quinta-feira, 15 de maio de 2014

A Venezuela e os amigos do PT



Venezuela à beira da falência


A fila de consumidores na porta dos supermercados tornou-se paisagem cotidiana na Venezuela e símbolo mais concreto de sua falência econômica. 

Dono da maior reserva de petróleo do mundo e beneficiado pelo preço internacional de US$ 99 por barril, o país convive com três taxas oficiais de câmbio e a escassez de produtos básicos. Em meio aos protestos contra o governo, a população encara a depressão econômica, a inflação recorde na América Latina e o desmonte da PDVSA.

“Nenhum país da região, nem mesmo a Argentina, vive tamanha disfunção econômica”, resume o economista Orlando Ochoa, que coordenou um relatório com outros 46 colegas, em janeiro. O texto concluiu que o governo embarcou em um “círculo vicioso de práticas incapazes de prover estabilidade econômica à Venezuela”. 

A fatura desse quadro cai na escrivaninha de Maduro, eleito em 2013 para suceder Chávez. A oposição e, cada vez mais, os setores populares têm exigido mudanças na área econômica. A resposta do governo aos protestos nas ruas tem sido a repressão.

Esse quadro e todos os demais indicadores negativos estão vinculados ao drama da PDVSA e à dependência do petróleo. A exportação petroleira responde por 96,3% do total embarcado — nível mais alto desde 1950. Segundo o economista José Toro Hardy, em 1998 a estatal projetava produção de 5,5 milhões de barris ao dia até 2003.

Esse nível nunca foi alcançado. São 2,8 milhões diários. O relatório organizado por Ochoa diz ser menos, 2,6 milhões de barris ao dia.

Nos últimos 15 anos, o número de funcionários saltou de 20 mil para 110 mil, e a estatal tornou-se dona das redes de supermercados populares Pdval e Mercal. “O principal negócio da PDVSA deixou de ser o petróleo. 

A eficiência caiu e sua dívida total é estimada hoje em US$ 120 bilhões”, afirmou Hardy.


Assim como há menos dólares gerados pela PDVSA, há menos imposto pago. A dívida pública consolidada saltou de US$ 32 bilhões, em 1998, para US$ 204 bilhões, em 2013. A redução desse passivo não está no horizonte. Ainda assim, a gasolina continua subsidiada e custa R$ 0,01 por litro.

O Estado de S. PauloDenise Chrispim Marin 

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