

É bem uma sociedade de tipo comunista que transparece nessa visão idílica do índio selvático, apresentada pela neomissiologia como ideal para o homem do século XXI.

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