domingo, 30 de setembro de 2018

"▬ Nós vamos tomar o poder!"




Zé Dirceu: ▬ Nós vamos tomar o poder!

Péricles Capanema

“É questão de tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”.

Aviso de José Dirceu, ganhar eleição é só caminho. Tomar o poder, questão de tempo e de fundo, o objetivo. E vão consegui-lo, garante, sob vários aspectos, o mais simbólico e importante líder do PT. El Pais, o jornal espanhol, publicou em 27 de setembro entrevista reveladora com Pedro Caroço (ou Daniel, ou Carlos Henrique) em que reconhece, continua ativo nos bastidores:

▬ Tenho 53 anos de direção política.

Lembrou ainda Zé Dirceu: ▬ Em 2013, eu era a peça principal do PT.

Pergunta o jornalista: ▬ E o que significa o senhor e Lula estarem presos?

▬ Não muda nada no Brasil.

▬ E para o PT? As duas principais cabeças do PT estarem presas não significa nada?

▬ Estão presas, mas não param de dirigir, de comandar.

Chefiar rumo a quais objetivos? O antigo guerrilheiro na entrevista mira as eleições de 7 e 28 de outubro. Mas ao distinguir claramente entre vencer uma eleição e apossar-se do poder, indica passo além, em verdade, a venezuelização do Brasil.

Ao esboçar objetivos últimos, açula mais uma vez a militância radicalizada, coisa que sempre tem em vista e sabe fazer. Adiantou aos seguidores, o partido avança para tomar o poder (“fui o principal dirigente do PT por quase duas décadas”, de novo recordando a autoridade para falar).

Na etapa de domínio totalitário do Estado, o Partido teria tarefas novas. Plasmaria a sociedade segundo modelo coletivista, ateu, igualitário. Com isso, moldaria mentalidades, talharia convicções, tentaria criar o homem novo da utopia marxista. Perpassam as ameaças (para nós, brasileiros, vítimas do experimento; para os petistas, sopa no mel) de Dirceu, seu bolchevismo de raiz, atavismo totalitário do qual o PT nunca se libertou.

Por que venezuelização do Brasil? Por ser atual. E sua atualidade provém de recentes promessas de Fernando Haddad. De um lado, procura amolecer a rejeição crescente mediante propostas analgésicas, com o que acena para o centro político, melhorando posição para o segundo turno. De olho também em partidários mais próximos, não abandonou o receituário clássico.

Mostrou veneno ali escondido, a Constituinte exclusiva, instrumento próprio para o Brasil se espatifar no abismo da Venezuela (ditadura, miséria extrema, Estado aparelhado, Exército e Judiciário domesticados, milícias matando opositores). Não para por aqui a catadupa de horrores: senadores norte-americanos de enorme relevo requereram que o governo de Washington ponha a Venezuela na lista do terror, de outro modo, seja considerada promotora do terror no mundo. E apresentaram provas para tal.

Volto ao candidato petista. Em Goiânia Haddad avisou, seu governo criará condições para a convocação de nova Constituinte, cobrança já antiga de setores extremados do PT e agora, lembrou o candidato, exigência também do aliado na chapa, o Partido Comunista do Brasil:

Isso já foi mediado. Quando o PC do B passou a integrar a chapa, houve uma alteração no texto para criar as condições da convocação de uma assembleia [constituinte] exclusiva.

A nova Constituição, imposta na Venezuela em ambiente de intimidação e demagogia ▬ aqui também será assim ▬ foi o ponto de partida para a tirania chavista. O PC do B, partidário delirante do chavismo, com razão exigiu começar logo por aí. Em seus objetivos, será uma etapa do comunismo integral, sonho da organização, proclamado no capítulo I do Estatuto: O PC do B “guia-se pela teoria científica e revolucionária elaborada por Marx e Engels, desenvolvida por Lênin e outros revolucionários marxistas. Visa a conquista do poder político. Tem como objetivo superior o comunismo”.

O próprio Ciro Gomes, até há pouco em juras de amor com o PT, denunciou o caráter de violência institucional da proposta (golpe, em palavra posta na moda):

▬ Quem é que tem a faculdade de convocar uma Constituinte? Como fazê-la exclusiva? Quem tem essa atribuição? Ninguém tem, é violência institucional clara.

