quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Viés esquerdista do Itamaraty



Adolpho Lindenberg *
Itamaraty


Houve tempo em que o Itamaraty era considerado em todo o mundo como padrão de excelência,  classe e aptidão para promover as exportações do Brasil. Dois governos petistas conseguiram inverter esse quadro que dignificava nosso País. Marco Aurélio Garcia, assessor da presidente Dilma no Ministério das Relações Exteriores,  conhecido por sua ideologia marxista e por uma acentuada aversão aos Estados Unidos, tem trabalhado obstinadamente para obter a substituição de embaixadores,  cônsules e adidos de alto nível profissional, por elementos fieis à mentalidade terceiro mundista.
Num período relativamente curto de tempo, assistimos à formação do  Mercosul, que só tem servido para prestigiar os regimes bolivarianos, limitar a influência dos EUA  na América latina, e adiar acordos comerciais com a União Europeia; ao esforço farsesco e frustro da diplomacia brasileira para reconduzir ao poder o derrocado presidente bolivariano Zelaya;  à exclusão do Paraguai do Mercosul como represália pelo fato de seu governo ter deposto o presidente Lugo; ao apoio ostensivo ao governo chavista na Venezuela;  à injeção de rios de dinheiro em Cuba;  e a inúmeros outros fatos menores, mas significativos.
A mídia e os partidos da oposição  não têm poupado tempo para criticar a corrupção e os desmandos econômicos do governo Dilma.
O ministro Levy, da Fazenda, por sua vez, foi nomeado ao cargo dando uma primeira impressão de que executaria uma política favorecedora da livre iniciativa,  de bom senso,  de correção das benesses popularescas de triste lembrança. Mas o governo, nem sequer para incentivar aparências e acalmar os descontentes, chegou a propor uma inversão de rumo em nossa política exterior.
Os Estados Unidos são nosso segundo maior parceiro comercial, e não ocupam o primeiro lugar porque nossa diplomacia bolivariana deu todas as prioridades à China; os países latino- americanos do Pacífico, que optaram por negociar uma zona de livre comércio com Estados Unidos, viram suas economias prosperar. Em sentido contrário, nossa diplomacia, usando dinheiro público do BNDES, dedicou-se, pelo contrário, a subsidiar empreendimentos em países comunistas da África,  em Cuba e na Venezuela,  ou seja,   utiliza nossos recursos para implementar sistemas  ideológicos afins ao PT.
São ou não são fatos do conhecimento público, que por causa dessa política externa autodemolidora estamos presenciando o declínio preocupante de nossas exportações?
Um coisa é certa:  ou as autoridades nacionais promovem uma urgente e profunda alteração nos quadros dirigentes de nossa política externa, ou qualquer promessa tranquilizante de  Dilma será um mero engodo.

O autor é presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira

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