... ainda contaminada pela
ideologia
companheira
A Embrapa é uma realização brasileira que poderia ter
emergido em quaisquer circunstâncias, pois corresponde ao que pode ser chamado
de especializações ricardianas, ou seja, as vantagens comparativas relativas,
inteiramente cobertas pela teoria do comércio internacional de David Ricardo
(uma teoria rejeitada por companheiros mais obtusos, que a confundem com alguma
fatalidade do essencialmente agrícola).
Quis o destino -- e nossa trajetória política e tecnológica
-- que ela surgisse durante o governo militar, mais exatamente em 1971. Ela se
fez, como ocorreu com a "substituição de importações" na
pós-graduação de maneira geral, com base na formação de quadros, ou seja, de
capital humano, no exterior e no desenvolvimento de tecnologia própria,
adaptada ao Brasil.
Trata-se do maior sucesso técnico em matéria de agricultura
tropical do mundo, e sua experiência pode ser estendida a todas as demais
regiões com biótipos relativamente semelhantes aos do Brasil, e mesmo
diferentes, pois o essencial está na P&D adaptada ao ambiente geográfico,
ecológico.
Com os companheiros no poder, quiseram transformar a Embrapa
em auxiliar da pequena agricultura camponesa, o que é uma estupidez monumental,
pois agricultura responde a condições técnicas e a dados de mercado,
independente de quem está atrás da máquina ou da propriedade. Agricultura de
sucesso é aquela que produz ao menor custo com o maior volume possível, ponto.
O mercado se encarrega do resto, e guia, justamente, os
passos dos técnicos que precisam responder aos incentivos e estímulos de
mercado para orientar a agricultura.
Tentar transformar a Embrapa em instrumento de justiça
social, de redistribuição de renda é criminoso, pois ela foi feita para
resolver problemas técnicos, não sociais, que devem ser resolvidos na esfera
das políticas públicos, ao maior nível de eficiência possível.
Essa coisa da "diplomacia Sul-Sul" é uma estupidez
em si, para si, e para o Brasil, pois é ideologia misturada ao interesse
nacional.
A Embrapa deve colaborar com outros países da mesma faixa de
latitude pois é nisso que residem suas vantagens comparativas, não porque se
pretenda fazer política da agricultura, ou de uma instituição como ela. Ela
deve disseminar sua tecnologia pois é do interesse da humanidade, não do
governo companheiro.
Ela deve ajudar na produtividade agrícola de outros povos
pois é nisso que reside sua vocação, sem qualquer exploração política ou
ideológica, ou restrição de natureza partidária.
Enfim, uma Embrapa liberta das loucuras companheiras seria
uma Embrapa melhor, e mais eficiente.
Paulo Roberto de Almeida
Fonte:diplomatizzando.blogspot.com.br/2014/02/embrapa-uma-empresa-de-sucesso-mas.html#sthash.3EiGWEmj.dpuf
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