Cientistas liderados por LCMolion confrontam
ambientalistas que defendem
o "aquecimento
climático"
Cientistas brasileiros, liderado pelo
climatologista LC Molion, encaminharam documento o Ministério do Meio Ambiente
contestando a posição de ambientalistas que defendem restrições na economia no
sentido de minimizar os efeitos de "mudanças climáticas".
Para o
grupo do prof. Molion, esses ambientalistas e as questões climáticas "têm
sido pautadas, predominantemente, por equivocadas e restritas motivações
ideológicas, políticas, econômicas e acadêmicas, afastando-as não apenas dos
princípios basilares da prática científica, mas também dos interesses maiores
da sociedade". Segue o documento:
Por uma agenda
climática baseada em evidências e nos interesses reais da sociedade
Carta aberta ao
ministro do Meio Ambiente, Ricardo de Aquino Salles
c/c: - Exmo. Sr. Antônio Hamilton
Martins Mourão – vice-presidente da República;
- Exmo. Sr. Marcos Cesar Pontes –
ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
- Exmo. Sr. Bento Costa Lima Leite de
Albuquerque Júnior – ministro de Minas e Energia;
- Exma. Sra. Tereza Cristina Corrêa da
Costa Dias – ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento;
- Exmo. Sr. Gustavo Henrique Rigodanzo
Canuto – ministro do Desenvolvimento Regional;
- Exmo. Sr. Tarcísio Gomes de Freitas –
ministro da Infraestrutura;
- Exmo. Sr. Fernando Azevedo e Silva –
ministro da Defesa;
- Exmo. Sr. Augusto Heleno Ribeiro
Pereira – ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
- Exmo. Sr. Ernesto Henrique Fraga
Araújo – ministro das Relações Exteriores.
Exmo. Sr. Ricardo
de Aquino Salles:
As posições
manifestadas por V.Exa. em diversas entrevistas, antes e depois de assumir o
Ministério do Meio Ambiente (MMA), reforçam a expectativa de que a sua gestão
possa representar uma guinada determinante na orientação da política ambiental
brasileira, visando ao enfrentamento dos problemas reais do País e à atuação do
MMA como um catalisador de ações sinérgicas junto aos demais órgãos da administração
pública, além de promover uma visão objetiva, pragmática e não ideológica das
questões ambientais na sociedade em geral.
Neste contexto, os
signatários da presente reiteram que as discussões e a formulação das políticas
públicas sobre as questões climáticas têm sido pautadas, predominantemente, por
equivocadas e restritas motivações ideológicas, políticas, econômicas e
acadêmicas, afastando-as não apenas dos princípios basilares da prática
científica, mas também dos interesses maiores da sociedade.
É perceptível que a
extensão de tais interesses e dos compromissos internacionais assumidos pelo
País com a agenda da “descarbonização” da economia mundial faz com que qualquer
tentativa brusca de reorientação da pauta climática nacional, para fora do
cenário “antropogênico” das mudanças climáticas, tenda a gerar oposição dos
setores articulados em torno desse cenário, aí incluídos o poderoso movimento
ambientalista internacional e grande parcela da mídia, dotados de considerável
influência sobre a opinião pública interna e externa.
Não obstante,
algumas necessárias correções de rumo são factíveis, no sentido de se atribuir
uma prioridade maior a certas iniciativas de importância fundamental, tanto na
alçada do MMA como na de outros ministérios, para proporcionar uma melhora
efetiva do conhecimento da dinâmica climática e um aumento da capacidade geral
da sociedade para fazer frente aos mais diversos fenômenos meteorológicos e
climáticos, que sempre ocorreram no passado e continuarão a ocorrer no futuro.
Estamos convencidos
de que tais iniciativas representariam aplicações melhores para grande parte
dos recursos humanos e financeiros que têm sido equivocadamente orientados para
a agenda da “descarbonização” – e desperdiçados com ela –, particularmente, o Fundo
Nacional sobre Mudança Climática.