Violência institucional é outra palavra para golpe, repito. Sofreríamos golpe institucional facilitado por setores já domesticados do Judiciário, o que nos lançaria no inferno bolivariano. No momento, de que armas dispomos? Orações, reflexão, divulgação das ameaças que pesam sobre nós, voto.


sábado, 29 de setembro de 2018

Bolsonaro e a contrarrevolução conservadora




Bolsonaro e a contrarrevolução conservadora


Ronaldo Ausone Lupinacci*
A perfeita compreensão da ideia mestra deste artigo depende de alguns pressupostos.
O primeiro deles consiste na noção do que seja “Establishment”, ou seu equivalente em português (“Sistema”) pouco utilizado, porém, na linguagem especializada. 
Portanto, não recorro ao inglês por pedantismo, mas porque os que tratam do assunto sobre o qual incide a palavra se valem do termo em língua inglesa, uma vez que a tradução pura e simples não traz a conotação pejorativa com a qual é empregada (“estabelecimento”)¹. 
Por “Establishment” se designa o conjunto de forças ideológicas (religiosas e filosóficas), políticas, econômicas, publicitárias (a mídia) que, embora sendo minoria, governam, em diversos níveis, a sociedade local, regional, nacional e internacional. 
O “Establishment” veio mudando ao longo do tempo e sua atual composição se pode dizer que data da segunda metade do século passado.
O segundo pressuposto denominei contra-revolução conservadora. Sobre ela é preciso falar um pouco mais. A rigor o adjetivo “conservadora” se mostra contraditório ao que se entende por Contra-Revolução. 
Na Filosofia da História, Contra-Revolução significa um movimento oposto à Revolução, de modo que não pode ser “conservadora”, isto é, tendente a manter as coisas como estão. E, por Revolução se nomeia o conjunto de transformações, religiosas, filosóficas, culturais, políticas e comportamentais que vieram surgindo lentamente a partir do século XV, aproximadamente, visando destruir a Civilização Cristã. 
Por isso, talvez fosse mais exato falar em resistência conservadora, expressão que, todavia, também não exprime com absoluta precisão o fenômeno do qual se ocupam estas linhas. 
De qualquer forma, descontada a imprecisão relativa das palavras, o fenômeno que desejo focalizar corresponde à tendência crescente em rejeitar os avanços da Revolução e até mesmo a própria Revolução em sua essência metafísica, igualitária e libertária. 
Portanto rejeitar o comunismo, o socialismo, o estatismo, o ateísmo, o igualitarismo em suas várias facetas, o anarquismo, e o permissivismo conexo às iniciativas tendentes à dissolução da família.
Para tornar mais claro o assunto convém exemplificar. Um dos indicadores do fortalecimento do conservadorismo (mas não o único) se observa nos resultados das eleições de diversos países. A começar pelos Estados Unidos, dada a sua importância. 
Lá a guinada conservadora começou com Ronald Reagan e se firmou, mais recentemente, com a eleição de Donald Trump. Mas, fatos análogos vêm ocorrendo na Europa, e, um dos mais significativos foi representado pelo “Brexit”, ou seja, a determinação do povo britânico de sair da União Européia, e, assim manter sua soberania afastando-se do projeto revolucionário do governo socialista mundial. 
A ascensão de políticos conservadores pode ser observada na França (votação elevada de Marine Le Pen), na Itália (ascensão da direita e do movimento anti-establishment), na Polônia (vitória da direita “eurocética” no pleito de 2015), na Áustria (vitória de Kurz, em 2017), e, também na América Latina. 
Dentre nossos vizinhos que emitiram sinais conservadores podemos citar o Paraguai, a Argentina, o Peru, e, muito principalmente a Colômbia onde a população rejeitou um embuste dos mais sujos, tramado com pressão internacional (do Vaticano inclusive), e que iria dar total liberdade de ação aos comunistas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCS).
Entretanto existem outros sinais inequívocos de apreço aos valores morais desprezados pela cultura relativista do Establishment. Os mais nítidos se relacionam ao repúdio ao aborto e às uniões homossexuais. 
Para citar um fato recentíssimo, menciono a marcha pela vida realizada na Alemanha em 22 do corrente contra o aborto, que contou com uma participação muito maior do que nos anos anteriores, para desagrado da imprensa vinculada ao Establishment².
