Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e
Goiás e o Distrito Federal estão sendo impulsionados pelo bom momento da
agropecuária e, mais recentemente, pelo aumento da cotação dos grãos no
mercado internacional
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O Centro-Oeste é a região que mais cresce no País. Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul e Goiás e o Distrito Federal estão sendo impulsionados pelo bom
momento da agropecuária e, mais recentemente, pelo aumento da cotação dos
grãos no mercado internacional.
O Índice de Atividade Econômica do Banco
Central referente ao Centro-Oeste apontou um crescimento de 5,9% nos 12 meses
encerrados em maio - na sequência, estão o Sul (4,4%) e o Nordeste (4,2%).
Por trimestre, o crescimento do Centro-Oeste já é o maior do País há
um ano, segundo o BC. No fim do ano passado, em novembro, o maior crescimento
acumulado em 12 meses era da Região Norte (4,8%), seguida de perto pelo
Nordeste (4,7%) e Centro-Oeste (4,7%).
"Tivemos um ano com bons preços na agricultura e isso ajudou
bastante a elevar o faturamento total da produção. Como a agricultura
corresponde a 70% do PIB de Mato Grosso, todos os setores do Estado têm um
bom resultado", diz Ricardo Tomczyk, vice-presidente da Associação dos
Produtores de soja e milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja).
Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre,
divulgados na semana passada, mostraram um crescimento maior da agricultura
ante as demais atividades econômicas. Na comparação com os três primeiros
meses do ano, a agricultura cresceu 4,9%. A indústria recuou 2,5%, enquanto o
setor de serviços teve alta de 0,7%.
A quebra de safra do milho e da soja nos Estados Unidos também serviu
de impulso para a região. Os preços dos dois produtos aumentaram
expressivamente no cenário internacional. Em Rondonópolis, Mato Grosso, o
preço negociado da saca de soja passou R$ de 42, em agosto de 2011, para R$
75,2 este ano.
"Nos últimos 12 meses, passamos por uma situação conjuntural com
forte influência. Os problemas climáticos afetaram os principais países
produtores, o que não é comum", diz Fábio Trigueirinho, secretário-geral
da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
O Centro-Oeste é o principal produtor de grãos do Brasil. Na safra de
2012, que deve ser recorde, o IBGE prevê que a região será responsável por
42,7% da produção de cereais, leguminosas e oleaginosas de todo o País -
somente Mato Grosso produz 20 milhões de toneladas de soja, o que sozinho o
torna o quarto maior produtor do mundo.
Efeito geral. O crescimento do agronegócio estimula outros setores da
economia, com impacto direto no emprego no Centro-Oeste. A evolução na
contratação de trabalhadores com carteira assinada na região se mantém no
mesmo patamar de 2011, segundo dados do Cadastro Geral Cadastro Geral de
Empregos e Desempregados (Caged).
O Centro-Oeste é a única região que
conseguiu manter o mesmo ritmo do crescimento do emprego.
"Há uma retomada da capacidade de investimento, em renovação de
maquinário, o que dinamiza o restante da economia local. Ou seja, todos os
provedores de insumos e serviços para os produtores acabam se
beneficiando", diz André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult.
Nos últimos anos, o Centro-Oeste aumentou a sua participação no PIB
nacional. De 2002 para 2009, segundo o IBGE, cresceu de 8,8% para 9,6%. O
aumento de 0,8 ponto porcentual no período foi o maior entre todas as
regiões. Esse crescimento, impulsionado pelo agronegócio, alterou a estrutura
das classes sociais (leia quadro ao lado).
"O dinheiro do agronegócio é como o crédito funciona para outras
regiões do País. É um alavancador do consumo, o que faz com que toda a
máquina cresça", diz Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. A
nova classe média - a chamada classe C - corresponde a um mercado consumidor
de R$ 98,7 bilhões.
Fonte: OESP
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