Por conseguinte,
oferecemos-lhe as considerações a seguir, com a expectativa de que possam
aportar subsídios relevantes para a atuação do MMA, aproveitando o ensejo para
formular votos de sucesso na sua gestão.
1) Não há
evidências físicas da influência humana no clima global:
Em termos
estritamente científicos, a questão climática pode ser sintetizada em um único
parágrafo:
As mudanças
constituem a característica fundamental do clima, como demonstram as evidências
referentes a toda a história geológica da Terra – ou seja, o clima está sempre
em mudança (pelo que a expressão “mudança climática”se torna um pleonasmo).
Quanto à alegada
influência humana no clima global, supostamente atribuída às emissões de
compostos de carbono das atividades humanas, ela teria forçosamente que
amplificar as taxas de variação (gradientes) das temperaturas atmosféricas e
oceânicas e dos níveis do mar, registradas desde a Revolução Industrial do
século XVIII.
Como não há
qualquer evidência física observada de que estas últimas variações sejam
anômalas, em relação às registradas anteriormente, no passado histórico e
geológico, simplesmente, a hipótese da influência humana não pode ser
comprovada, a despeito de todo o alarido neste sentido.
Todos os
prognósticos que indicam elevações exageradas das temperaturas e dos níveis do
mar nas décadas vindouras, além de outros impactos negativos atribuídos ao
lançamento de carbono “antropogênico” na atmosfera, baseiam-se em projeções de
modelos matemáticos, que constituem apenas simplificações bastante limitadas do
sistema climático global.
Portanto, tais
cenários alarmistas não devem ser usados para fundamentar políticas públicas e
estratégias de longo alcance, com grandes impactos socioeconômicos, tanto em
âmbito nacional como global.
A influência humana
no clima se restringe às áreas urbanas e seus entornos (o conhecido efeito das
“ilhas de calor”), sendo esses impactos muito localizados e sem influência na
escala planetária.
Segundo o quinto
relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (AR5/IPCC),
divulgado em 2014, as temperaturas médias globais aumentaram 0,85oC no período
1880-2012, enquanto o nível médio do mar subiu 0,19 m entre 1901 e 2010.
Ora, mesmo dentro
do período de existência da humanidade, há registros de números bem mais
acentuados. Ao longo do Holoceno, a época geológica correspondente aos últimos
11.700 anos em que a civilização humana tem se desenvolvido, houve diversos
períodos com temperaturas mais altas que as atuais.
No Holoceno Médio,
há 6.000-8.000 anos, as temperaturas médias chegaram a ser 2oC a 3oC superiores
às atuais, enquanto os níveis do mar atingiram até 3 metros acima dos atuais.
Igualmente, nos
períodos quentes conhecidos como Minoano (1500-1200 a.C.), Romano (séc. III
a.C.-V d.C.) e Medieval (séc. X-XIII d.C.), as temperaturas médias do planeta
foram entre 1-2oC superiores às atuais.
E dados
paleoclimáticos (cilindros de gelo da estação de Vostok, Antártica) sugerem que
as temperaturas da Terra já estiveram 6°C a 10°C mais elevadas que as atuais,
nos últimos três interglaciais, há cerca de 150 mil, 240 mil e 320 mil anos
atrás.
Entre 12.900 e
11.600 anos atrás, no período frio denominado Dryas Recente, as temperaturas
atmosféricas caíram cerca de 8oC em menos de 50 anos e, ao término dele,
voltaram a subir na mesma proporção em pouco mais de meio século.
Quanto ao nível do
mar, ele subiu cerca de 120 metros, entre 18.000 e 6.000 anos atrás, o que
equivale a uma taxa média de 1 metro por século, suficientemente rápida para
impactar visualmente as gerações sucessivas das populações que habitavam as
margens continentais.
No período entre
14.650 e 14.300 anos atrás, há registros de uma elevação ainda mais acelerada,
atingindo cerca de 14 metros em apenas 350 anos, média de 4 metros por século.
