O SR. MISAEL VARELLA (DEM-MG. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um cidadão pagador de seus pesados impostos
pergunta:
– Como pode o MST
fazer uma invasão pela manhã e, à tarde, ser convidado a visitar o Palácio do Planalto? Seria –
como bem perguntou editorial do Estadão – uma ação entre amigos?
Sr. Presidente, diante de tais ações criminosas, era de esperar que o poder público cumprisse o seu papel, assegurando o respeito ao Estado de Direito e fazendo valer as leis vigentes no País.
Camponesas ligadas ao MST que, pela manhã, invadiram uma propriedade particular e, à tarde, foram amistosamente recebidas no Palácio do Planalto. Depois de terem feito diversas invasões de propriedades alheias – sempre sob a coordenação do MST.
As invasões do MST começaram na semana passada. Cerca de mil militantes do movimento invadiram um centro de pesquisas da FuturaGene Brasil, do Grupo Suzano Papel e Celulose, em Itapetininga (SP), e destruíram estufas, mudas e material genético, além de pichar o local, clamando pela "soberania alimentar".
No local invadido, realizavam-se estudos para o desenvolvimento do eucalipto geneticamente modificado, batizado de H421. Segundo a Suzano Papel e Celulose, os prejuízos ainda não foram calculados, mas a depredação promovida pelo MST causou a perda de anos a fio de desenvolvimento biotecnológico.
Em Brasília, o objetivo da ação do MST foi tumultuar a reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), na qual se discutia a liberação de alguns espécimes transgênicos. Cerca de 70 integrantes do movimento invadiram o auditório utilizado pela CTNBio, conseguindo que a reunião fosse suspensa.
Segundo o jornal Estado de São Paulo, a ação do MST começou no Estado de Goiás. Às 6 horas da manhã, "camponesas" invadiram a unidade fabril da empresaBunge, no município de Luziânia. O protesto se dirigia contra "o agronegócio, o capital estrangeiro e o uso intensivo de agrotóxicos e de transgênicos". As militantes impediram a entrada dos empregados da empresa e picharam a fachada da unidade.
Outras ativistas do movimento foram designadas para ocupar a Secretaria da Fazenda do Estado de Goiás, reivindicando a aprovação da Lei do Fortalecimento da Agricultura Familiar e Camponesa.
No Tocantins, o MST mobilizou 250 mulheres
para o bloqueio da Rodovia Belém-Brasília, na altura da cidade de Guaraí. Em
Alagoas, outras mulheres ocuparam a superintendência do Ministério da
Agricultura.
Segundo o MST, essas invasões faziam parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Camponesas, como forma de comemorar o Dia Internacional da Mulher. Tenho dito.
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