Com participação de 756 de seus 800 delegados, foi visto como um dos encontros de mais baixo envolvimento da militância de sua história recente, conforme três observadores que desde os anos 1990 participam dos debates da sigla.
O esvaziamento, de fato, não foi numérico, afinal 94,5% dos inscritos participaram. O desânimo apareceu no campo de debates de ideias e até na falta de empolgação nos discursos de seus líderes. Na abertura do Congresso cinco oradores falaram, mas apenas um deles teve a atenção total do público: Lula.
Enquanto o presidente do diretório baiano, Everaldo Anunciação, e o presidente do diretório nacional, Rui Falcão, falavam, dezenas de delegados conversavam como se estivessem em uma mesa de bar. Era até difícil ouvi-los, mesmo pelos alto-falantes.
O anfitrião do encontro, o governador da Bahia, Rui Costa, enfrentou uma situação pior, enquanto discursava um grupo da juventude petista o vaiava e gritava a palavra Cabula, nome do bairro onde houve uma chacina praticada por policiais militares em fevereiro deste ano. Costa defendeu a atuação dos policiais.
Mais revelador ainda foi o caso de Dilma Rousseff, que falou por mais de 50 minutos e se deparou com uma situação constrangedora. Vários militantes deitaram no chão.
Alguns cochilaram enquanto ela defendia seu Governo e pedia o apoio de seu partido —uma relação que nunca foi fácil para a ex-militante do PDT. Mais de uma centena deixou o local do evento antes mesmo do fim do discurso da presidenta, ainda que a maioria dos delegados estivesse hospedada no mesmo hotel do encontro.
Apesar dos esforços de acomodação, o muro apareceu de novo.
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