Em outras palavras,
tais variações representam valores superiores em uma ordem de grandeza às
observações feitas desde o século XIX.
Por conseguinte,
essas últimas se enquadram com muita folga dentro da faixa de oscilações
naturais dos parâmetros climáticos e, portanto, não podem ser atribuídas ao uso
dos combustíveis fósseis ou a qualquer outro tipo de atividade vinculada ao
desenvolvimento humano.
Embora evidências
como essas possam ser encontradas em, literalmente, milhares de estudos
realizados em todos os continentes por cientistas de dezenas de países,
devidamente publicados na literatura científica internacional (vide, p.ex., o
excelente sítio www.co2science.org), é raro que algum desses
estudos ganhe repercussão na mídia, quase sempre mais inclinada à promoção de
um alarmismo sensacionalista e desorientador.
2) A hipótese do
aquecimento “antropogênico” é um desserviço para a Ciência e um risco para as
políticas públicas:
A boa prática
científica pressupõe uma correspondência entre hipóteses de trabalho e dados
observados que as comprovem.
A hipótese das
mudanças climáticas “antropogênicas” não se fundamenta em evidências físicas
observadas no mundo real, já que, no passado, ocorreram temperaturas altas com
baixas concentrações de dióxido de carbono (CO2) e vice-versa.
Em adição, de
acordo com dados de satélites, a temperatura média global (se é que existe uma)
tem estado estável nos últimos 20 anos, apesar de as emissões de CO2 terem
aumentado em mais de 11% nesse mesmo período.
Por conseguinte,
apesar de agregar um certo número de cientistas, a sua construção passa ao
largo da metodologia científica e a insistência na sua preservação representa
um grande desserviço à Ciência e à sua necessária colocação a serviço do
bem-estar da humanidade.
A História registra
numerosos exemplos dos efeitos nefastos do atrelamento da Ciência a ideologias
e outros interesses restritos.
O empenho
prevalecente na imposição da hipótese “antropogênica” sem as evidências
correspondentes tem custado caro à humanidade, em recursos humanos, técnicos e
econômicos desperdiçados com um problema inexistente. O Brasil não está alheio
a essa situação.
Ao contrário,
manifesta-se no País um despropositado empenho em colocá-lo em uma questionável
posição de “liderança” nas negociações internacionais sobre o clima.
Vale lembrar que
vários países de peso têm manifestado posições contestatórias das diretrizes
políticas baseadas em tal hipótese infundada, de forma a mitigar os seus
impactos nas respectivas economias nacionais.
Ademais, ao
conferir ao CO2 e outros gases produzidos pelas atividades humanas o papel de
protagonistas da dinâmica climática, a hipótese “antropogênica” simplifica e
distorce processos naturais extremamente complexos, nos quais interagem fatores
astrofísicos, atmosféricos, oceânicos, geológicos, geomorfológicos e
biológicos, que a Ciência apenas começa a entender em sua abrangência e ainda
está muito distante de poder representá-los em modelos matemáticos confiáveis.
A propósito, o
alegado limite de 2oC para a elevação das temperaturas sobre os níveis
pré-industriais, que, supostamente, não poderia ser superado e tem justificado
todas as restrições propostas para os combustíveis fósseis, em âmbito
internacional, não tem qualquer base científica. Trata-se de uma criação
“política” do físico Hans-Joachim Schellnhuber, diretor do Instituto Potsdam
para a Pesquisa de Impactos Climáticos (PIK) e assessor científico do governo
alemão, como admitido por ele próprio, em uma entrevista à revista Der Spiegel,
publicada em 17/10/2010.
