segunda-feira, 18 de maio de 2015

IMPULSO AO NEOCOMUNISMO PAPAL



A “BEATIFICAÇÃO” DE DOM HELDER = IMPULSO AO NEOCOMUNISMO PAPAL


Afresco de Antonio Campi (séc. XVI) na Igreja de San Sigismondo em Cremona (Itália)


Ronaldo Ausone Lupinacci (*) 

Narram os Evangelhos que, seis dias antes de sua morte na cruz, Nosso Senhor Jesus Cristo compareceu a uma ceia na casa de Simão, o leproso, quando chegou ao local Santa Maria Madalena, trazendo um vaso com perfume de grande preço (Mateus, XXVI, 6-13; Marcos XIV, 3-9; João XII, 1-11). 

Aproximando-se do Salvador, Madalena perfumou-lhe os pés e enxugou-os com seus cabelos, e, depois, quebrando o vaso, derramou o resto do perfume sobre a cabeça de Jesus. Judas Iscariotes censurou aquele gesto de devoção, objetando que se deveria vender o perfume para dar o dinheiro aos pobres. 

Procurou, assim, instigar os presentes contra o Divino Mestre. Judas aludiu aos pobres como pretexto, porque era ladrão, e queria por a mão nas economias de Madalena, pois era ele quem guardava a bolsa do grupo de discípulos do Salvador. 

Ao longo da História, sobretudo da recente, surgiram numerosos “defensores de pobres”, hipócritas como Judas, que manipulam em seus discursos as carências dos menos afortunados para iludir incautos e idiotas.

A coexistência das características de pretensos defensores dos pobres e de ladrões é, aliás, um fato frequente nos meios políticos, e, muito particularmente, num certo partido hoje em destaque no noticiário policial.

Mas, este episódio traz, paralelamente, outro ensinamento importante: Cristo bem sabia o que se passava no coração de Judas, e, se não o afastou de seu círculo de discípulos foi para deixar a lição de que, no futuro, haveria traidores na Igreja, os famosos lobos com pele de ovelha.

Ocorre, efetivamente, que dentre os falsos defensores dos pobres, afora os ladrões, pululam também os demagogos, que dramatizam as amarguras da pobreza com segundas intenções político-ideológicas. 



                                            Dom Helder Câmara: o arcebispo vermelho 

O preâmbulo acima se relaciona com a anunciada beatificação de Dom Helder Câmara (1909-1999), ex-arcebispo de Olinda e Recife, que ficou conhecido como “Arcebispo Vermelho” em razão de sua trajetória pró-comunista (1).

Com efeito, em 9 de abril último o atual titular daquela arquidiocese pernambucana, Dom Fernando Saburido, com aprovação do Vaticano, assinou o edital de abertura do processo canônico da anunciada beatificação. 

Cumpre assinalar, de passagem, que com a modificação do Código de Direito Canônico em 1983, o ritual da canonização se tornou extremamente simplificado, ou seja, perdeu os rigores investigativos que antes existiam, de modo que a elevação aos altares passou a significar mera escolha pessoal do Papa, excluindo-se, assim, a incidência da hipótese teológica de infalibilidade (2). 

Não é possível aqui descrever toda a longa trajetória de Dom Helder, desde as iniciais simpatias pelo nazi-facismo, até duradoura aproximação com o comunismo. Para os leitores que queiram mais detalhes sugiro consulta ao trabalho bem escrito por Julio Loredo para a publicação “Corrispondenza Romana” (“Quem foi realmente Dom Helder Câmara”) (3).

E, para os leitores que queiram se inteirar da atuação de Dom Helder na conspiração urdida para promover a autodemolição da Igreja indico o livro de Roberto De Mattei intitulado “O Concílio Vaticano II – Uma História Nunca Escrita”(4).

Dom Helder Câmara foi um dos articuladores da criação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), também ela de notório histórico esquerdista (5). Dom Helder, ademais, entre tantas outras iniciativas de favorecimento ao comunismo quis desestimular os norte-americanos na manutenção de seu potencial bélico, advogou a entrada da China comunista na ONU em substituição à China Nacionalista (Taiwan), defendeu o regime de Fidel Castro. 

No âmbito nacional, o fato mais grave consistiu no acobertamento do incólume Padre Joseph Comblin, responsável pela elaboração de minucioso e drástico plano para implantação do comunismo no Brasil. 





No ano de 1977, por ocasião da comemoração do dia 13 de maio, data da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, o líder católico Plínio Corrêa de Oliveira [foto abaixo] proferiu conferência na qual procurou discernir o conteúdo da terceira parte da mensagem transmitida em 1917(6). 

Esta terceira parte se mantinha (e se mantém) oculta pelo Vaticano sem esclarecimentos satisfatórios para o silêncio, embora se saiba que deveria ter sido divulgada no ano de 1960. 

Na ocasião Plínio Corrêa de Oliveira formulou a hipótese de que o segredo consistiria em aviso sobre o apoio e reinstalação do comunismo – já então enfraquecido e desorientado – pelo Papado e pela Hierarquia Eclesiástica.

