quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012


Agropecuária salva novamente o Brasil (I)

Hélio Brambilla


O ano de 2012 se inicia em meio às incertezas econômico-financeiras na Europa e nos Estados Unidos. A tal “Primavera árabe” parece fazer desabrochar mais joio que trigo.

O horizonte sombrio deixa preocupados nossos agropecuaristas, que com sua força empreendedora continuam dispostos a tudo enfrentar: intempéries, adversidades, oscilações de mercado e, sobretudo, os desatinos de Brasília.

Seriam os agropecuaristas otimistas e sonhadores? Em certo sentido sim! Creio que subconscientemente eles se deixam nortear pelas palavras de Delfim Neto ao se referir à conjuntura atual: “É preciso dizer que quem não estiver confuso está mal informado”.

Mas não desanimam: continuam a deitar a semente na terra e a cuidar de seus rebanhos, certos de que uma e outros constituem preciosas dádivas de Deus, as quais prevalecerão apesar de todos os obstáculos.

Sem o saberem, a chave do sucesso “dos que deitam a semente na terra” está assegurada pela tradição, magistralmente definida pelo Prof. Plinio Corrêa de Oliveira como sendo “a vida que a semente recebe do fruto que a contém”.

Com efeito, o agricultor é um agente de Deus na perene transmissão da vida vegetal, uma realidade sensível e sublime, mas tão distante dos horizontes mentais de burocratas eivados de socialismo.

No momento em que os países industrializados são afetados por uma imensa crise, o êxito de nossa agropecuária tem sido de molde a atrair grandes capitais ao Brasil.

Ilustrativa nesse sentido foi a visita de Margarita Louis-Dreyfus, viúva de Robert Dreyfus e diretora de uma das maiores empresas de comercialização e produção de produtos agrícolas.

Ora na condução dos negócios do grupo no mundo, por ocasião de um almoço informal com a presidente Dilma Roussef, ela anunciou a decisão de aplicar R$ 7 bilhões no País nos próximos cinco anos.

Indagada se não se preocupava com a crise que grassa na Europa, ela respondeu: “Estou. Mas lidamos com commodities (agrícolas) e o mundo certamente não vai deixar de comer” (OESP, 26/11/2011).
Tendo como vocação trabalhar a terra, o agropecuarista não olha só para si, mas também para os seus semelhantes.

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