No Brasil indícios do fortalecimento do conservadorismo se acentuaram a partir do ano de 2013, com as gigantescas manifestações populares de protesto nitidamente hostis ao Establishment e ao seu governo títere. 
O movimento prosseguiu até obter a destituição da presidente Dilma Roussef. Na motivação dos opositores eram visíveis fundamentos morais, políticos, econômicos e culturais em geral adversos ao “politicamente correto”.
Mas, me chamam a atenção dois aspectos do neoconservadorismo. O primeiro é que inexiste uma liderança mundial a guiá-lo. Protestos, manifestações, eclodem nos mais diversos países impulsionados por fatores locais e por agentes locais, e, embora exista conexão entre os assuntos de fundo ideológico nos diversos países, não transparece a existência de agentes coordenados entre si. 
O segundo é o de que não transparece, também, uma doutrina clara, até porque os conservadores embora majoritariamente cristãos não professam uma única religião, e, nem mesmo um único credo filosófico definido. Em que pese tal circunstância há preocupação comum com valores tais como a religião, família, e direitos naturais tais como a propriedade e a liberdade.
De qualquer forma a pujança do movimento conservador, mesmo carente (por ora) de uma liderança intelectual planetária e de doutrina monolítica, vem ficando evidente, e, aqui no Brasil, o fato que prova tal afirmação reside na espantosa ascensão da candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República, pois segundo algumas fontes ele tem chance de se eleger já no primeiro turno. 
Esta pujança se infere, também, de fatos ocorridos no campo oposto, como o fracasso vergonhoso das caravanas de apoio a Lula, realizadas  pouco tempo atrás, e, também a aceitação pacífica, e tranquila da imensa maioria da população da prisão o líder do PT, ao contrário do que alardeavam certas vozes.
As cogitações deste colunista, todavia não se voltam principalmente para a temática político-eleitoral. Qualquer que seja o resultado da eleição haverá uma consolidação do movimento conservador o que se depreende não só dos números divulgados pelas pesquisas eleitorais, mas, sobretudo, do entusiasmo e do dinamismo dos que se engajaram em passeatas, carreatas, mensagens nas redes sociais e outras manifestações de apoio a Bolsonaro. 
Em outras palavras os números das pesquisas afirmam que a corrente conservadora se tornou a principal força política do País. Para isso também contribuiu a derrocada trágica de países próximos dominados pelo comunismo como a Venezuela e a Nicarágua, sem falar de Cuba, permanentemente afligida pela miséria, pela estagnação e pela opressão. 
Tudo indica, então, que não se trata de tendência efêmera, episódica, porque se desenvolve há pelo menos cinco anos, e aparece em quase todo (ou em todo) o mundo ocidental. E nisso há uma advertência implícita para as esquerdas: cuidado! Mesmo que vençam as eleições graças às costumeiras trapaças políticas enfrentarão doravante cerrada oposição.
A seita que paradigmaticamente representa a Revolução é o comunismo. Este veio enfraquecendo em sua capacidade de angariar apoios e adesões, e só se expandiu por ocupar posições-chave na sociedade ocidental, isto é, no respectivo “Establishment”, e por desenvolver com inegável astúcia a guerra psicológica. Agora começa a ficar clara a redução de seu poder de controlar a opinião pública. 
Daí a fúria que emana de comentários, artigos de jornal, entrevistas contra os conservadores e aqueles que bem ou mal os representam. E, dentre estes últimos o candidato Bolsonaro. Atirando em Bolsonaro, como em Trump, ou nos líderes da direita europeia, o “Establishment” visa desmotivar e desestimular as bases populares neoconservadoras que aqueles políticos por convicção ou por oportunismo se propuseram a liderar. Para mim significa o temor da derrota que se aproxima.
* O autor é advogado e pecuarista.
¹http://www.teclasap.com.br/establishment/
²https://www.facebook.com/sharer/sharer.php?u=https%3A%2F%2Finternacional.estadao.com.br%2Fblogs%2Ffatima-lacerda%2Fmarcha-para-a-vida-leva-protesto-contra-o-aborto-para-as-ruas-de-berlim%2F