Pesquisas posteriores vieram confirmar o acerto daquela hipótese. Em primeiro lugar, algum tempo depois se iniciou a derrocada da Cortina de Ferro, e ao estiolamento da força de impacto da propaganda comunista. Em segundo lugar, foram surgindo indícios seguros acerca do conteúdo do segredo inserido na terceira parte da Mensagem de Fátima.

Assim, quando no ano 2000 o Vaticano quis despistar a opinião pública com a divulgação de versão incompleta daquela terceira parte inúmeros estudiosos (principalmente o Padre Paul Kramer e o jornalista Antonio Socci) (7) se levantaram para demonstrar o provável conteúdo até então oculto, a partir de inúmeros depoimentos de pessoas dignas do maior crédito que ou haviam lido o manuscrito da vidente Lúcia (8), ou haviam obtido informações indiretas de quem o lera. 

Portanto, embora não se conheça o texto exato (o documento que circulou em 2010 foi falsificado), se sabe, com segurança, que o segredo fala da apostasia (traição) na Igreja com menção expressa ao Papado, a qual sem ele, aliás, nem seria possível. Fica claro, portanto, o motivo pelo qual Roma sonegou o chamado “Terceiro Segredo” ao conhecimento público: a orientação pós-conciliar de aproximação com o mundo neopagão, e, com o comunismo ficaria desmascarada. 

Vários fatos, mais exatamente sintomas, levam a pensar que o comunismo, embora ferido de morte – e, talvez exatamente por isso – esteja preparando uma nova ofensiva, com a participação de todas as suas forças auxiliares, inclusive aquelas infiltradas na Igreja. 

Um sinal surgiu com a renúncia do Papa Bento XVI que vinha seguindo uma linha progressista moderada e ambígua. Para acelerar o processo revolucionário era necessário substituí-lo, e, tanto a eleição como a orientação do atual Papa Francisco vieram confirmar a suposição. 

Mas, no que consistirá tal ofensiva? Não sei exatamente, mas me parece que entre tantas frentes possíveis por certo começará por um recrudescimento da agitação, visando convulsionar pelo caos as nações do Ocidente, já envoltas em tantas crises. 

E, neste contexto se situa a beatificação de Dom Helder Câmara, a ser apresentado para as massas desinformadas como um “santo” a ser imitado e seguido, em sua demagógica instigação da luta de classes e do combate ao capitalismo, e ao direito de propriedade. 

Graças à atuação de Dom Helder e demais membros da corrente pró-comunista do Clero se desenvolveram as comunidades eclesiais de base, embrião de movimentos de desagregação como o MST, “exército” comandado por João Pedro Stédile e estimulado pelo ex-presidente Lula.

Neste sentido chamam a atenção as iniciativas das mais altas autoridades eclesiásticas, inclusive do Papa Francisco, no sentido de prestigiar movimentos socialistas, tais como MST, Via Campesina, Cartoneros (Argentina) (9), ou assegurar sobrevida à ditadura cubana (10). 

Alguns leitores poderão se espantar que um católico, como eu, possa fazer acusações tão graves contra seus superiores na hierarquia da Igreja. 

Adianto que as fiz com tranquilidade de consciência, e, com a convicção resultante de décadas de estudos, colheita, análise e seleção de provas, e consequentes reflexões, inclusive sobre o dever do leigo de se opor de público (e não apenas pelo “silêncio obsequioso”) a atitudes dos clérigos quando estas concorrem para a destruição da Igreja ou da civilização cristã.

Hoje está claro porque foi a própria Mãe de Deus quem veio falar aos homens nas aparições de Fátima (e outras), porque a corrupção doutrinária e comportamental das autoridades religiosas chegaria a tal ponto que, não fossem as ameaças e promessas de punição e saneamento contidas nas referidas aparições, muitos poderiam perder a Fé.

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Notas: 
(1)http://www.pliniocorreadeoliveira.info/1969_218_CAT_O_Arcebispo_vermelho.htm 
(2)http://www.traditioninaction.org/bev/166bev04_28_2014.htm
(3)http://fratresinunum.com/2015/04/10/quem-foi-realmente-dom-helder-camara/ 
(4)http://caminhosromanos.com/index.php?route=product/product&product_id=50 (5)http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/15673-2015-02-20-00-10-34.html;http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2015/04/30/video-sensacional-estudante-desmascara-palestrantes-petistas-na-puc-de-goias-e-e-agredido-claro/ 
(6)http://www.traditioninaction.org/SOD/j127sdFatimaMysteryt_5-13.htm 
(7)http://www.devilsfinalbattle.com/port/ ; http://www.fatima.org/port/news/051607socci.pdf 
(8)https://www.facebook.com/lancelee.osbourn/posts/501532876542445 
(9)http://www.paznocampo.org.br/destaques/Reverente_e_Filial_Mensagem.pdf (10)http://www.cubdest.org/1506/c1501franciscoav.htm 
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* O autor é advogado e pecuarista.  
(http://jornalnovafronteira.com.br/sem-categoria/a-beatificacao-de-dom-helder-impulso-ao-neocomunismo-papal/ )

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