... empresas tentam reverter proibição
O presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola, Nelson Antônio Paim, participou dias atrás de uma reunião no Mapa, em Brasília, tentando reverter a proibição, pelo IBAMA, do uso aviões para a pulverização de quatro tipos de defensivos usados em lavouras como soja, milho, arroz, algodão, cítricos e outras.
Conforme Paim, o problema da medida é que, além de prejudicar culturas importantes, ataca diretamente a aviação, justamente a única forma de aplicação de produtos fitossanitários para a qual existe legislação específica e fiscalização constante, abrangendo desde o pessoal técnico e equipamentos envolvidos nas operações até as instalações para limpeza das aeronaves. “O problema é menos com o produto e mais com a aviação, o que é um contrassenso".
O presidente argumenta que a aviação é a forma de aplicação mais segura hoje existente, devido à maior precisão e velocidade em relação aos meios terrestres (o que também pode significar menos uso de agrotóxicos).
Além da vantagem de evitar as perdas por amassamento. “Sem falar na redução de 77% na emissão de gases e 80% de economia de água nas aplicações, em algumas lavouras”, cita Paim.
A proibição foi publicada no dia 19 de julho, no Diário Oficial da União (veja o link no final do texto), com a intenção, segundo o órgão ambiental, de proteger colônias de abelhas nas áreas de produção agrícola.
Propostas
Entre as propostas apresentadas pela aviação, está o mapeamento das áreas de apicultura e a interação entre os produtores de mel e os produtores de grãos, frutas e fibras, para o manejo dos insetos e das lavouras possa ser feito de modo a evitar o contato das abelhas com os químicos.
Além disso, conforme Paim, apesar da aviação ter o melhor controle sobre a deriva dos produtos (quando a nuvem de defensivos se desloca um pouco para fora da área aplicada), podem ser adotadas técnicas para minimizar ainda mais a deriva. Por exemplo, com aplicação de gotas maiores nas faixas perto dos limites das propriedades.
O Brasil tem a segunda maior frota de aviões agrícolas do mundo, com cerca de 1,6 mil aparelhos. Mesmo assim, as aeronaves são responsáveis por 23% das pulverizações realizadas em lavouras pelo País.
Atualmente, a maior parte das aeronaves de pulverização está concentrada no Centro-Oeste, mas o Rio Grande do Sul tem cerca de um terço das empresas de aviação agrícola. Conforme o Sindag, existem hoje cerca de 260 empresas prestadoras de serviços e 200 aviões de propriedade de produtores.
Data: 10/08/2012 // hora: 16:06
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