A tropa de elite das exportações
avança lá fora
Érica Polo
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O ano de 2013 não foi dos melhores para o comércio exterior brasileiro. As
exportações somaram 242 bilhões de dólares, com queda de 0,2% em relação ao
ano anterior, e o país fechou a balança comercial (diferença entre
exportações e importações) com saldo de 2,6 bilhões de dólares, o superávit
mais baixo desde 2000.
Esse grupo de empresas representa apenas 1% das companhias brasileiras que
realizaram negócios com o exterior no ano passado, mas foi responsável por
54% das exportações do país.
Os números da tropa de elite dos exportadores brasileiros poderiam ter sido
melhores se não fosse o desempenho ruim da Petrobras. Com a queda na produção
de petróleo, a estatal reduziu as vendas externas 27% no ano passado e se
distanciou da mineradora Vale, a maior exportadora do país.
Um destaque positivo foi o avanço das receitas das empresas de agronegócio,
as principais responsáveis pelo superávit na balança comercial brasileira.
Juntas, elas exportaram 100 bilhões de dólares, ou 41% do total obtido pelo
país em 2013. A demanda chinesa, mais uma vez, foi o grande
impulso.
Os preços de produtos agrícolas, como a soja, oscilaram ao longo do ano, mas
proporcionaram bons ganhos. “Apesar do recuo da cotação média na bolsa de
Chicago, conseguimos aproveitar as janelas de oportunidade para fechar
negócios a preços melhores”, diz Martus Tavares, vice-presidente de assuntos
corporativos da Bunge Brasil, uma das maiores companhias do agronegócio. As
exportações da Bunge cresceram 20%.
Conquistar clientes lá fora é um trabalho de formiguinha para quem ainda está
organizando a estrutura de vendas no exterior. Esse tem sido o maior desafio
da mato-grossense Amaggi, que abriu o primeiro escritório na Europa em 2008,
na Holanda. No ano seguinte, instalou um posto na Noruega e, em 2013, na
Suíça.
“Estamos formando uma equipe de profissionais familiarizados com a cultura
dos mercados que queremos atingir”, diz Judiney Carvalho, diretor-geral da
Amaggi Commodities, o braço comercial do grupo. O trabalho tem surtido
efeito.
Em cinco anos, a empresa avançou do 30º para o 11º lugar no ranking das
maiores exportadoras. No ano passado, sua receita com exportações foi de 2,9
bilhões de dólares, 38% mais do que no ano anterior. “Até 2015, teremos um
escritório na Ásia”, afirma Carvalho.
Para o analista Bruno Lavieri, da consultoria Tendências, além de tudo, o
esforço do governo para criar “campeãs nacionais” nos últimos anos deu um
fôlego extra para algumas empresas ampliarem as exportações. “Houve muita
concessão de crédito subsidiado”, diz Lavieri, sem citar nomes.
Entre as que tiraram bom proveito dos empréstimos oficiais está a JBS. As
vendas externas do frigorífico, oitavo maior exportador do país, cresceram
36%. O agronegócio brasileiro não para de conquistar espaço no exterior.
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Valor, 7 de junho de 2014
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