MST comemora ação que
destruiu mudas para
pesquisa de empresa no interior de São Paulo
Para o movimento, sensação
é de vitória porque não houve aprovação do cultivo de eucalipto geneticamente
modificado
POR SÉRGIO ROXO
O MST comemorou a ação de quinta-feira que destruiu mudas de eucalipto
cultivadas há 14 anos para pesquisa genética na empresa FuturaGene Suzano, em
Itapetininga, no interior de São Paulo.
Em texto publicado hoje (sexta-feira) em
seu site, o MST afirmou que os “movimentos sociais saem com a sensação de
vitória”, porque conseguiram barrar a votação na Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio), que liberaria o cultivo de transgênico da espécie.
Questionada sobre os
prejuízos provocados pela ação, Atiliana Brunetto, da coordenação nacional do
MST, disse que a ação era necessária para atrair a atenção para modificação
genética do eucalipto.
- Temos uma obrigação de
denunciar. Se a gente fizesse só passeata, será que iriam nos ouvir? É uma
forma de luta.
A líder sem terra afirma
que as espécies geneticamente modificadas trazem risco para o meio ambiente. O
MST avalia que a produção de mel seria contaminada no país. O mel produzido em
colmeias cujas abelhas visitassem flores de eucaliptos transgênicos também
conteria material transgênico.
Outro ponto é o aumento do consumo de água. O
transgênico consumiria, de acordo com o movimento, mais água durante os
primeiros anos de crescimento, já que a colheita da planta seria feita com
cinco anos e não a partir dos sete, como ocorre hoje.
O MST também relata que os
movimentos sociais do campo estão de prontidão para quando a CTNBio marcar
novamente a votação da liberação do cultivo da espécie geneticamente
modificada.
Na FuturaGene, os
funcionários passaram a sexta-feira contabilizando os prejuízos financeiros e
científicos. A empresa informa que desenvolve o eucalipto geneticamente
modificado desde 2001.
A espécie tem aproximadamente 20% de aumento de
produtividade em comparação com a planta convencional. A tecnologia vem sendo
avaliada desde 2006.
De acordo com a FuturaGene, a mudança permitirá obter
maior volume de madeira utilizando menos recursos. A empresa diz que, quando
obtiver a aprovação na CTNBio, pretende executar o plantio de forma gradual.
Assim, apenas uma parte da área plantada anual seria ocupada com o eucalipto
geneticamente modificado, e a primeira colheita desse plantio chegaria ao
mercado em seis ou sete anos.
http://oglobo.globo.com/brasil/mst-comemora-acao-que-destruiu-mudas-para-pesquisa-de-empresa-no-interior-de-sao-paulo-15524764#ixzz3TeOXuX9M
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