Casa
Civil freia reserva indígena no Paraná
A criação de uma reserva indígena para os índios guaranis no
Paraná – planejada pela FUNAI há anos – foi interrompida nesta semana a pedido
da Casa Civil, chefiada por Gleisi Hoffmann, provável candidata do PT ao governo
daquele Estado em 2014.
Não sabemos se sensibilizada pelas recentes vaias à
Presidente Dilma a propósito de demarcações de terras, na Câmara, a ministra
criticou a atuação da FUNAI e disse que o governo prepara um novo modelo de
delimitação de áreas.
Mas os indigenistas acusam a ministra Hoffmann de agir com
interesse eleitoral. Ela nega.
Com efeito, a FUNAI havia indicado 15 pontos perto da
fronteira com o Paraguai para demarcar novos territórios indígenas, exatamente
numa das principais regiões agrícolas do Paraná.
Por outro lado, a Embrapa demonstrou que, hoje, a presença
de índios nessa região é recente e mesmo inexistente. A análise também será
feita em outros Estados, mas os estudos do Paraná ficaram prontos antes
"porque era uma área menor".
Segundo o técnico da Funai Edívio Battistelli, o local é um
sítio arqueológico, e os índios foram compelidos a deixar aquele lugar.
Para os produtores rurais, os índios estão sendo aliciados
com promessas e benefícios para migrar do Paraguai para lá. "Como são
índios, ninguém bota a mão neles", diz Silvanir Rosset, presidente do
Sindicato de Produtores Rurais de Guaíra.
A Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul acusa Gleisi
de interromper a demarcação para "fazer as vontades dos fazendeiros que
vão financiar sua campanha".
Quando se candidatou ao Senado, em 2010, Gleisi recebeu R$
390 mil de empresas ligadas ao agronegócio.
Fonte: FSP, 10/05/2013
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