quarta-feira, 7 de maio de 2014

Só não pode virar Fishbrás...






Peixe dará faturamento equivalente a soja 



Dois ministros de estado, além do governador, Silval Barbosa participaram no último dia 30 da inauguração da maior planta frigorífica de peixes nativos do Brasil, em Primavera do Norte, distrito de Sorriso, a 400 quilômetros da capital Cuiabá. 

A unidade de beneficiamento de pescado foi implantada pela empresa Delicious Fish, do empresário João Pedro da Silva, tradicional produtor de soja da região.

Para o ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, o empreendimento confirma que “o lugar do Brasil é estar entre os maiores produtores de pescado do mundo”. 

Após destacar o trabalho incansável dos produtores da região de Sorriso, que tornaram o município o maior produtor mundial de soja e agora almejam que ele seja uma referência em piscicultura, ele recordou o potencial local para a produção de peixes como tambaqui e pintado.

A previsão é de que apenas os municípios de Sorriso, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde tenham condições de produzir 600 mil toneladas de pescado por ano, o equivalente a 60% da atual produção aquícola nacional.

Alta rentabilidade

Construído com o apoio do BNDES, o frigorífico da Delicious Fish possui 4.800 m2 de área coberta e capacidade para beneficiar 40 toneladas de peixes a cada turno de oito horas.

O empreendimento é estratégico para os produtores de soja de Sorriso e municípios vizinhos aproveitarem 2,4% das áreas degradadas da região para produzir peixe. O pescado cultivado será beneficiado pelo frigorifico, como parte de uma cadeia produtiva que inclui laboratório para produção de alevinos e fábrica de ração, com grãos produzidos na região.

De acordo com a empresa de consultoria Genetic Fish Rise, o cultivo de pescado demandará ao todo 30.790 hectares de lâmina d’água, enquanto a área destinada a soja, apenas em Sorriso, ocupa uma área de 650 mil hectares. 

Apesar disso, o faturamento na produção de peixe e soja, conforme o programado, será praticamente o mesmo. Em Sorriso, por exemplo, a soja apresenta um faturamento anual da ordem de R$ 575 milhões. 

Mesmo ocupando uma área muito menor, a piscicultura deverá faturar R$ 552 milhões por ano, ao obter uma produção média de 20 toneladas de pescado por hectare.

“A piscicultura é uma alternativa econômica muito forte para a região”, disse na ocasião o ministro da Agricultura, Neri Geller, da Agricultura. 

A atividade irá representar um novo e promissor mercado para a soja e o milho da região, que apresentam no local um dos mais baixos custos do País. 

Já a ração representa cerca de 70% dos custos para a manutenção dos criatórios de pescado. Assim, existe forte sinergia entre as duas atividades.


Correio do Estado, 2 de maio de 2014

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