Orçado em R$ 16 bilhões, custo da Usina de Belo
Monte já
supera os R$ 30 bilhões
Aumento dos gastos para a construção da terceira maior
hidrelétrica do mundo, no Pará, é provocado por fatores como custos ambientais
maiores e as paralisações frequentes, fruto de protestos indígenas e de greves
por melhores condições de trabalho.
Com a sequência de paralisações provocadas por índios e
trabalhadores, estima-se que a obra esteja um ano atrasada.
O vaivém dos números da terceira maior hidrelétrica do mundo
deve acertar em cheio a rentabilidade dos acionistas, que em 2010 estava
calculada em 10,5%. Hoje, as planilhas dos analistas de bancos de investimentos
já apontam um retorno real de 6,5% ao ano.
A Norte Energia, concessionária responsável pela construção
da usina de 11.233 megawatts (MW) no Rio Xingu, evita falar de indicadores
financeiros e afirma apenas que os valores (de R$ 25 bilhões) foram corrigidos
para R$ 28,9 bilhões.
Vale destacar que a obra tem 22 mil trabalhadores, e a
maioria fica em alojamentos. Qualquer mudança nos benefícios – mesmo que
pequena – tem impacto relevante no orçamento.
As interrupções dos trabalhos por causa das invasões e
greves também são fatores que explicam o aumento dos custos.
Até quinta-feira,
cerca de 7 mil trabalhadores do sítio Belo Monte, onde está sendo construída a
casa de força da usina, ficaram parados por causa da invasão de 83 índios no
local.
A paralisação durou uma semana. Desde o início das obras da hidrelétrica,
foram 15 invasões (e 16 dias de greve) que paralisaram as atividades e ajudaram
a atrasar o cronograma em cerca de um ano.
Pela dimensão do investimento e sua visibilidade no mundo
inteiro por causa das questões ambientais, o projeto é alvo de reivindicações e
protestos – e ninguém duvida que novas greves e invasões vão ocorrer até o fim
da obra.
Pelo cronograma original, as operações da usina devem
começar em dezembro de 2014. Hoje, porém, apenas 30% das obras civis estão
concluídas.
Fonte: Renée Pereira - O Estado de S. Paulo
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