Invasores da fazenda
Buriti, em Sidrolândia, destruíram o patrimônio dos proprietários legais da
fazenda
(Reprodução/OGlobo)
No país em que até futuro ministro do Supremo sugere que não
se deve levar a lei na ponta da caneta, qualquer coisa é possível, não é mesmo?
por Reinaldo Azevedo
Escrevi aqui, à época, um post que relatava, quase em tempo
real, a invasão da fazenda Buriti, em Sidrolândia, Mato Grosso do Sul, por
índios terenas, que estão sob a influência do Conselho Indigenista Missionário.
O ataque se deu em duas etapas: primeiro a terra foi tomada; depois, a sede. A
casa foi incendiada, destruída, não sobrou nada. Havia uma nova ordem de
reintegração de posse, que vencia na última quarta-feira, 5. Foi suspensa.
Então é importante que se faça a síntese das coisas. A invasão, obviamente, foi
ilegal. Os invasores, não obstante, destruíram o patrimônio dos proprietários
legais da fazenda. Não vai acontecer nada com eles.
Ao contrário: a suspensão
da ordem de reintegração de posse, é inevitável constatar, incentiva novas
ações do gênero.
No país em que até futuro ministro do Supremo sugere que não
se deve levar a lei na ponta da caneta, qualquer coisa é possível, não é mesmo?
Se a lei não existe, tudo é permitido.
MST
Vi no Jornal Nacional o estrago que o MST voltou a promover
numa fazenda da Cutrale. Reproduzo o texto. Volto em seguida.
Uma fazenda no interior de São Paulo voltou a ser alvo do
vandalismo de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Foi
a quarta invasão em cinco anos. A propriedade pertence a Cutrale – uma das
maiores produtoras de suco de laranja do país.
No domingo (2), 300 integrantes
do Movimento Sem Terra invadiram a área. Eles reivindicam a propriedade para
reforma agrária. Antes de deixarem a fazenda para cumprir o mandado de
reintegração de posse da Justiça, o grupo pichou paredes, janelas e telhados
das casas dos empregados.
O escritório e as máquinas agrícolas também não foram
poupados do vandalismo. Ao todo, 60 toneladas de laranja que estavam estocadas
foram parar no chão. E não servem mais para a produção de sucos. Do alojamento
foram levados alimentos e todos os eletrodomésticos da cozinha. Os invasores
destruíram cadeados e fechaduras para entrar na oficina, de onde teriam
retirado motores, baterias e peças.
Esta não é a primeira vez que a Fazenda Santo Henrique é
invadida e depredada. Em 2009, depois de uma ocupação, parte da propriedade foi
destruída. Na época, os integrantes do MST destruíram dez mil pés de laranja
com um trator. Treze pessoas foram presas e denunciadas pelo Ministério Público
por formação de quadrilha, furto e dano ao patrimônio.
Mas a denúncia foi rejeitada pelo Tribunal de Justiça de São
Paulo, porque o processo não especificava qual crime cada um dos acusados tinha
cometido. O caso será julgado pelo Superior Tribunal de Justiça. A polícia
ainda não identificou os líderes da invasão da fazenda.
Encerro
O que vai acontecer com o MST? Outra vez, nada! O movimento
nem sequer existe formalmente. Como será difícil responsabilizar
individualmente os depredadores, a única tarefa dos valentes é preparar a
próxima invasão.
O MST é um aliado do governo petista e tem no ministro
Gilberto Carvalho um de seus principais interlocutores. Carvalho é aquele
senhor que andou sugerindo por aí que o governo não precisa levar muito a sério
esse negócio de decisão judicial…
*Texto da revista VEJA reproduzido pelo Opinião e Notícia
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