Agronegócio
competitivo
Apesar da persistência de problemas
na economia mundial, como os enfrentados pela zona do euro, e da preocupação
crescente com a desaceleração da economia chinesa, entre outras dificuldades
para a expansão do comércio internacional, o agronegócio brasileiro continua a
registrar notável crescimento de suas exportações.
As vendas externas do agronegócio
durante a safra 2012/2013 (entre julho do ano passado e junho deste ano)
ultrapassaram US$ 100 bilhões pela primeira vez na história, com aumento de
4,2% sobre os resultados da safra anterior.
O desempenho do setor tem contribuído
decisivamente para evitar que os resultados da balança comercial do País sejam
piores do que têm sido. Com exportações de US$ 100,61 bilhões e importações de
US$ 16,70 bilhões, a balança comercial do agronegócio registrou, no período
considerado, superávit de US$ 83,91 bilhões.
Recorde-se que, nesse período (de
julho de 2012 a junho de 2013), a balança comercial brasileira, incluindo todos
os produtos, registrou superávit de US$ 9,35 bilhões.
Se tomados apenas os dados do
primeiro semestre deste ano, a diferença entre o desempenho na área de comércio
externo do agronegócio e o dos demais setores é ainda mais notável.
Com exportações de US$ 49,6 bilhões
nos seis primeiros meses de 2013 (10,7% mais do que o total exportado na
primeira metade de 2012), o agronegócio alcançou um superávit de US$ 41,3
bilhões. Como o déficit comercial global do País no período foi de US$ 3
bilhões, "os demais setores tiveram um déficit de US$ 44,3 bilhões",
lembrou o ministro da Agricultura, Antônio Andrade.
Esses números não deixam dúvidas
quando à dimensão do papel do agronegócio no comércio exterior brasileiro, e
mostram também o grau de desenvolvimento alcançado por esse segmento da
economia, que vem conquistando mercado e tornando o País líder mundial em
diversos produtos. Isso se deve à contínua e intensa modernização do campo,
associada a políticas comerciais eficazes.
Novas técnicas de cultivo ou de
criação, uso mais intenso de insumos, mecanização, introdução de novas
variedades, novas formas de gestão, avanço para novas fronteiras mais
produtivas vêm propiciando contínuo e rápido crescimento da produtividade do
campo.
Pesquisa de Armando Fornazier e José
Eustáquio Ribeiro Vieira Filho, publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada, mostra que o índice de produtividade agrícola do Brasil foi
multiplicado por 3,7 entre 1975 e 2010.
O avanço foi aproximadamente o dobro
do observado nos Estados Unidos nesse período. A produtividade, nesse estudo,
considera o aumento do produto não explicado pelo aumento da quantidade de
insumos, mas por ganhos de eficiência, que dependem do desenvolvimento
científico e tecnológico.
Trata-se de um processo de ganho
continuado e que persiste, como mostram as mais recentes projeções para a safra
de grãos 2012/2013.
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), a produção nacional de grãos alcançará 185,05 milhões de toneladas -
um novo recorde. O volume é 0,4% maior do que o estimado no levantamento
anterior da Conab, feito em junho.
Se confirmada essa projeção, a produção
da safra 2012/2013 será 11,4% maior do que a da safra anterior, de 166,17
milhões de toneladas.
Tal produção será alcançada com uma área plantada de
53,23 milhões de hectares, 4,6% maior do que a cultivada na safra anterior.
A
produção crescerá a velocidades mais altas do que a da expansão da área
plantada, o que mostra a persistência dos ganhos de produtividade do campo.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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