Um exemplo dos
riscos dessa simplificação para a formulação das políticas públicas relevantes
é a possibilidade real de que o período até a década de 2030 experimente um
considerável resfriamento da atmosfera, em vez de aquecimento, devido ao efeito
combinado de um ciclo de baixa atividade solar (Ciclo 25), à fase de
resfriamento do Oceano Pacífico (Oscilação Decadal do Pacífico-ODP), em um
cenário semelhante ao observado entre 1947 e 1976,e da tendência de aumento da
cobertura de nuvens global nos últimos 16 anos.
Vale observar que,
naquele período, o Brasil experimentou uma redução de 10-30% nas chuvas, o que
acarretou problemas de abastecimento de água e geração elétrica, além de um
aumento das geadas fortes, que muito contribuíram, por exemplo, para erradicar
o cultivo do café no oeste do Paraná.
Se tais condições
se repetirem, no futuro imediato, o País poderá ter sérios problemas, inclusive
nas áreas de expansão da fronteira agrícola das regiões Centro-Oeste, Norte e
Nordeste, e na geração hidrelétrica (particularmente, considerando a
proliferação de reservatórios “a fio d’água”, impostos pelas restrições
ambientais das últimas décadas).
3) A obsessão com o
CO2 desvia atenções e recursos das emergências reais:
O Sol, a água e o
CO2 são essenciais para a fotossíntese e para a vida como a conhecemos no
planeta Terra. Ou seja, o CO2 não é um poluente, mas o gás da vida!
Ademais, a obsessão
com a redução das emissões de CO2 tem ensejado um indesejável desvio de
atenções e recursos humanos e financeiros dos problemas ambientais reais que
afetam a sociedade hoje,cujas soluções requerem iniciativas e investimentos
públicos e a conscientização de amplos setores sociais.
Para não alongar,
citam-se alguns dos principais:
- A falta de acesso
a redes de saneamento básico para mais de 100 milhões de brasileiros; cerca de
34 milhões não têm acesso à água tratada e apenas 45% do esgoto recolhido tem
algum tipo de tratamento, o que gera prejuízos estimados em R$ 56 bilhões por
ano, segundo o Instituto Trata Brasil.
- Apesar de pouco
mais de 91%do lixo gerado no País ser recolhido regularmente, 41% dos resíduos
sólidos recolhidos são destinados a lixões e aterros inadequados, gerando
grandes impactos de saúde pública, poluição de aquíferos e cursos d’água e
outros problemas (seg. Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2017).
- De acordo com o
IBGE, 8,27 milhões de pessoas em 872 municípios vivem em áreas de risco –
encostas, várzeas de rios e outros terrenos inadequados para moradias
(População em áreas de risco no Brasil, 2018).
Infelizmente, a despeito
da sua seriedade e urgência de enfrentamento, tais problemas não costumam ser
percebidos como “ambientais” por uma considerável parcela da sociedade e,
consequentemente, não recebem sequer uma fração das atenções e da publicidade
geralmente dedicadas às questões climáticas.
4) Melhor
conhecimento e maior resiliência:
Em lugar do
alarmismo sobre o aquecimento global e da pseudopanaceia do “baixo carbono”, a
agenda climática teria muito a ganhar com uma reorientação de prioridades, que
favoreça: a) um melhor conhecimento da dinâmica do clima, com ênfase nos
estudos paleoclimáticos do território brasileiro; e b) um aumento da
resiliência da sociedade para fazer frente aos eventos meteorológicos extremos
e a quaisquer tendências climáticas que se manifestem no futuro.
O estudo das
mudanças climáticas do passado histórico e geológico (paleoclimas) constitui a
base mais sólida para o entendimento da dinâmica climática e as suas projeções
para o futuro.
Uma atenção
especial deve ser dada ao período Quaternário (os últimos 2,6 milhões de anos),
no qual o gênero Homo surgiu e tem evoluído.
Dentro do
Quaternário, os últimos 800 mil anos têm sido marcados por uma sucessão de
ciclos glaciais (mais frios), com duração média de 90-100 mil anos, e
interglaciais (mais quentes), com duração média de 10-12 mil anos.
