quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Por que o uso do solo na Amazônia...



... é extensivo? (II)



Para Ciro Siqueira, as palavras da Ministra Izabella Teixeira são espantosas porque eele conhece a Fazenda Boa Sorte, em Paragominas.


No início dos anos 90, o governo do Pará fez um esforço de política pública para transformar pecuária extensiva em agricultura – lembram das palavras da Ministra? "Nós temos que ter políticas para dar eficiência, aumentar a produtividade da pecuária e dirigir essas terras que já estão destinadas para a pecuária com baixo uso para a produção agrícola."


Pois é, o governo do Pará fez isso na Fazenda Boa Sorte. Trouxe do sul agricultores com know how e arranjou finaciamento para o investimento na conversão dos velhos pastos em área agrícola. Sabe o que aconteceu?

O IBAMA, subordinado ao Ministério da Dona Izabella, apareceu lá um dia, multou o dono da Fazenda, embargou a área agrícola da fazenda e apreendeu toda a soja que estava armazenada nos silos.


Segundo Ciro, as palavras da Ministra são espantosas porque ele, recém formado, trabalhou com intensificação de pecuária na Amazônia. Chegava na fazenda, fazia um diagnóstico inicial, planejava a intensificação, projetava os novos piquetes, as novas aguadas, a reforma dos pastos, a adubação necessária às altas lotações, as etapas, conseguia financiamento, enfim.


Ciro chegou a levar fazendas de 0,7 UA/ha/ano a 2,3 UA/ha/ano. Sabe o que aconteceu?

Os ambientalistas de gabinete entraram numa histeria de que o governo estava financiando o desmatamento com recursos dos bancos públicos e o governo foi obrigado a encerrar a linha de financiamento para intensificação de pecuária que movia meu sistema de intensificação de fazendas.


Várias das fazendas de altíssimo padrão de produção, foram multadas pelo IBAMA porque não atendiam às exigências do Código Florestal.


A maioria delas hoje está novamente presa ao sistema extensivo, sem licenciamento ambiental, algumas tiveram as matrículas canceladas, viraram posse e não podem mais receber financiamento porque não podem ser hipotecadas.

Se o uso da terra na Amazônia hoje ainda é extensivo isso se deve em grande medida à forma histérica como o movimento ambiental aborda a questão amazônica. O Estado não consegue diferenciar ruralista bom de ruralista ruim. Não conseguindo, persegue todos. (Continua)

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