... mas perseguição a ruralistas continua
Por Paulo Henrique Chaves
O
Estado de Roraima ainda padecia da tragédia da demarcação do Território
Indígena Raposa/Serra do Sol, quando nova perseguição começou a se abater
sobre pioneiros ruralistas em outra região do Estado. Tratava-se desta vez de expulsar da Serra da Lua os seus habitantes
tradicionais, para dar lugar ao Parque
Nacional do Lavrado.
Contudo, Deus dispôs as coisas de tal maneira que bastaram alguns
meses de campanha de nossa reportagem através da entidade Paz no Campo – dirigida pelo Príncipe Dom Bertrand de Orleans e
Bragança –, ao lado da Associação
dos Moradores e Produtores Rurais
da Serra da Lua, para que
se obtivesse uma vitória muito significativa.
Com efeito, o governo federal além de atender outras de
nossas exigências, acabou também por revogar aquela absurda pretensão e os
produtores não serão mais expulsos de suas terras.
O
livro-reportagem Roraima: cobiça internacional com novas perseguições aos produtores
rurais, escrito a quatro mãos como o meu colega Nelson Ramos Barretto, somado
à forte resistência do povo roraimense, já alcançou
assim o seu objetivo maior: 1) a revogação do decreto que impunha a
desapropriação de mais uma larga faixa de terras junto à fronteira com a Guiana
inglesa; 2) integrar o Estado ao Sistema Interligado Nacional de energia
elétrica, outra demanda dos roraimenses.
Em meados
do ano passado, fomos procurados pela veterinária
Cristiane Thomé da Associação dos
Moradores e Produtores Rurais da região da Serra da Lua que nos relatou a
preocupação e a grande aflição dos proprietários que estavam para ser expulsos
de suas terras em virtude do Decreto 6.754,
de 2009. Portanto ainda no governo Lula da Silva, que transferia
"gratuitamente" as terras da União para o novo estado de Roraima, mas
colocando como condição a criação do Parque
Nacional do Lavrado. Para torná-lo realidade, o IBAMA vinha agindo então para
expulsar as 132 famílias de produtores rurais da região da Serra da Lua que
exploram a pecuária nessas terras há mais de 100 anos.
Diante
de tamanha injustiça, resolvemos regressar a Roraima, pois havíamos estado lá
em 2008, por ocasião de outra iniquidade que foi a demarcação do território
indígena Raposa/Serra do Sol, viagem da qual resultou uma extensa reportagem,
consubstanciada também em livro. Agora retornamos à região da Serra da Lua,
município de Bonfim, fronteira com a ex-Guiana inglesa, no extremo norte de
nosso país-continente para saber, in
loco, o que se passava com os descendentes de desbravadores, então ameaçados
de expulsão de suas terras para dar lugar a mais um parque ecológico.
De nossa viagem resultou o livro-reportagem, que por
sua vez foi sendo veiculado nas redes sociais, alcançando grande repercussão,
razão pela qual os meios políticos começaram a se mover para evitar outra catástrofe
para aquele Estado. Tivemos notícias de que a
nossa reportagem chegou às mãos das autoridades de Roraima, que se
empenharam em tomar providências imediatas para impedir a demarcação.
Daí resultou a primeira vitória que consistiu simplesmente na revogação do
decreto de 2009.
Em recente viagem a Roraima, a Presidente da
República anunciou a assinatura de decreto abdicando da construção da Unidade de
Conservação do Lavrado, desobrigando assim o Estado de criá-lo, como estava
previsto no decreto 6.754/2009. Eis as suas palavras textuais: "Assino hoje, aqui em Boa Vista , um novo
decreto sobre destinação de terras da União abdicando da criação de unidades de
conservação".
(http://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2015/12/dilma-anuncia-em-rr-licenca-para-construcao-do-linhao-de-tucurui.html)
Outra
vitória foi a liberação da licença do IBAMA que permitirá Roraima ficar
integrado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) através do linhão de Tucuruí.
Roraima era o único estado da Federação que não se achava unificado ao sistema
por mero capricho da FUNAI, o que constituía um escândalo a ser divulgado pelos
quatro cantos do Brasil.
