Em duas operações,
realizadas em Mato Grosso do Sul, Maranhão e Piauí, a PF desbaratou
esquemas de fraudes em aposentadorias que totalizaram R$ 15 milhões
Índios
eram recrutados no Paraguai para fraudar aposentadoria rural
Marcelo Casal
Júnior/Agência Brasil
Em duas ações distintas, realizadas em estados
diferentes, 14 pessoas foram presas nesta terça-feira (25) por práticas de
crimes previdenciários. Uma das operações da Polícia Federal que mais chamou a
atenção dos investigadores foi a denominada Coiote Kaiowá.
Para fraudar
aposentadorias, os donos de uma financeira, em Mato Grosso do Sul,
traziam índios do Paraguai para receberem benefícios como se fossem
brasileiros. Nesse caso, o prejuízo para o INSS (Instituto Nacional de Seguro
Social) foi de R$ 4 milhões. Na outra ação da PF, desencadeada no Maranhão e
Piauí, as irregularidades somaram R$ 11 milhões.
Na Operação Coiote Kaiowá, desencadeada em Amambai
e Aral Moreira, no interior de Mato Grosso do Sul, as fraudes envolviam um
casal proprietário de uma financeira e um ex-chefe de uma aldeia indígena da
região. Eles falsificavam certidões de atividade rural da Funai (Fundação
Nacional do Índio) e registravam índios paraguaios como se fossem brasileiros.
Além disso, eram expedidos documentos de indígenas que não existiam, cujas
aposentadorias ficavam para os envolvidos, assim como faziam empréstimos
consignados fraudulentos. Com a apreensão de grande quantidade de documentos, a
PF acredita que o valor das irregularidades seja bem maior do que o apurado até
agora. Quatro pessoas foram presas.
Quilópode
Na Operação Quilópode, realizada em sete cidades do
Maranhão e em Teresina, a Polícia Federal está cumprindo 10 mandados de prisão
desde a manhã desta terça-feira de envolvidos também em crimes previdenciários.
O esquema envolvia fraudes em benefícios de Amparo Social ao Idoso, cujas
titulares eram fantasmas. O grupo, segundo a PF, atuava desde 2010 e contava,
com a participação de um servidor do INSS, responsável pela concessão das
aposentadorias, além de funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal
e Correios.
O nome da Operação Quilópode é uma alusão à
palavra de origem grega que significa aquela que tem mil patas, uma forma de
demonstrar a ramificação do grupo criminoso.
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