quarta-feira, 19 de setembro de 2018

ONGs indígenas desesperadas com vitória de Bolsonaro



ONGs indígenas desesperadas com vitória de Bolsonaro

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, conseguiu o apoio de índios em estados como Roraima, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Amazonas, Alagoas e Paraná.
O advogado Ubiratan Maia, da etnia wapichana, de Roraima, disse a O Antagonista:
Faço campanha abertamente para ele nas aldeias. No começo, havia resistência, mas agora os indígenas estão percebendo melhor o estrago que o PT fez nos últimos anos e reconhecem Bolsonaro como a melhor alternativa.
Ele acrescentou:
Boa parte dos indígenas cansou do status quo implementado pelo PT e pelo aparelhamento do Estado, da Funai. Os índios não têm medo do Bolsonaro. As ONGs indígenas é que estão desesperadas, porque vai acabar a mamata.
Ubiratan disse que já esteve pessoalmente com o candidato do PSL e ouviu dele propostas para “incentivar o empreendedorismo nas aldeias”.
Em Parauapebas, no interior do Pará, em julho deste ano, Jair Bolsonaro prometeu que, se for eleito, vai levar “progresso” a aldeias indígenas:
No meu governo, o progresso vai entrar nas terras indígenas, como vai entrar nos quilombolas também. O quilombola que quiser garimpar na sua terra vai garimpar. Se quiser vender sua terra, vai vender também. O que a comunidade indígena quer é se integrar cada vez mais à nossa sociedade.
“É uma satisfação muito grande estar aqui ao lado de gente que é tão brasileiro como nós, como índios, representantes afro neste evento. Somos irmãos”, acrescentou o presidenciável do PSL.


terça-feira, 18 de setembro de 2018

Cultivar é preciso




Cultivar é preciso


É um mundo de mudanças constantes, vamos para um mundo cheio de precisão, conectados com as necessidades dos consumidores.

Evaristo de Miranda *




Navegar é preciso, viver não é preciso. A frase não foi inventada por Caetano Veloso ou Fernando Pessoa. Ela foi pronunciada no século I a.c., pelo general romano Pompeu. Ele encorajava seus marinheiros receosos a enfrentar uma arriscada travessia marítima para levar alimentos para uma Roma sitiada: Navigare necesse, vivere non est necesse. A frase tomou outro sentido com as navegações portuguesas. Nos regimentos das naus lusitanas, ela evocava o início da navegação de precisão.
No caminho para as Índias, as naus ficavam quase três meses sem ver terra. Só água. E ainda assim sabiam para onde se dirigiam e onde estavam. Portugal foi a primeira nação a dominar a cosmografia, o uso da bússola, do sextante e do astrolábio. Navegação começou a ser sinônimo de precisão. Para os cosmógrafos das caravelas, navegar era preciso. Viver não.

Da navegação de precisão à agricultura de precisão foi-se um bom tempo. Hoje todos sabem o quanto o mundo digital e suas transformações fazem parte de vida, do cotidiano, da produção e dos negócios na agricultura. O campo digital e conectado é uma realidade complexa e dinâmica. São pelo menos dois universos muito relacionados: o conjunto de serviços de base digital que apoiam o processo produtivo, dentro e fora da porteira, e o mundo digital no processo de produção, no interior das fazendas.
Entre os instrumentos de apoio à agricultura, em bases digitais e conectivas, estão os satélites espaciais.
Os satélites meteorológicos revolucionaram o conhecimento do clima e a previsão do tempo. Essa evolução não para. A agrometeorologia de hoje depende de satélites meteorológicos que a cada 15 minutos enviam as mais diversas informações sobre nuvens, ventos, umidade atmosférica, chuvas, secas, queimadas e incêndios etc. Esses dados ajudam no plantio, nos tratamentos fitossanitários, na colheita, na secagem e no transporte. A rede de estações meteorológicas das fazendas está sendo conectada aos sistemas de previsão. A Embrapa Territorial, junto com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão e a Climatempo, desenvolve um dos primeiros sistemas de agrometeorologia de precisão para todo o oeste da Bahia, com previsões para áreas de 3 km por 3 km.

