Confusão adia votação de flexibilização
do superávit primário
O ESTADO DE S. PAULO
Professores foram agredidos pela
polícia do Senado
Brasília - Um grande tumulto entre seguranças do Senado e um grupo de cerca de 30
pessoas que se manifestavam nas galerias contra a votação do
projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e flexibiliza o
ajuste fiscal levou à suspensão da sessão que analisaria a proposta, na noite
desta terça-feira, 3.
Os policiais do Senado utilizaram armas de choque contra
as pessoas que estavam no local e estas foram protegidas por deputados da
oposição. Diante da confusão, o presidente do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), anunciou encerramento da sessão e reaberta nesta quarta-feira, às 10
horas.
A confusão começou porque durante
discurso da senadora Vanessa Graziotin (PC do B-AM) em defesa do projeto do
governo, alguns manifestantes gritaram "Vai pra Cuba". A deputada
Jandira Feghali (PC do B-RJ) entendeu que as galerias estavam chamando a colega
de "vagabunda". Disse que isso era inadmissível. E pediu a Renan que
retirasse os manifestantes das galerias.
Imediatamente Renan deu a ordem para
que os seguranças agissem. Entre os manifestantes estavam alguns partidários do
deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) e pessoas que articulam encontros por redes
sociais, a exemplo do grupo chamado "Brasil livre".
Os seguranças foram truculentos. O
professor de História Alexandre Ângelo Seltz, de 27 anos, foi atingido por uma
arma de choque. "Ele disparou o taser e eu apaguei. Não vi mais nada. É a
truculência da ditadura socialista que eles querem implantar no Brasil",
afirmou. Um outro professor que estava com um lenço tapando a boca gritava:
"ditadura, ditadura".
O policial o empurrou. Imediatamente,
o manifestante gritou: "Maria do Rosário, estão me batendo". Maria do
Rosário (PT-RS) foi ministra dos Direitos Humanos. O segurança fez ameaças:
"Você vai se dar mal. Cala a boca". E, de fato, o professor foi o
primeiro a ser pego pelos policiais. Mas, neste momento, um grupo de
parlamentares da oposição subiu às galerias e começou a proteger os
manifestantes, que gritavam: "Ô Izalci, não deixem tirar a gente
daqui".
A administradora Ruth Gomes de Sá, de
79 anos, foi agarrada por outro agente do Senado, que lhe deu uma gravata e uns
tapas na cara. A mulher gritou, se livrou e usou as unhas contra o policial.
Depois, outro segurança lhe deu uma rasteira. Abaixo, um agente ameaçava todos
com uma arma de choque.
Nesse momento, os deputados Fernando
Francischini (SD-PR), Mendonça Filho (DEM-PE), Ronaldo Caiado (DEM-GO),
Marchezan Júnior (PSDB-RS), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Abelardo Lupion
(DEM-PR) e Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) começaram a se agarrar aos
manifestantes para impedir que eles fossem retirados pela segurança.
Muitas
vezes os parlamentares eram espremidos entre a grade que separa as
arquibancadas das galerias, o segurança e as poltronas. Faria de Sá perdeu a
paciência num determinado momento e gritou: "Não me empurra. Eu sou
deputado".
Ao comentar o tumulto, Renan não
citou o deputado Izalci mas disse que os manifestantes agiam sob encomenda.
"É um caso único no Congresso Nacional. Vinte e seis pessoas assalariadas
tumultuando e paralisando o Congresso Nacional".
O presidente do PSDB, senador Aécio
Neves (MG), que havia pedido para que as galerias fossem abertas para público,
disse que o projeto do governo causará um dano ao Brasil. E que o PT queria
impedir a presença de público nas galerias. "O grave equívoco foi não
permitir, depois de ficar claro que a base e o PT não queriam que as pessoas
acompanhassem a sessão, que as pessoas que aqui estavam pudessem participar. Ao
impedir a abertura das portas das galerias acirrou-se o clima", disse.
"A meu ver o mais grave é o
decreto que vincula a liberação de emendas à aprovação desta proposta, como se
a presidente tivesse colocado um cifrão na testa de cada parlamentar",
afirmou Aécio.
Para o líder do governo na Câmara,
Henrique Fontana (PT-RS), a oposição tentou um golpe. "O que aconteceu
hoje foi um golpe à democracia. Temos uma maioria constituída e a oposição foi
para a galeria obstruir a sessão. Vi diversos parlamentares da galeria
comandado um processo para inviabilizar a votação". (João Domingos,
Ricardo Della Coletta e Daniel Carvalho)
RODRIGO
SOUZA SANTOS
O que magoa é que se fosse o
contrário, um empurraozinho só num manifestante petista, e o mundo viria abaixo
COM O APOIO DA IMPRENSA. Covardes! "Até as aves de rapina reconhecem a mão
que lhes dá alimento". Mas agora, de medinho de enfrentar a sanha petista,
vêem uma pessoa idosa ser agredida, vêem pessoas exercendo seu direito de
protestar serem presas, levando choque, E NADA DIZEM. Apenas um artigozinho em
fim de página. Que vidas tristes dessas pessoas que são usadas como pavimento
do caminho petista. Falta coragem.
AMAURY
MACHADO
Toda partilha acaba em briga, tanto
faz na Papuda, em Pedrinhas ou no Congresso.
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