terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Homenagens devidas



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O século de

Plinio Corrêa de Oliveira

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Por ocasião do centenário de nascimento de Plinio Corrêa de Oliveira, este Blog presta justa homenagem a quem nunca tendo possuído um palmo de terra consagrara grande parte de sua longa e afanosa existência a defender a classe rural brasileira com uma prodigiosa atuação contra a Reforma Agrária socialista e confiscatória.

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A matéria com o título em epígrafe é de

DOM BERTRAND DE ORLEANS E BRAGANÇA
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ASSIM INTITULOU o influente semanário italiano "Il Domenicale" reportagem de página inteira, de Marco Respinti, dedicada ao centenário de nascimento de Plinio Corrêa de Oliveira.

Valho-me dele para abrir o texto que dedico à memória desse católico íntegro e brasileiro ímpar, cujas idéias e obra repercutem a fundo na realidade nacional e se expandem com dinamismo por dezenas de países nos cinco continentes.

Laços de amizade e de colaboração unem a família de Plinio Corrêa de Oliveira à família imperial brasileira.

Seu tio-avô paterno, João Alfredo Corrêa de Oliveira, assinou com a princesa Isabel a Lei Áurea, que pôs fim à escravidão no Brasil e, após o golpe de 1889, participou do Diretório Monárquico. Pela família de sua mãe, Lucília Ribeiro dos Santos Corrêa de Oliveira, havia relações que se estreitaram muito, já quando minha bisavó sofria as agruras do exílio.

Meu pai e dr. Plinio tornaram-se grande amigos em virtude de profunda afinidade ideológica e de princípios católicos, o que contribuiu para que meu irmão d. Luiz e eu viéssemos a ser seus sinceros admiradores e discípulos entusiastas.

Desde bem jovem, manifestou Plinio Corrêa de Oliveira vivo interesse por temas religiosos, políticos e sociais. Ciente de que o verdadeiro progresso não consiste em romper, mas em somar, num impulso contínuo rumo à perfeição, via na tradição valor incomparável para regular o presente.

A vida social e cultural das primeiras décadas do século 20 ia sofrendo forte transformação, com a "democratização" dos costumes, hábitos e modos de ser. A par do positivismo – moda ideológica de então –, o progresso exercia ação tendencial de descristianização dos espíritos. Mudanças político-sociais iam, por sua vez, consumando a republicanização dos Estados e o aniquilamento das elites.

De espírito precoce e lúcido, Plinio Corrêa de Oliveira foi assumindo uma atitude de resistência a tais mudanças, sedimentada pela análise dos fatos, pela reflexão e pelo estudo.

Discernia uma ação sub-reptícia que, de modo paulatino, despojava os costumes sociais e as instituições da influência benéfica da Igreja, visando uma sociedade secularizada. Urgia, segundo ele, congregar leigos católicos para agir sobre a sociedade, criando uma mentalidade oposta.

A civilização cristã – única capaz de inspirar um progresso judicioso – tornou-se o grande ideal a nortear a vida, a ação, o pensamento e a piedade de Plinio Corrêa de Oliveira.

Ao longo das décadas, constituiu uma corrente de pensamento e de ação voltada a influir na opinião pública a fim de preservar os valores perenes da Igreja e da tradição. Inspirou, no Brasil e no mundo, a fundação da miríade de associações que defendem os valores da tradição, família e propriedade. A vitoriosa pugna para livrar o Brasil da Reforma Agrária socialista e confiscatória é apenas um dos inúmeros lances dessa gesta.

"Revolução e Contra-Revolução" foi a obra mestra na qual Plinio Corrêa de Oliveira consubstanciou os princípios teóricos da crise que, desde o século XIV, atinge o Ocidente cristão e traçou os ideais e as grandes linhas de ação dos que a ela se desejam opor.

Em 1968, dando prova de um pluralismo coerente, Octavio Frias convidou Plinio Corrêa de Oliveira para escrever regularmente nesta Folha. Seus artigos, publicados até 1990, passaram a ter marcada influência e repercussão nos meios políticos, sociais e religiosos, tornando-se um dos marcos de sua produção intelectual.

Em uma época de realizações e de crises, a figura de Plinio Corrêa de Oliveira ocupa lugar de destaque, no Brasil e no exterior, como líder e mestre da doutrina e ação contra-revolucionárias.

Apontou ele a metamorfose do comunismo, com o desmoronamento do Estado socialista hipertrofiado e o surgimento do modelo revolucionário de comunidades autogestionárias. A vida tribal – com sua síntese ilusória de liberdade plena e coletivismo consentido – constituiria tal modelo.

Assiste-se, como ele previu, à ofensiva ideológica "indigenista", que busca a formação de "repúblicas" autônomas, trazendo a fragmentação social e política das nações sul-americanas.

Plinio Corrêa de Oliveira enfrentou com serenidade as incertezas, os embates e as decepções, animado por inabalável confiança na providência divina, fruto de sua devoção ardorosa a Nossa Senhora, em cujas mãos sempre depositou todos os frutos de suas realizações.

Folha de São Paulo-12/12/2008 (DOM BERTRAND DE ORLEANS E BRAGANÇA é trineto de D. Pedro II. dombertrand@terra.com.br)

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