Alerta para o governo
O Tribunal de Contas
da União concluiu que 40% das necessidades logísticas do agronegócio para
escoamento da safra não encontram atenção do governo federal nas políticas
destinadas a melhorar estradas, linhas férreas e hidrovias.
A situação é mais grave
no Norte e no Nordeste, analisa o tribunal, por onde se poderia escoar mais da
metade da produção de grãos, hoje concentrada nos portos do Sudeste.
A auditoria foi
feita a pedido da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, com o
objetivo de verificar "as medidas tomadas pelo governo para o escoamento
da produção agropecuária".
O documento não tem relação direta com o pacote
de concessão de 10 mil quilômetros de ferrovias e 7,5 mil quilômetros de
rodovias à iniciativa privada, anunciado há duas semanas pela presidente Dilma
Rousseff.
No entanto, diversos trechos de ferrovias apontados como necessários
pela auditoria não estão no pacote, nem nos planos do Ministério do Trabalho.
A falta de investimentos para
facilitar a exportação de novas áreas de cultivo, como o norte do Mato Grosso,
Rondônia, sul do Maranhão e do Piauí e norte do Tocantins, pode até mesmo
limitar a expansão da produção agrícola brasileira, na avaliação dos técnicos
do TCU.
Lentidão
Não
bastasse a ausência de recursos para oferecer portos, hidrovias, ferrovias e
rodovias em bom estado para baratear os grãos brasileiros, os investimentos,
quando acontecem, são lentos e levantam suspeitas, segundo o tribunal,
responsável pela fiscalização do uso de recursos públicos.
Apagão logístico
Na avaliação do presidente da
Associação dos Produtores de Milho e Soja do Mato Grosso, o setor vive um "apagão logístico".
Ele lembra que existem
200 navios aguardando ao largo em Paranaguá, sendo 40 com fertilizantes, cujos
proprietários recebem diária de US$ 60 mil a título de atraso no desembarque.
Procurado, o
Ministério dos Transportes informou que não tinha conhecimento das conclusões
técnicas, apesar de trabalhar em parceria com o TCU.
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