Atualmente, o
planeta se encontra em uma fase interglacial, que teve início há cerca de
11.700 anos, dentro da qual toda a civilização humana tem se desenvolvido.
De forma
significativa, pelo menos os três interglaciais anteriores foram mais quentes
que o atual, e não há qualquer evidência de que o presente interglacial possa
deixar de ser sucedido por uma nova glaciação.
A explicação mais
aceita sobre os fatores causadores dessa dinâmica se baseia em alterações de
parâmetros orbitais terrestres que variam ciclicamente, como mudanças na
inclinação do eixo de rotação e na forma da órbita terrestre ao redor do Sol.
Portanto, é
evidente que o homem é incapaz de causar qualquer ínfima influência nos fatores
e forças cósmicas que a regem.
No Brasil, os
estudos do Quaternário, apesar de importantes e da existência de um número
razoável de instituições de pesquisa e pesquisadores dedicados a eles, ainda
são esparsos e insuficientes para permitir a configuração de um quadro
paleoclimático do território nacional e do seu entorno continental, com a
profundidade necessária para subsidiar um modelo consistente de mudanças
climáticas a ser definido para o País, que possa proporcionar dados relevantes
para subsidiar um modelo global mais condizente com a realidade.
Portanto, esta é
uma lacuna que precisa ser considerada na formulação de uma agenda climática
realmente útil, em que o MMA poderia atuar em consonância com os órgãos
específicos do MME e MCTIC.
Além disso,
manifesta-se uma necessidade de estudos locais e regionais, intermediários
entre as escalas global/zonal e pontual dos microclimas, de grande relevância
para o planejamento e ordenamento territorial e que deveriam receber atenção
maior.
Quanto à
resiliência, esta pode ser entendida como a flexibilidade das condições físicas
de sobrevivência e funcionamento da sociedade, além da sua capacidade de
resposta às emergências, permitindo-lhe reduzir a sua vulnerabilidade aos
fenômenos meteorológicos extremos, às oscilações climáticas e a outros
fenômenos naturais potencialmente perigosos, que já ocorreram no passado e
certamente ocorrerão no futuro.
Neste aspecto,
destacam-se dois conjuntos de fatores que contribuem para reduzir a
vulnerabilidade da sociedade às adversidades meteorológicas e climáticas:
a) um aprimoramento
da capacidade de previsão meteorológica nacional;
b) o estímulo de
pesquisas referentes a novas fontes energéticas avançadas.
No primeiro item,
uma iniciativa primordial seria tirar do papel o projeto de um satélite
meteorológico geoestacionário próprio, imprescindível para um país que ocupa a
metade da América do Sul e tem a responsabilidade de distribuir informações
meteorológicas sobre grande parte do Oceano Atlântico Sul (a chamada
METAREA-V), nos termos da Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida
Humana no Mar (SOLAS).
Outras iniciativas
relevantes incluem:
- a ampliação e
melhor distribuição territorial da rede de estações meteorológicas, inferior
aos padrões recomendados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) para um
território com as dimensões do brasileiro, com ênfase especial no trabalho que
vem sendo desenvolvido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET);
- o aumento do
número de radares meteorológicos e a sua interligação aos sistemas de defesa
civil;
- a aceleração da
consolidação da base nacional de dados meteorológicos, parte dos quais ainda
não foi digitalizada;
- o estabelecimento
de uma rede mais eficiente de divulgação de dados meteorológicos e
oceanográficos para a METAREA-V.
No segundo item,
destaca-se o estabelecimento de linhas de pesquisa de novas fontes energéticas,
como o uso de tório em reatores nucleares, fusão nuclear (com conceitos que
deverão estar disponíveis comercialmente ao longo da próxima década) e fontes
baseadas em novos princípios físicos, como as reações nucleares quimicamente
assistidas (a chamada “fusão a frio”), energia do vácuo quântico (ou “ponto
zero”) e outras, objetos de pesquisas e desenvolvimento em vários países, mas
praticamente ignoradas no País, que não pode dar-se ao luxo de ficar alheio a
elas.
