Chegam os médicos
cubanos
- Hélio Dias Viana (*)
A insistência do governo
brasileiro em contratar médicos cubanos — que acabou de ser oficializada após
ter sido desmentida mais de uma vez — é inquietante e revela que os atuais
responsáveis pelo País parecem decididos a encaminhá-lo no mesmo rumo da
Venezuela.
De um
lado, como o Brasil tem 400 mil médicos, nosso problema não é a falta deles,
mas de condições básicas para o exercício da medicina nas zonas periféricas e
recônditas, conforme declararam os órgãos competentes da classe.
E não
deixa de ser curioso imaginar que um País com tal quantidade de médicos ainda
precise de apenas de 15 mil, como se esse contingente não pudesse ser
preenchido por nacionais.
De outro lado, o custo desses
quatro mil cubanos — cujos contratos deverão ser de três anos prorrogáveis —
será na ordem de 250 milhões de reais. Está previsto um salário mensal de 10
mil reais, além de ajuda de custo para moradia e refeição.
Fica explicado por que esse
invejável salário não é suficiente em lugares tão pobres, sendo necessária uma
ajuda adicional: o mesmo não será pago aos médicos, mas ao regime cubano, que dele
destinará algumas migalhas para seus escravos a serviço do governo brasileiro.
— Sim, deste mesmo governo que
para perseguir a propriedade privada blasona a existência de trabalho escravo
no Brasil... É só imaginar o que aconteceria com qualquer produtor rural ou
empresário que se entregasse à prática absurda e injusta de não pagar o salário
integral a seus empregados, mas que o destinasse a um órgão que os controlasse
de modo despótico que depois lhes passasse uma quantia irrisória.
A tais médicos cubanos — que
enxameiam na Venezuela chavista e cujos 400 primeiros chegarão imediatamente ao
Brasil, segundo se anunciou — não se exigirá a prova de aptidão para o
exercício da profissão, justamente requerida pelos órgãos representativos da
classe, beneficiando-os assim com uma espécie de cota preferencial. Nem
tampouco o conhecimento do português, o que poderá dar azo a toda sorte de
confusão na sua interlocução com pessoas mais simples.
E eles
chegam no exato momento em que, em localidades com características semelhantes
às descritas para a sua atuação, estão sendo rearticuladas — com o decidido
apoio de várias dioceses — as famigeradas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs),
que constituem verdadeiros soviets para convulsionar o Brasil.
À vista disso, uma pergunta se impõe: não
estarão esses médicos chamados a desempenhar — sob a batuta de Frei Beto, o
principal articulador das CEBs e “muy amigo” de Cuba — uma ação conjunta com
estas?
Por fim, esta decisão do
governo brasileiro aproxima-o dos países onde se exerce uma democracia sui
generis, baseada numa ideologia que a torna surda tanto aos clamores da
opinião pública quanto das associações representativas de classe.
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(*) Hélio Dias Viana é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)
(*) Hélio Dias Viana é colaborador da Agência Boa Imprensa (ABIM)
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