Alemanha tem interesse na soja roraimense
Embaixador alemão esteve em Roraima para conhecer o plantio de soja não
transgênica e estudar logística de exportação
Roraima produz um tipo específico de
soja não transgênica que interessa aos alemães (Foto: Neto Figueredo)
A Superintendência Federal de
Agricultura (SFA) recebeu, na semana passada, o conselheiro para Alimentação,
Agricultura e Defesa do Consumidor da Embaixada da Alemanha, Martin Nissen, que
veio a Roraima para visitar as plantações de soja e buscar parcerias para
futuros investimentos. De acordo com o superintendente da SFA, Plácido Alves, o
conselheiro demonstrou interesse na soja não transgênica, que é plantada
exclusivamente em Roraima.
“Em nenhum outro Estado se produz
esse tipo específico. Então, ele veio para ter certeza de que aqui se trabalha
com esse grão”, afirmou Alves ao frisar que o órgão levou o embaixador para
conhecer os maiores produtores da região. “Durante o percurso, outra
preocupação foi com a logística, pois é necessário saber como o produto vai
sair daqui. A alternativa que mostramos para ele foi pelo porto que existe na
Venezuela, mas ele achou temerário, afirmando que não há segurança jurídica”.
Segundo Plácido Alves, outras
possibilidades para a exportação do produto estão sendo avaliadas. “Uma das
alternativas propostas por Martin Nissen é encontrar um investidor que possa
construir um porto no Amazonas. A outra seria a construção da rodovia que
ligaria a Capital de Roraima ao Porto de Georgetown, na Guiana. Inclusive, esta
semana os alemães estarão lá para estudar e viabilizar essa situação”,
comentou.
Após a visita, foi acordado que o
conselheiro alemão vai propor um seminário, no mês de junho, em Brasília, com
os produtores de soja de Roraima juntamente com os compradores alemães. “O
intuito é trocar experiências e conhecimento sobre o plantio do grão, sendo uma
forma de estimular o comércio. Nissen quer mostrar a soja do Estado para o
mundo, pois afirma que dificilmente em outro País ela é 100% sem
transgenia como aqui”.
Quando a plantação não é transgênica,
conforme Alves, os compradores internacionais dão um bônus de até 25% em
relação ao que é produzido. “A partir de agora, surgirão novos compradores para
que isso se torne uma realidade. Vale ressaltar que não é só a Alemanha que tem
interesse, mas países como o Irã, Rússia, Iraque e outros”, afirmou.
Para Plácido, é importante que o
Estado continue a estimular investidores desse nível. “Nossa intenção é abrir
novos caminhos para escoar a produção de soja tradicional de Roraima e, dessa
forma, dar mais oportunidades para que os produtores possam escolher o melhor
parceiro comercial”, destacou. (B.B)
Produção de grãos
cresce 10% em Roraima
A produção de grãos em Roraima teve
um aumento de 10% em relação ao ano passado. O plantio de soja vai começar em
maio e a expectativa dos produtores, com a chegada das chuvas, é de um bom
resultado. Nos demais estados brasileiros, que têm um calendário de colheita
diferenciado, a safra de 2015/16 aumentou 0,6% em relação à 2014/15, o que
representa um acréscimo de 1,3 milhão de toneladas, conforme dados da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab).
O produtor Aloísio Nascimento afirmou
que o calendário de Roraima é diferente do calendário do resto do Brasil. “No
Hemisfério sul do País, que basicamente compreende toda a produção, foram
colhidas cerca de 100 milhões de toneladas de soja e mais de 200 milhões de
outros grãos. Aqui, em Roraima, nós estamos começando o preparo do plantio, que
começa no dia 1º de maio”.
Segundo ele, do ano passado para cá,
o Estado teve um aumento de 10% na produção. “Vamos permanecer com a área de
soja de 25 mil hectares e, em contrapartida, aumentamos 2.500 mil hectares de
milho de alta tecnologia. O número total para a safra de 2016 é de 27.500 mil
hectares”, informou.
Nascimento disse que, em 2016, haverá
também uma plantação de soja precoce. “Em Roraima sempre plantamos soja não
transgênica. Mas este ano, em parceria firmada com a Embrapa, foram liberadas
algumas variedades que chamamos de precoce. Então, dos 25 mil hectares, 10 mil
serão destinados para esse tipo soja. Com isso, teremos algum tipo de safrinha
de milho, girassol e sorvo, que são exemplos de outras variedades que podem ser
plantadas”, destacou.
Conforme ele, para a agricultura, o
ano de 2015 foi marcado pela forte estiagem que atingiu todo o Estado. “O ano
passado foi horrível em razão do fenômeno El Niño. Mas ele está diminuindo e em
2016 entraremos no sistema La Ninã, que acontece quando as águas do
Pacífico ficam mais geladas. Ou seja, teremos abundância de chuva”, explicou.
A expectativa é positiva em relação à
colheita deste ano. “O que move o produtor é a esperança. Por isso, com a
chegada das chuvas, esperamos ter uma produção positiva. Na verdade, o que
queremos é que seja algo bom para todos e automaticamente para o Estado”,
complementou. (B.B)
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