sexta-feira, 10 de maio de 2013

Vaias podem sensibilizar?




Casa Civil freia reserva indígena no Paraná

         
A criação de uma reserva indígena para os índios guaranis no Paraná – planejada pela FUNAI há anos – foi interrompida nesta semana a pedido da Casa Civil, chefiada por Gleisi Hoffmann, provável candidata do PT ao governo daquele Estado em 2014.

         Não sabemos se sensibilizada pelas recentes vaias à Presidente Dilma a propósito de demarcações de terras, na Câmara, a ministra criticou a atuação da FUNAI e disse que o governo prepara um novo modelo de delimitação de áreas.

         Mas os indigenistas acusam a ministra Hoffmann de agir com interesse eleitoral. Ela nega.
         Com efeito, a FUNAI havia indicado 15 pontos perto da fronteira com o Paraguai para demarcar novos territórios indígenas, exatamente numa das principais regiões agrícolas do Paraná.

         Por outro lado, a Embrapa demonstrou que, hoje, a presença de índios nessa região é recente e mesmo inexistente. A análise também será feita em outros Estados, mas os estudos do Paraná ficaram prontos antes "porque era uma área menor".

         Segundo o técnico da Funai Edívio Battistelli, o local é um sítio arqueológico, e os índios foram compelidos a deixar aquele lugar.

         Para os produtores rurais, os índios estão sendo aliciados com promessas e benefícios para migrar do Paraguai para lá. "Como são índios, ninguém bota a mão neles", diz Silvanir Rosset, presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Guaíra.
         A Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul acusa Gleisi de interromper a demarcação para "fazer as vontades dos fazendeiros que vão financiar sua campanha".

         Quando se candidatou ao Senado, em 2010, Gleisi recebeu R$ 390 mil de empresas ligadas ao agronegócio.

Fonte: FSP, 10/05/2013

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