terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Conspiração diabólica nos meios eclesiásticos e .....



... na política brasileira



Sob o título em epígrafe, este Blog publicou no dia 4 de dezembro p.p. matéria de  Maria Ângela Simões Semeghini, a respeito do que vem se passando entre ela e as autoridades eclesiásticas locais sobre as repetidas invasões de sua propriedade rural em Rondônia.

A propósito, recebemos de zezinho, da coordenação da CPT RO, a correspondência abaixo:

A informação de Dona Ângela, dona dum cartório de Ji Paraná é distorcida e maliciosa.

Longe do Pe. Vital (hoje Dom Vital) ameaçar ela!

O que o Pe. Vital tentou é que ela aceitasse uma negociação, proposta por todas as autoridades, pois a terra da qual se diz proprietária é uma CATP (Contrato de Alienação de Terra Públicas), é dizer, um título provisório que o INCRA dava na época da colonização de Rondônia, a condição de cumprir determinadas cláusulas.

Neste local realizar uma exploração de cacau (a Fazenda foi chamada Cacau-Só Arroba) Este condicionante não foi cumprido: somente a metade da área de cacau foi plantada e logo abandonada.

Isto tem sido demonstrado em diversas vistorias realizadas por técnicos do INCRA, pelo qual motivo o Governo Federal pediu na justiça a terra de volta, processo que está correndo na justiça.

Apesar disso Dona Ângela, que não é proprietária (se diz que entrou em representação dos titulares da CATP em troca duma parte de terra se ganhar na justiça) conseguiu uma reintegração de posse contra 120 famílias de agricultores que faz doze anos moram e trabalham no local.

Posteriormente a reintegração de posse foi suspensa a pedido do Ministério Público. Ainda, Dona Ângela se negou em todo momento a negociar um acordo, em Audiência Pública da Ouvidoria Agrária Nacional celebrada em Porto Velho a inícios de Agosto de 2012 e em outros intentos de negociação com o superintendente do INCRA.

A intransigência dela ameaçava provocar um grave problema social, e parte das famílias estavam dispostas a resistir a todo custo o despejo, o qual ia a provocar “o derramamento de sangue” que temia o Pe. Vital.

É muito injusto por parte dela acusar o Pe. Vital de ameaça e Dom Bruno de desdenho, por ter intercedido pelas famílias. E ainda os acusar de ser falsos católicos e de comunistas.

É verdade que o fazendeiro Daniel Stivanin foi assassinado em Ariquemes, Ro, porém não está comprovado quem foi o autor. Desequilibrado, ele arrumava confusão com todo o mundo, chegando a ameaçar ao juiz federal de porto velho, à ouvidora do INCRA, ao arcebispo de Porto Velho, Dom Moacyr. Descanse em paz.

As famílias da qual (sic) ele queria tomar a terra moravam fazia mais de 12 anos no local e o desocuparam de forma pacífica após a morte dele. Hoje penam num acampamento na beira da estrada, sem casa e sem meios de sobrevivência.

Seis pequenos agricultores já morreram em Rondônia em 2012 vítimas da violência pela terra.

Podem ver mais informação em nosso blog da CPT Rondônia:http://cptrondonia.blogspot.com/sobre estes e outros conflitos de terra que atingem nossa região e onde a Igreja tenta mediar, procurar a paz e a justiça.

zezinho, da coordenação da CPT RO.


***

Em sua tréplica, Da. Ângela Simões Sameghini assim se expressou:




Enviado em 31/12/2012 às 2:23

"Gostaria de expressar aqui os verdadeiros fatos ocorridos comigo ao longo dos últimos oito anos acerca da invasão ocorrida em minhas terras e deixar claro que, ao contrário do que muitos gostariam, tudo o que digo posso provar e comprovar.

Vejamos:

Em primeiro lugar, assim como meu nome está de fato exposto a quem quiser saber quem sou, exatamente porque não estou aqui para propagar inverdades, por favor, seria de bom tom que, qualquer um que quisesse se manifestar, também se identificasse não apenas com um “zezinho”.

