segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Conselho Missionário promove conflagração no Mato Grosso?

Antônio João vive tensão com onda 
de invasões indígenas

Do Progresso


Diversas fazendas foram invadidas por índios nos últimos dias e famílias do Distrito de Campestre também foram expulsas. (Foto: Isaías Lobo)

O município de Antônio João, na fronteira com o Paraguai, está mergulhado num clima de tensão depois de uma onda de invasões de fazendas por índios que reivindicam as terras particulares, algumas delas escrituradas há quase um século. 
O prefeito Selso Lozano (PT) afirma que, além de nove fazendas, os indígenas invadiram residências do distrito de Campestre e expulsaram 40 famílias. A invasão começou na fazenda Primavera, no fim de semana, quando os índios fizerma o caseiro, a mulher dele e três funcionários reféns. 
“Será que o governo Federal vai deixar acontecer uma tragédia anunciada na questão de invasões de terras indígenas”, afirma Selso. Ele também conta que enviou ofício para vários órgãos pedindo ajuda para resolver a situação, mas está faltando apoio governamental para acabar com a crise fundiária no município. 
A situação chegou ao extremo de os próprios índios fotografarem as ações durante as invasões e postarem no facebook. Um desses endereços eletrônicos é do indígena Isaías Lobo do Vale, que é professor em Antônio João, e acompanhou a invasão à Fazenda Primavera. As imagens que ilustram essa reportagem foram baixadas do facebook.
A advogado e antropóloga Roseli Maria Ruiz, presidente do Sindicato Rural de Antônio João, denuncia que as invasões são articuladas pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi). “Nereu Schineider, do Cimi, esteve no Distrito de Campestre dia 18 de agosto, com um veículo de propriedade de um escritório de advocacia de Dourados e organizou tudo”, denuncia.
Segundo ela, no dia seguinte os caciques que eram contra as invasões foram destituídos e passou a vigorar a ordem de invadir propriedades na região e a sede do município. 
“Todas as promessas de invasão foram cumpridas os índios ameaçam fechar as entradas de acesso a sede do município e colocar fogo na cidade”, alerta Roseli Maria Ruiz. 
“Diante de um caos dessa magnitude não tenho ideia do que fazer para garantir a ordem, contactamos todas as autoridades e poderes de polícia, mas até o momento não tivemos respostas”, lamenta. “Infelizmente estamos vivendo esse terror de desmando que o Cimi vem plantando com sucesso em todo o País”, completa Roseli Maria Ruiz.

Com 95 propriedades rurais invadidas por indígenas, Mato Grosso do Sul é atualmente o foco nacional dos conflitos fundiários. Com o objetivo de debater os impactos do atual cenário de insegurança jurídica no campo, Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul) realiza hoje uma reunião com lideranças rurais e políticas, a partir das 10h, na sede da instituição, em Campo Grande. 
Em menos de dois meses, o quadro se invasões no Estado aumentou consideravelmente, saindo de 88 para o atual patamar de 95 propriedades. Na última quarta-feira, o presidente da Famasul, Mauricio Saito, se reuniu com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa, no Ministério da Justiça. 
A audiência no Ministério foi agendada pelo deputado estadual João Grandão e previa a participação do parlamentar e de lideranças indígenas que não compareceram ao encontro. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, teve uma agenda no Planalto e também não esteve presente.

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