Os satélites de monitoramento, em 30 anos, passaram de imagens com detalhes de 200 m para 30 cm. E de duas imagens por mês para várias imagens por dia. São dezenas de operadores privados explorando centenas de satélites. Eles permitem melhores zoneamentos agrícolas, mapeamentos de solos e recursos naturais, da infraestrutura, plantios e safras. Com eles realizou-se o Cadastro Ambiental Rural (CAR) em cerca de 5 milhões de imóveis. A Embrapa Territorial tratou esses dados e revelou que os agricultores dedicam 218 milhões de hectares à preservação da vegetação nativa (25,6% do Brasil). E cultivam apenas 7,8% do território nacional.
Os agricultores sabem: para viver e sobreviver, cultivar é preciso. E com precisão!
Os satélites de posicionamento ou de GPS, como são mais conhecidos, apoiam o transporte de cargas e suprimentos para a produção agropecuária, a localização de veículos, o trabalho da aviação agrícola e são a base da agricultura de precisão e de parte da chamada agricultura 4.0.
Como aumentar a conectividade, a comunicação e a eletrificação em áreas rurais para levar esses e outros serviços, a baixo custo, a todos os produtores rurais?
Há duas décadas, a informática entrou nas fazendas pelos escritórios. Computadores pessoais passaram a ser base da gestão contábil, financeira e, chegaram à parte técnica e operacional. A computação está nas máquinas, no campo e nos estábulos.
O uso de drones e de geotecnologias abriu um novo campo no acompanhamento e na análise das lavouras. Eles são empregados cada vez mais para detectar pragas e doenças, falhas de plantio, excessos de irrigação, problemas nutricionais localizados, emergência de plantas daninhas, graças a softwares para análise das imagens captadas. E são empregados em pulverizações de agroquímicos, na liberação de agentes de controle biológico e no acompanhamento de grandes áreas florestais. Os modelos são cada vez mais robustos e autônomos em termos de operação.
As fazendas participam e acessam grande número de informações, disponibilizadas em redes (BigData). São bancos de dados que respondem a milhares de perguntas sobre produção animal, vegetal e o uso de tecnologias. É o começo da chamada Inteligência Artificial. Ela promete revolucionar as possibilidades da assistência técnica ao homem do campo e da difusão de novas tecnologias.
Graças à internet das coisas, ao fornecimento de dados pelos equipamentos utilizados em fazendas de regiões inteiras, conectados a grandes bancos de dados, novos aplicativos e dispositivos móveis permitem acompanhar pelo celular desde a agrometeorologia de precisão até a mosca dos estábulos, do comportamento alimentar de bovinos até o seu efetivo conforto térmico.
A junção de tecnologias digitais embarcadas em máquinas e equipamentos agrícolas com as de geoprocessamento e GPS trouxe uma progressiva automação e precisão na condução da agropecuária. É o tempo da agricultura de precisão, da pecuária de precisão e da meteorologia de precisão. Até as primeiras versões de máquinas autônomas, sem tratorista, são testadas, reduzindo custos e ampliando a produtividade do trabalho.
Como disse o papa João Paulo II, não estamos numa época de mudanças e sim numa mudança de época. Uma época de oportunidades e ameaças. Como alertou o CEO da Accenture, Pierre Nanterme: A transformação digital é a principal razão porque mais da metade das empresas da Fortune 500 desapareceram desde o ano 2000.
As mudanças tecnológicas trazem rupturas na agricultura. E parte será comandada, não pela tecnologia ou agricultores, mas pelos consumidores. E eles estão em todo o planeta, numa era de transparência radical com as redes sociais. O consumidor moderno é conectado, poderoso e impaciente. Guerras comerciais são e serão travadas. O agro brasileiro já as enfrenta e as enfrentará ainda mais. Às novas exigências de consumo, os produtores brasileiros, apoiados pela pesquisa agropecuária e pelas empresas de insumos e serviços, proverão novos padrões de produção como já fazem. Não apenas Roma, o mundo pede por alimentos. Como seus antepassados portugueses, os agricultores brasileiros sabem: para viver e sobreviver, cultivar é preciso. E com precisão!