Em
nossa reportagem, salientamos que tal interligação significava mais que energia
abundante e barata, era também uma necessidade para o desenvolvimento do Estado,
ponto muito ressaltado por nós. A partir de agora, não ‘faltará mais luz’ como
nos últimos tempos, em que o Estado vinha enfrentando diversas quedas de
energia devido a falhas no fornecimento da energia de Guri, Venezuela, que
abastece Roraima.
Gostaria
de chamar a atenção dos leitores para que não nos iludamos com este passo
atrás, pois pareceu-nos muito mais um recuo tático e circunstancial com fins de
busca de apoio político do que persuasão de erro anterior ao engessar
praticamente 90% do território de Roraima. Por outro lado, a cobiça
internacional sobre a Amazônia não deu mostras de arrefecimento.
Como
tive ocasião de escrever em edição anterior de Inconfidência, a febre de demarcações dos governos do PT não cessa.
Para perseguir produtores, eles fazem surgir índios onde nunca os houve;
transformam descendentes de negros em quilombolas onde jamais existiram
quilombos; espalham favelas rurais como praga em nossos campos com a demagógica
Reforma Agrária; erigem parques ecológicos em terras trabalhadas por pioneiros
radicados há mais de um século.
É nossa
tese de que os produtores rurais brasileiros não suportam mais tanto descaso
com o seu direito natural à propriedade privada, ao trabalho e ao sustento
familiar, direito esse concedido por Deus e anterior ao Estado. Quantas
desapropriações injustas de terras foram feitas pelos últimos governos, não apenas
em Roraima, mas em todo o País, simplesmente para dar continuidade aos seus
planos prenhes de utopia socialista e que conduzem forçosamente à miséria!
A mídia nacional tem sido muito parcimoniosa no que
se refere às denúncias sobre o tribalismo indígena. Na proporção em que a mídia
é vezeira em noticiar alarmismos eco-ambientalistas, ela o deixa de ser quando
se trata de denúncias sobre a ação criminosa de ONGs e organizações oficiais
que manipulam os índios para investir contra propriedades particulares. Só no
Mato Grosso do Sul já são quase 100 fazendas invadidas por índios, na maior
parte das vezes, movidos pelo Conselho Indigenista Missionário – CIMI,
órgão vinculado à CNBB.
Encontra-se
em curso uma Comissão
Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para
investigar o CIMI. No mesmo sentido, em meio ao enigmático silêncio dos meios
de comunicação, a Câmara dos Deputados instalou em novembro p.p., presidida
pelo deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), uma CPI para investigar a atuação da
FUNAI e do INCRA em demarcações de terras.
Foi
a ele quem a deputada Mara Caseiro – que preside a CPI sul mato-grossense –
entregou recentemente graves e importantes documentos comprovando as denúncias
de que o CIMI teria financiado e incitado invasões de propriedades particulares
por indígenas no Estado de Mato Grosso do Sul. O deputado Alceu Moreira avaliou
que há várias formas de influências na demarcação de terras indígenas: do CIMI,
de parte da Igreja e da FUNAI. E completou: “Esse crime é de laboratório e feito a muitas mãos”.
Portanto, são
duas CPIs, sendo uma estadual e outra de âmbito federal que poderão resultar na
descoberta e penalização dos agentes ocultos dessa imensa revolução tribalista
que ameaça o estado de direito do Brasil. A
CPT e o CIMI pregam abertamente o conceito de “territorialidade”, segundo o
qual vastas regiões da Amazônia e do país deveriam ser transformadas em
territórios autônomos para os índios, para os quilombolas e para os
"sem-terra”. Se isso acontecer, infelizmente, enquanto unidade política e
social, a nação brasileira deixará de existir.
Já na década de 1970, quando Plinio Corrêa de
Oliveira publicou sua obra Tribalismo
Indígena, ideal comuno-missionário para o Brasil no século XX, denunciando
a ação do CIMI – Conselho Indígenista Missionário por sua ação subversiva junto
aos índios, não foram poucos o que o acusaram de visionário e alarmista.
Nesses 40 últimos anos, no entanto, ficou provado
que existe toda uma conspiração internacional formada por ONGS, órgãos da ONU e
figuras esquerdistas do episcopado, atuando em uníssono, visando criar, entre
outras, uma questão indígena baseada no falso conceito de que a
catequese e a civilização atentam contra os costumes, as crenças e o modo de
viver deles.
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