Respostas de prícipe
Nilo Fujimoto
Por ocasião do lançamento em Belo
Horizonte de seu livro Psicose
Ambientalista, o príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança concedeu uma
longa entrevista à jornalista Mírian Pinheiro, do “Estado de Minas”, a qual foi
publicada na edição de domingo, 7 de abril 2013, sob o título “Predador ou jardineiro?”
Apresentando o egrégio autor como
“grande liderança do setor agropecuário” e de “brigar feio com quem chama
ecoterroristas”, a jornalista lhe fez perguntas que iam desde os trabalhos de
pesquisa para a elaboração do livro até sobre se o Príncipe acreditava que suas
duras reflexões poderiam mudar o cenário atual.
E, como verá o leitor, Mírian
recebeu respostas principescas, tanto pela elevação quanto pela objetividade.
– Eu creio que, mais do que
dizer que as reflexões por mim feitas no livro possam parecer duras, elas são
verazes e realistas. Doloroso mesmo é ver propor quimeras que poderão reduzir o
Brasil e o mundo a um estado de miséria, consequência que decorreria da
aplicação de desatinados postulados pseudo-ecológicos.
A metamorfose das esquerdas acarretou uma vantagem suplementar para
elas: a roupagem ambientalista, que substituiu o “vermelho” do comunismo pelo
“verde” do ecologismo e que vem conseguindo enganar até alguns dos mais cautos,
além de captar facilmente a benevolência de muitos desprevenidos.
É um autentico cavalo de troia, “presente de grego”, que essas
esquerdas oferecem ao Brasil e ao mundo. Por amor ao Brasil, cabe-nos denunciar
tal embuste e alertar para que se evite a introdução desse cavalo de troia em
nossa cidadela.
À quase inevitável pergunta sobre
a inexistência de comprovação científica do aquecimento antropogênico, se isso
queria dizer não existir aquecimento, Dom Bertrand responde com as palavras de
um cientista brasileiro:
– O professor José Carlos Almeida de Azevedo, doutor em física pelo
Massachusetts Institute of Technology (MIT), apontava muito bem que não há
proporção entre a ação humana e a da natureza. O homem não tem possibilidade de
mudar o clima, porque a ordem de grandeza é fantástica. Como se pode achar que
o homem tenha influência sobre as forças da natureza, diante de tudo que está
aí há milhões de anos?
A natureza está aí dessa maneira, e deve continuar ainda do mesmo jeito
por outros milhões de anos. Muita coisa influi no clima, e o homem tem que
descobrir maneiras de conviver com as mudanças climáticas. As grandes migrações
humanas ocorreram, em primeiro lugar, por causa do clima. O clima mudou, as
temperaturas oscilaram, as águas foram embora, escoaram para outro lugar. E as
populações mudaram e passaram a conviver com outros climas. Se não houvesse
tais alterações, todos nós ainda estaríamos morando na África. Toda a
humanidade estaria vivendo lá, num continente que em grande parte é hoje um
deserto.
A entrevistadora pediu explicações
ao ilustre entrevistado sobre os termos “ecoterristas”, “ecoxiitas” utilizadas
no seu livro para designar determinados ambientalistas imbuídos do espírito
igualitário, que tentam estabelecer uma sociedade utópica através de falsos
alarmismos. Se isso não caracterizaria radicalismo de sua parte.
Ao que Dom Bertrand respondeu que
o epíteto de radical não o constrangia, pois se origina da palavra ‘raiz’. E
que tratar dos problemas até as suas raízes é uma virtude, e foi isso o que ele
procurou fazer.
As 16 perguntas e respostas
ocuparam uma página inteira do jornal da capital mineira. A última pergunta com
a sua respectiva resposta eu a transcrevo ipsis
verbis:
Explique-nos
sobre a chamada psicose ambientalista que o Sr. diz “querer conduzir o
Brasil e o mundo para um verdadeiro suicídio coletivo”.
– A pseudo ecologia radical e dogmática, qualificada como religião
ecológica por cientistas sérios e renomados, desencadeou essa psicose
ambientalista. Sob o pretexto de salvar a natureza, na verdade ela viola
gravemente o direito de propriedade, cerceia a produção agropecuária e impõe
limites ao legítimo e necessário progresso econômico de todas as camadas da
população. Algumas correntes mais radicais chegam a pregar o decrescimento do
progresso, a diminuição da população e até mesmo o absurdo da extinção da raça
humana. Na visão desses pseudo-ecologistas o homem seria o grande “predador da
natureza”. Na nossa visão católica, o homem é chamado a ser o “jardineiro de
Deus”.
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