Há mais um partido na praça
Rodrigo Constantino
Trata-se da Rede, de Marina Silva. Tem muita gente cansada da dicotomia entre PT e PSDB, em busca de alguma alternativa. Será que a Rede é a solução?
Confesso ao leitor que ela não me convence.
Para começo de conversa, o partido fez como o fisiológico PSD, de Kassab, e alegou não ser de esquerda nem de direita, pró-governo nem oposição.
Contudo, quando vamos verificar quem está por trás dele, só encontramos gente de esquerda, inclusive da ala mais radical, aquela que ainda sonha com o fracassado socialismo cubano.
Um de seus gurus intelectuais é Leonardo Boff, da Teologia da Libertação, uma mistura tosca entre cristianismo e marxismo. Marina veste literalmente o boné dos invasores de terra do MST. Vários membros do PSOL pretendem migrar para a Rede. E por aí vai.
Alguns ali abraçam a cruzada ecológica, mas tampouco me enganam. São “melancias”: verdes por fora, mas vermelhos por dentro. Seu discurso transforma o meio ambiente em religião antiprogresso, e dá para notar claramente o viés anticapitalista.
O planeta será salvo pelo resgate do “bom selvagem”, de uma vida comunitária idealizada, como no filme Avatar. Estou fora dessa seita romântica!
O planeta será salvo pelo resgate do “bom selvagem”, de uma vida comunitária idealizada, como no filme Avatar. Estou fora dessa seita romântica!
O Brasil, infelizmente, continua com uma hegemonia de esquerda na vida política. Todos os partidos relevantes rezam o mesmo credo socialista envergonhado: intervencionista na economia, coletivista e paternalista no social.
Nenhum fala abertamente em privatização, em redução do papel do governo na economia e em nossas vidas. Todos querem assumir o papel de “pai do povo” e controlar 40% do PIB nacional.
Nenhum fala abertamente em privatização, em redução do papel do governo na economia e em nossas vidas. Todos querem assumir o papel de “pai do povo” e controlar 40% do PIB nacional.
Os milhões de brasileiros cansados da completa falta de ética na política, do viés estatizante de todos esses partidos, continuam órfãos políticos, sem representação partidária.
Sei que há partidos demais (legendas, na verdade), mas precisamos de uma alternativa verdadeira, sem medo de assumir sua posição de direita liberal, a favor do livre mercado, da família e da propriedade.
Sei que há partidos demais (legendas, na verdade), mas precisamos de uma alternativa verdadeira, sem medo de assumir sua posição de direita liberal, a favor do livre mercado, da família e da propriedade.
O Globo, terça-feira, 5 de março de 2013
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