Consumo familiar cai por primeira vez em 12 anos e PIB recua 0,2%
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CARLA
JIMÉNEZ / HELOÍSA
MENDONÇA El País
O aperto econômico se refletiu na
divulgação do PIB nesta sexta. A economia teve queda de 0,2% nos três primeiros
meses deste ano, comparado ao trimestre anterior. Quando a
comparação é feita com o primeiro trimestre do ano passado, a queda fica ainda
mais pronunciada: 1,6%.
O mix de inflação, aumento de desemprego,
crédito mais apertado e queda na renda do trabalhador cobrou a fatura do
orçamento familiar, que começa a ser adequado à nova realidade, confirmando o
quadro recessivo pelo qual passa o Brasil.
Em abril, por exemplo, o salário
médio caiu 2,9% nas seis maiores capitais do país. Enquanto isso, o acesso ao
crédito ficou mais difícil.
Os investimentos feitos por empresas,
ou taxa de investimento, por sua vez, caíram 7,8% no período, a sétima
queda consecutiva. Em relação ao PIB, a taxa ficou em 19,7%, uma das baixas do
continente.
A indústria também recuou em relação
aos três últimos meses de 2014, 0,3%, refletindo o desempenho pífio e as vendas
em queda de setores importantes, como construção civil, que vem promovendo
grandes demissões e a indústria automobilística, que tem reduzido o ritmo de
produção.
Serviços, por outro lado, que responde
por 60% do PIB, teve queda de 0,7% em comparação com o trimestre anterior.
Apenas
a agropecuária, entre os três setores, cresceu. O avanço foi de 4,7%, segundo o
IBGE, porém o setor responde a uma parcela pequena do PIB.
As perspectivas para a economia se
mantêm pessimistas, como o próprio Governo já admitiu ao prever um PIB negativo de 1,2% para 2015. Se confirmado, será o pior resultado registrado nos
últimos 25 anos.
Com
a projeção de até meio milhão de demissões para este ano, segundo consultorias, e uma inflação acima de 8%, a renda do brasileiro deve ficar
ainda mais achatada.
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