Ao se festejar a recuperação da economia em 2013, é oportuno refletir sobre
o papel decisivo da produção agropecuária
para crescimento do País
Eduardo
Daher
N
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o ano passado, a economia brasileira cresceu 2,3%. O anúncio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE,
nesta quinta-feira, 27, deram imediato combustível para declarações
entusiasmadas das autoridades governamentais e, de outro lado, considerações
mais cautelosas de líderes da oposição.
Como lembrou bem a nota oficial da Central Única dos Trabalhadores, o resultado superou o desempenho de países
desenvolvidos em 2013, como Estados Unidos e do Reino Unido,
que cresceram 1,9%; maior do que o crescimento do PIB da Alemanha, que ficou em
0,4%, maior do que o do Japão, que cresceu 1,6%, e bem melhor do que nos países
da Zona do Euro, onde a economia encolheu 0,4%.
Já na leitura do senador Aécio
Neves (MG), presidente nacional do PSDB, “o desempenho brasileiro é,
no acumulado de três anos, o menor entre as principais economias
emergentes". De todo modo, o fato que qualquer das frentes
políticas hão de concordar é a participação vital para a economia do País,
do seu competitivo agronegócio.
Entre os setores da economia que contribuíram para a alta, o destaque
foi, mais uma vez, a agropecuária, com a impressionante alta de 7% sobre o ano
passado. O setor de Serviços teve alta de 2% e a Indústria 1,3%.
O crescimento
em volume do valor adicionado da agropecuária decorreu do comportamento de
várias culturas importantes da lavoura que registraram aumento na estimativa
anual de produção e ganhos de produtividade, com destaque para soja (24,3%),
cana de açúcar (10%), milho (13%) e trigo (30,4%).
Em 2012, o país não resistiu mais aos efeitos deletérios da recessão, e
amargou o magro PIB de 0,9%. Se
a economia brasileira praticamente estagnou, 2012 foi mais um ano em que o
agronegócio carregou nos ombros a balança comercial do País. Em 2013, alavancou
a possível retomada do crescimento.
Na verdade, a contribuição do campo é expressiva mesmo quando se
traça uma linha do tempo bem mais longa. Entre 1992 e 2011, por exemplo, o
saldo comercial do agronegócio cresceu 574%; o superávit continuou expressivo
mesmo entre 1995 e 2000, quando o conjunto dos demais setores foi deficitário.
Portanto,
ao se festejar a recuperação da economia em 2013, é necessário reafirmar, com
políticas estratégicas e duradouras, o papel decisivo da produção agropecuária
para crescimento do País.
Resta, aos líderes dentro do governo, e na sociedade civil como um todo,
pensarem os rumos econômicos do país de modo a remover antigos entraves que
ainda prejudicam a agropecuária de modo a estimular investimentos no setor –
dos produtores, das instituições de pesquisa e empresas.
(...)
EDUARDO DAHER é economista pela FEA-USP,
pós-graduado em administração de empresas pela FGV-SP e diretor-executivo da
Associação Nacional de Defesa Vegetal, Andef.
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