Congresso não é cartório
A presidente Dilma Rousseff desautorizou, ontem, acordo fechado pelos
governistas no Congresso, com a bancada ruralista, que permitiu a votação do novo
Código Florestal, na comissão especial, reduzindo a proteção ambiental.
Em
discurso, Dilma afirmou: "O governo não assume responsabilidade por
negociações que não foram feitas com a presença dele". Também disse que
"não vê motivos econômicos para que não mantenhamos as áreas de proteção
ambiental ao longo do leito dos rios, perenes ou não".
Dilma quer que, no
Senado, a base governista retome o texto original da MP, com uma área maior de
recomposição ambiental na beira dos rios.
Após a cerimônia, em entrevista,
Izabella disse que o resultado da votação "foi um retrocesso do ponto de
vista de recuperação ambiental, porque iguala os grandes proprietários aos
pequenos" - OESP, 31/8, Vida,
p.A21; O Globo, 31/8, País, p.12; FSP, 31/8, Poder, p.A8.
Presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, o deputado Homero Pereira
(PSD-MT) disse que, se o acordo não valer para a recuperação da vegetação ao
longo dos cursos d'água, também não valerá para a proteção aos rios intermitentes.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), da bancada ruralista, disse que a
desautorização do acordo abre um precedente perigoso:
"O Congresso não é
um cartório escriturário do Planalto. Vive de acordos, e o único instrumento
que temos é a palavra dada. Assim fica impossível. É um precedente
gravíssimo" - O Globo, 31/8,
País, p.12.
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