Para tais
pesquisas, o Brasil dispõe dos necessários recursos humanos qualificados,
distribuídos entre centros de pesquisa acadêmicos, de empresas estatais
(Cenpes, Cepel etc.), militares (IME, CTA, CTEx, IPqM) e algumas empresas de
tecnologia privadas.
Com relação às
fontes renováveis, a energia solar pode ser explorada, particularmente no
Centro Oeste e Nordeste, porém não com sistemas fotovoltáicos, de ineficiência
comprovada, e sim com sistemas heliotérmicos (concentrated solar power, CSP),
em particular, os de calhas parabólicas, além da produção de combustível
líquidos a partir de algas e hidrogênio a partir de hidrogenase (enzima
catalisadora da oxidação reversível de hidrogênio molecular).
Todas essas
iniciativas poderiam se beneficiar com a disponibilidade de parte dos recursos
financeiros que têm sido alocados a programas vinculados às mudanças
climáticas, segundo o enfoque equivocado da redução das emissões de carbono.
Um grupo adicional
de iniciativas relevantes para a “resiliência climática” envolve a
infraestrutura física, em especial, a capacidade de armazenamento de alimentos,
infraestrutura de transportes, energia e comunicações, além de outros tópicos,
não diretamente na alçada do MMA, mas potencialmente influenciados pelas
diretrizes e programas do Ministério.
Em síntese, o
caminho mais racional e eficiente para aumentar a resiliência da sociedade,
diante das mudanças climáticas inevitáveis – aquecimento ou resfriamento –, é a
elevação geral dos seus níveis de desenvolvimento humano e progresso aos
patamares permitidos pela Ciência e pelo avanço do conhecimento e o processo de
inovação.
5) A
“descarbonização” é desnecessária e deletéria:
Uma vez que as
emissões “antropogênicas” de carbono não provocam impactos verificáveis no
clima global, toda a agenda da “descarbonização” ou “economia de baixo carbono”
se torna desnecessária e contraproducente – sendo, na verdade, uma
pseudo-solução para um problema inexistente, pelo menos no tocante ao clima
(programas de incentivo à mobilidade urbana, inclusos no Fundo Clima, por
exemplo, se justificam por si próprios).
A insistência na
sua preservação, por força da inércia do status quo, não implicará em qualquer
efeito sobre o clima, mas tenderá a aprofundar os numerosos impactos negativos
de tais diretrizes.
O principal deles é
o encarecimento desnecessário de uma série de atividades econômicas, em razão
de:
- subsídios
concedidos à exploração de fontes energéticas de baixa eficiência, como a
eólica e solar fotovoltáica, já em retração na União Europeia (UE), que
investiu fortemente nelas;-
imposição de cotas
e taxas vinculadas às emissões de carbono, como fizeram a UE para viabilizar o
seu mercado de créditos de carbono, e países como a Austrália e a França, onde
a grande rejeição popular forçou a sua retirada;
- imposição a
várias atividades econômicas de medidas de captura e sequestro de carbono
(CCS), totalmente inúteis sob o ponto de vista climático e de saúde pública,
uma vez que o CO2 não é um gás tóxico e poluente; vale insistir, trata-se do
gás da vida.
Os principais
beneficiários de tais medidas têm sido os especuladores, fornecedores de
equipamentos e serviços de CCS e participantes dos intrinsecamente inúteis
mercados de carbono, que não têm qualquer fundamento econômico real e se
sustentam tão-somente em uma demanda artificial criada a partir de uma
necessidade inexistente.
6) Mirando o
futuro:
Pela primeira vez
na História, a humanidade detém um acervo de conhecimentos e recursos físicos,
técnicos e humanos, para prover a virtual totalidade das necessidades materiais
de uma população ainda maior que a atual.
