Conflito de índios X Polícia Federal
A Polícia Federal decidiu ontem suspender a Operação Eldorado, deflagrada na terça-feira para combater a extração ilegal de ouro em terras indígenas dos caiabis e mundurucus no norte de Mato Grosso.
A coordenação da Funai em Alta Floresta confirmou a morte de um índio mundurucu durante conflito com policiais federais, anteontem, na aldeia Teles Pires.
A coordenação da Funai em Alta Floresta confirmou a morte de um índio mundurucu durante conflito com policiais federais, anteontem, na aldeia Teles Pires.
A operação abrangeu uma região que inclui o norte de Mato Grosso, Pará e Rondônia. Tinha como foco, também, combater a comercialização fraudulenta do ouro no sistema financeiro.
A PF iniciou ontem mesmo diligências para localizar o corpo do índio - que, segundo fontes de sua tribo, teria sido visto boiando em um rio e recolhido pelos próprios indígenas.
Além disso, a PF quer recolher depoimentos de todos os lados para apurar se houve excesso de parte dos policiais e se cabe abrir processo disciplinar interno.
Além disso, a PF quer recolher depoimentos de todos os lados para apurar se houve excesso de parte dos policiais e se cabe abrir processo disciplinar interno.
Em Belém, o Ministério Público encaminhou ofício à presidente da Funai e ao superintendente da PF em Mato Grosso solicitando informações sobre o episódio.
O levantamento da PF indica que 19 índios foram detidos - dois deles, feridos, levados para hospitais em Alta Floresta, e outros 17 conduzidos à PF em Sinop. Lá, deverão prestar depoimento ao delegado federal que comandou a ação e foi atingido de raspão por uma flecha.
Batalha
O confronto, segundo a PF, começou quando os policiais começaram a destruir dragas que os índios usavam na extração ilegal do ouro.
O cacique da aldeia Papagaio, José Emiliano Krixi Mundurucu, o Camaleão, atacou o comandante da ação com uma bordunada na cabeça e cerca de 100 índios mundurucus foram ao ataque armados de arcos, flechas, bordunas e facões.
A PF dispunha de helicóptero e lanchas, além das armas. A briga terminou com nove feridos: seis índios, um dos quais Camaleão, e três policiais, que incluem um integrante da Força Nacional de Segurança.
O confronto, segundo a PF, começou quando os policiais começaram a destruir dragas que os índios usavam na extração ilegal do ouro.
O cacique da aldeia Papagaio, José Emiliano Krixi Mundurucu, o Camaleão, atacou o comandante da ação com uma bordunada na cabeça e cerca de 100 índios mundurucus foram ao ataque armados de arcos, flechas, bordunas e facões.
A PF dispunha de helicóptero e lanchas, além das armas. A briga terminou com nove feridos: seis índios, um dos quais Camaleão, e três policiais, que incluem um integrante da Força Nacional de Segurança.
Segundo o coordenador da Funai em Alta Floresta, Clóvis Nunes, os índios relataram o momento em que foi morto o integrante da aldeia mundurucu.
"O pai viu no momento em que o filho foi atingido por disparos de arma de fogo quando estava no Rio Teles Pires e sumiu", afirmou Nunes. O corpo, encontrado boiando em um rio ontem cedo, teria sido recolhido pelos índios.
"O pai viu no momento em que o filho foi atingido por disparos de arma de fogo quando estava no Rio Teles Pires e sumiu", afirmou Nunes. O corpo, encontrado boiando em um rio ontem cedo, teria sido recolhido pelos índios.
As tribos da etnia mundurucu teriam sido incentivadas, diz a PF, por caciques envolvidos na extração de ouro a reagir e enfrentar a polícia, que ali chegou para interromper o garimpo.
O líder da área, Camaleão, é considerado a principal liderança indígena na região.
Segundo a polícia, "ele é também proprietário de uma das balsas utilizadas para extração de ouro" e atua como "liderança defensora das atividades de exploração de ouro na área, além de executar diretamente os crimes apurados".
Segundo a polícia, "ele é também proprietário de uma das balsas utilizadas para extração de ouro" e atua como "liderança defensora das atividades de exploração de ouro na área, além de executar diretamente os crimes apurados".
Fonte: FÁTIMA LESSA, ESPECIAL PARA O ESTADO / CUIABÁ , VANNILDO MENDES / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
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