quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

"Ambientalistas" mentem, mentem...


É Lenha (I)

Cristiano Cardoso (*) 


A cada dia é mais fácil ser seduzido pelos apelos às questões ambientais. Nossos filhos são muito mais conscientes do que é bom ou ruim para o ambiente.
Entre o bom e o mau muitas coisas foram sacadas como constituintes do mal, dentre elas: o consumo de petróleo, a não reciclagem, a garrafa pet e ultimamente a sacola plástica.
         Nossa busca em definir o que é bom ou ruim se compara a uma novela de mocinhos e bandidos. De vez em quando a madeira e, sobretudo a lenha, encena como ator principal para uns e como coadjuvante para outros.
         Já escutei uma dúzia de vezes dizerem que a lenha não é fonte renovável, que usá-la é promover o desmatamento, que é um crime.
         Existe defesa para tudo nesse mundo, assim como existe grupo, comunidade e guetos para tudo, ou quase tudo, pois nunca vi nada para a lenha que é um figurante das insolentes escorias e dos mais desprezíveis sentimentos atuais, onde recaem tantas acusações.
Para muitos, a lenha é condenada mesmo sem julgamento, isso de fato é lenha.
      É lenha, que o produto de uma árvore que nasce, cresce e morre, não seja classificado como fonte renovável. Mais lenha ainda é ter de escutar de gente dita “estudada” a afirmação de que as indústrias que usam lenha sejam atrasadas tecnologicamente, e que estas precisam mudar a matriz energética.
         É surpreendente que estados rasguem a terra por centenas de quilômetros para canalizar fontes de energia que apenas enriquecem as grandes companhias.
         É lenha desprezar a capacidade de crescimento de nossas florestas, e insano não perceber os avanços de nossa silvicultura.
É lenha ver um finlandês esperar 80 anos para colher uma árvore e investir bravamente na atividade, enquanto nossas terras ofertam madeira com 5 a 8 anos e não há investimento suficiente.
         É ultrapassado não investir no desenvolvimento local, porém, o que se faz ao não estimular o uso sustentável das florestas ou a formação destas, é não estimular o desenvolvimento local. (Continua)

Fonte: Cristiano Cardoso - Engenheiro Florestal e Licenciado em Ciências Agrícolas, mestrando em Ciências Florestais pela UFRPE

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