Cai restrição da ABCZ para
receptora meio sangue
Depois da polêmica criada
com a tentativa de restrição imposta pela ABCZ – Associação Brasileira de
Criadores de Zebu para uso de receptoras meio sangue, o mercado de reposição de
fêmeas cruzadas experimenta aquecimento da demanda.
Receptoras meio sangue
Simental, por exemplo, já estão 15% a 20% mais valorizadas em relação aos
preços praticados no primeiro trimestre deste ano, quando a reserva de mercado
foi amplamente divulgada pela mídia.
O fim da restrição acaba
de ser homologado pelo Ministério da Agricultura, referendando decisão tomada
pela ABCZ. Esta situação dá tranquilidade ao mercado.
“A ABCZ entendeu que
apenas recomendar ou dar preferência ao uso de receptoras zebuínas, com medidas
que reduzem custos e estimulam a prática, sem a obrigatoriedade da opção pelo
criador, seria o melhor caminho para criadores de zebu que fazem uso de TE e
FIV”, salienta Mario Aguiar, diretor da Taurus Genética e Tecnologia Ltda
(Botucatu/SP).
O fim da restrição foi
considerado coerente por presidentes de associações de raças europeias como
Simental, Pardo-Suíço e Senepol.
“A esmagadora maioria dos
criadores brasileiros sabe das qualidades da fêmea meio sangue Simental e de
sua inestimável contribuição para a formação de rebanhos produtivos”, alerta
Alan Fraga, presidente da Associação Brasileira de Criadores das Raças Simental
e Simbrasil.
“A normativa anterior
estava provocando a falta de receptoras meio sangue Simental x Zebu. Estas
fêmeas são consideradas entre os criadores, de zebu inclusive, como as melhores
receptoras devido a sua alta habilidade materna, fertilidade e tamanho e
largura de garupa (diretamente relacionada com um parto mais fácil)”.
“A febre da receptora
mexeu com muitos criadores que deixaram de usar raças de comprovada habilidade
materna, como o Pardo-Suíço, e passaram a usar cruzas entre zebuínos para
atender o mercado de receptoras em 2014”, aponta Luiz Sávio de Souza Cruz,
presidente da Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço.
“Muitos criadores estavam
dispostos a descumprir a normativa, preferindo manter a rentabilidade e
produtividade de seus rebanhos. Não há
mais espaço para “decreto-lei” em um país que adota a livre iniciativa”.
Já o presidente da
Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol, Gilmar Goudard,
acredita que a imprensa tem um papel importante na divulgação do fim da
exigência de sangue 100% zebuíno.
“O assunto foi amplamente
explorado no começo deste ano. Estranho apenas é que dessa vez a decisão não
teve tamanha publicidade nos veículos de comunicação como ocorreu com a
normativa anterior”, lembra. “Os produtores dependem dessa transparência para
tomada de decisão”.
Marcelo Gaeta, da Central
Gaeta (Avaré/SP), enxerga um mercado ainda mais aquecido para o meio sangue zebu
x taurino, especialmente o Simental x Zebu, por conta das qualidades deste
híbrido.
“A raça Simental se aplica
em todo o país, em qualquer sistema de seleção ou acasalamento, sendo eficiente
tanto no corte quanto no leite por sua dupla aptidão comprovada na prática”. Em
sua opinião o mercado de meio sangue não se restringe a receptoras, embora seja
valioso.
O texto completo do
Regulamento do Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas pode ser
visto:
http://www.abcz.org.br/AreaTecnica/RegulamentoSRGRZ
Fonte: Miro Negrini |
(15) 98159-9000 | miro.negrini@contatocom.com
Sandra Lima | (15) 98159-8000 |
sandra.lima@contatocom.com
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