Publicado em: Revista Agro DBO - setembro/2018 - pág. 34 - 35

https://portaldbo.com.br/revistas/

sábado, 15 de setembro de 2018

Polícia Federal investiga ‘fábrica’ de índios na Funai




Era o que faltava: Polícia Federal investiga ‘fábrica’ de índios na Funai
Fonte: diarioms.com.br/ ONGDIP

As Delegacias da Polícia Federal de Guaíra, de Cascavel e de Foz do Iguaçu, todas localizadas no Estado do Paraná, instauraram inquéritos para investigar possíveis irregularidades na emissão dos chamados Registros Administrativos de Nascimento Indígena (Ranis) em cartórios de todos os municípios cobertos por essas delegacias. 
Se fizessem a mesma coisa, as Delegacias da Polícia Federal de Dourados, Ponta Porã e Naviraí iriam descobrir que o Mato Grosso do Sul foi transformado por Organizações Não-Governamentais (ONGs) e por indigenistas fajutos em verdadeiras fábricas de índios, ou seja, paraguaios nascidos em Salto del Guairá, na fronteira com Mundo Novo; Corpus Cristi, na fronteira com Sete Quedas; Colônia Alborada, na fronteira com Japorã; Ipejhú, na fronteira com Paranhos; Capitan Bado, na fronteira com Coronel Sapucaia; Cerro Sarambi, na fronteira com Aral Moreira; Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã; Bella Vista Norte, na fronteira com Bela Vista; Itaverá, na fronteira com Antônio Antônio João; San Carlos, na fronteira com Caracol; Puerto Esperanza, na fronteira com Porto Murtinho, estão sendo registrados por cartórios como se fossem brasileiros.
Na investigação iniciada no Paraná, a Polícia Federal já identificou mais de uma centena de irregularidades e fraudes para a emissão e obtenção de documentos, além de revelar um possível envolvimento de servidores da Fundação Nacional do índio (Funai) para facilitar o acesso dos documentos de nacionalidade brasileira aos paraguaios.
Indígenas Falsos
A investigação que questiona a forma como áreas vêm sendo invadidas por indígenas em todo o cinturão oeste do Paraná e que estão prestes a serem demarcadas pelo governo federal, ilustra inúmeras apurações de indígenas que possuíam Ranis como nascidos no Brasil e que, em sua maioria, possuem documentos atestando a nacionalidade paraguaia.
NACIONALIDADE FRAUDADA
Segundo as investigações, os documentos possibilitariam a estada dos indígenas na região oeste do Paraná, sobretudo em municípios como Guaíra e Terra Roxa, em áreas a serem demarcadas como território indígena. Uma das alegações dos próprios indígenas para a demarcação é de que esse entorno foi habitado pelos seus ancestrais e, por isso, lhes pertencia na chamada ocupação pretérita. Contudo, se os registros de nascimento tiverem sido de fato falsificados, esse argumento cai por terra.
Investigação Avançada
O delegado da Polícia Federal em Cascavel, Marco Smith, revela que os inquéritos devem seguir pelo menos até o fim do ano, já que quase diariamente surgem novos elementos nas investigações que apuram a fraude. “Pelo que temos apurado, essas situações têm ocorrido em toda a região da fronteira com o Paraguai, aqui no Paraná, e no Mato Grosso do Sul. Temos mais de uma centena de casos e estamos caminhando para quase duas centenas”, revela o delegado.
Eleitores Paraguaios
No relatório da PF há um fato registrado no dia 17 de dezembro de 2017 quando dois veículos, uma van e um táxi, ambos com placas paraguaias, foram interceptados no posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), na cabeceira da Ponte Ayrton Senna, em Guaíra, onde motoristas e ocupantes disseram que estavam indo ao Paraguai exercer seu direito ao voto. A mesma situação se repete nas fronteiras de Mato Grosso do Sul com as cidades paraguaias, mas as autoridades, inclusive o Ministério Público Federal (MPF), ignoram o problema.
Documentos Falsos
Durante a inspeção, os policiais descobriram que se tratavam todos de cidadãos paraguaios apresentando inclusive as identidades do país de origem, mas também possuíam certidões brasileiras emitidas pela Funai. Esse fato ajuda a corroborar a tese de documentos falsificados para justificar a presença de indígenas paraguaios no Brasil.