Chega a ser desgastante “sem-nomes”, ”sem-memórias” e, principalmente, “sem-verdades” aparecerem de todos os lados defendendo suas opiniões sem nenhum embasamento.

Segundo: ao contrário da imagem que de mim tentam fazer por todos os meios, não sou nenhuma megera tentando tirar o ganha-pão de dezenas de famílias.

Ao contrário, tenho uma profissão honrada e respeitada – tabeliã – pela qual batalhei muito e que merece respeito e o qual exijo. E se hoje sou proprietária de parte das terras em questão, é porque lutei muito para conquistá-las.

Terceiro: não caluniei o Pe. Vital Corbellini. Apenas e tão somente contei fatos reais, passíveis de comprovação por qualquer um que se disponha realmente a fazê-lo, inclusive você mesmo “zezinho”.

Quarto: já foi decidido pela Justiça Federal a “aventura jurídica” proposta pelo INCRA, cuja decisão foi publicada, na íntegra, no site da CPT.

Quinto: em momento algum me referia a ideologias políticas. Afirmei e continuo afirmando: fui terrivelmente ameaçada e, em parte, as ameaças se concretizaram.

Sexto: sou proprietária, sim, de parte da Fazenda Arrobas, com documentação totalmente legalizada e não uma aventureira como a mim se referiu o tal “zezinho”.

Todos os que leram as minhas palavras iniciais merecem algumas explicações: o que relatei foram fatos ocorridos em apenas dois dias (assassinato do Sr. Stivanin e ameaça a meu funcionário e família nos respectivos dias 16 e 17 de março).

Faltou dizer que, no dia 19/03 (um dia após a ameaça a mim realizada), os invasores de minha propriedade fecharam a ponte do Rio Jaru na BR 364 e exigiram a presença das autoridades para que fosse impedida a 8ª ordem judicial de reintegração de posse na área.

Isto porque as sete reintegrações anteriores foram inúteis, porque os invasores sempre a invadiam novamente, desrespeitando as leis e ordens judiciais, e a cada reintegração, mais violentos.

No dia 20/03, o Superintendente do Incra/RO lá esteve e, na companhia do Pe. Vital, da Paróquia da cidade de Jaru, se comprometeram com os invasores a negociar a área em questão comigo.

E é exatamente neste ponto em que quero deixar bem claras as coisas: EU ERA A ÚNICA QUE NÃO SABIA DESSA REUNIÃO. Jamais fui comunicada ou convidada a participar de tal reunião de negociação.

Qualquer menção em contrário é uma mentira deslavada. Ademais, esta historia não se resume nestes quatro fatídicos dias, ela já tem oito anos – e não onze ou doze anos como falsamente se noticiou.

E, para finalizar, dado ao espaço restrito, essas famílias, que se dizem vítimas e sintonizadas com o momento atual e o ecologicamente correto, simplesmente devastaram toda a parte da mata restante, e que não era pouca – repito, todo restante da mata original – presente nas terras invadidas.

Mata esta protegida pelo meu projeto de manejo florestal todo legalizado, inclusive com todas as árvores já plaquetadas pelo próprio Ibama.

Por que o tal “zezinho” não conta que até o riacho que perpassava as terras, devido ao desmatamento provocado pelas famílias invasoras, secou completamente?

Fica aqui a pergunta: por que será que essa gente só conta inverdades ou meias-verdades?

Eu, ao contrário, posso provar e comprovar a qualquer momento tudo o que digo. Se quiserem mapas aéreos das terras para comprovar minhas afirmações, eu os tenho desde o primeiro momento em que puseram os pés lá até o momento presente.

Todos estes acontecimentos motivaram-me, em julho de 2012, a protocolar na Presidência de República, Direito Humanos da Presidência da República, Comissão da Agricultura do Senado Federal e no Incra/Brasília, uma “carta” onde exponho os fatos ocorridos nestes tristes oito anos.

Todos eles passíveis de comprovação por qualquer cidadão que realmente esteja interessado em conhecer a fundo esta história. E, mais uma vez, continuo à disposição de qualquer interessado.



Cabe recordar aqui o poema de Dom Pedro Casaldáliga "Terra e Liberdade" para saber quem está com a razão...


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