Esta perspectiva
viabiliza a possibilidade de se universalizar – de uma forma inteiramente
sustentável – os níveis gerais de bem-estar usufruídos pelos países mais
avançados, em termos de infraestrutura de água, saneamento, energia,
transportes, comunicações, serviços de saúde e educação e outras conquistas da
vida civilizada moderna.
A despeito dos
falaciosos argumentos contrários a tal perspectiva, os principais obstáculos à
sua concretização, em menos de duas gerações, são mentais e políticos, e não
físicos e ambientais.
Definitivamente, a
política ambiental brasileira (aí incluída a agenda climática) precisa enquadrar-se
nessa perspectiva.
ASSINATURAS:
Luiz Carlos Baldicero Molion
Físico, doutor em
Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas, pesquisador sênior
(aposentado) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), professor
associado (aposentado) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
José Carlos Parente de Oliveira
Físico, doutor em
Física e pós-doutor em Física da Atmosfera, professor associado (aposentado) da
Universidade Federal do Ceará (UFC), professor do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE)
José Bueno Conti
Geógrafo, doutor em
Geografia Física e Livre-docente em Climatologia, professor titular do
Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP)
Fernando de Mello Gomide
Físico, professor
titular (aposentado) do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA);
Ricardo Augusto Felício
Meteorologista,
mestre e doutor em Climatologia, professor do Departamento de Geografia da
Universidade de São Paulo (USP), membro do conselho deliberativo da Sociedade
Brasileira de Meteorologia (SBMET)
Fúlvio Cupolillo
Geógrafo, mestre em
Meteorologia Aplicada e doutor em Geografia, professor titular do Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG)
Daniela de Souza Onça
Geógrafa, mestre e
doutora em Climatologia, professora do Departamento de Geografia da
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Carlos Henrique Jardim
Geógrafo, mestre,
doutor e pós-doutor em Geografia, professor do Departamento de Geografia da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
Wellington Lopes Assis
Geógrafo, mestre e
doutor em Geografia, professor do Departamento de Geografia da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG)
João Bosco A. de Morais
Geólogo, mestre em
Hidrogeologia e doutor em Vulnerabilidade de Aquíferos, consultor privado e
assessor para Meio Ambiente do Governo do Estado do Ceará
Danilo Ericksen Costa Cabral
Meteorologista,
mestre em Meteorologia, Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da
Paraíba (AESA)
Rômulo da Silveira Paz
Meteorologista,
mestre em Meteorologia, doutor em Engenharia Mecânica, professor associado da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Paulo Cesar Martins Pereira de Azevedo
Branco
Geólogo,
pesquisador sênior em Geociências (aposentado) do Serviço Geológico do Brasil
(CPRM)
Gildo Magalhães dos Santos Filho
Engenheiro
eletrônico, doutor em História Social e Livre-docente em História da Ciência e
Tecnologia, professor titular do Departamento de História da Universidade de
São Paulo (USP)
Thiago Maia
Físico, mestre e
doutor em Física Nuclear e doutor em Astrofísica, engenheiro de petróleo e
consultor privado
Guilherme Polli Rodrigues
Geógrafo, mestre em
Climatologia, consultor ambiental;
Igor Vaz Maquieira
Biólogo,
especialista em Gestão Ambiental
Mario de Carvalho Fontes Neto
Engenheiro
agrônomo, editor do blog A Grande Farsa do Aquecimento Global (http://agfdag.wordpress.com)
Richard Jakubazsko
Jornalista,
editor-executivo da revista Agro DBO e coautor dolivro CO2 aquecimento e
mudanças climáticas: estão nos enganando? (com Luiz Carlos Baldicero Molion e
José Carlos Parente de Oliveira, DBO Editores Associados, 2015)
Geraldo Luís Saraiva Lino
Geólogo, autor do
livro A fraude do aquecimento global: como um fenômeno natural foi convertido
numa falsa emergência mundial (Capax Dei, 2009; 4ª ed., 2015)
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