... não
soluciona conflito fundiário
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Arrendar as propriedades rurais invadidas por indígenas até o término da
decisão judicial é uma das propostas da União, como forma de solucionar ou
minimizar os problemas e tensões referentes às demarcações de terras em
Mato Grosso do Sul.
Durante a reunião ocorrida no Tribunal de Justiça
(TJ/MS), nesta quarta-feira (24), a Federação da Agricultura e Pecuária de
Mato Grosso do Sul - FAMASUL defendeu que o arrendamento não é uma solução
viável.
Esta sugestão do Governo Federal integra o relatório com outras alternativas
que foram analisadas pela comissão criada pelo Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) e deverá ser entregue ao ministro Joaquim Barbosa, até o dia 30 de
julho.
O desembargador do TJ/MS, Sérgio Fernandes Martins, afirma que a proposta de
arrendamento não seria uma solução definitiva para o problema. Do mesmo modo,
o advogado da Famasul, Gustavo Passarelli, afirma que os produtores rurais
não concordam com o arrendamento, uma vez que os valores pagos no aluguel
serão abatidos ao final do processo.
"A medida proposta é paliativa e
não resolve o problema, coloca os indígenas em posse da terra invadida e é
economicamente inviável para o produtor", ressalta Passarelli.
De acordo com o coordenador do Comitê Executivo do Fórum de Assuntos
Fundiários do CNJ, Rodrigo Rigamonte, o Governo Federal disponibilizou, por
meio de uma emenda prevista no Orçamento Geral da União, a cifra de R$ 50
milhões para compra das terras invadidas.
"O valor é insuficiente, mas
tentaremos aporte de recurso ano a ano", afirmou Rigamonte.
Além de considerar o valor como tímido, Passarelli repudia o pagamento apenas
das benfeitorias das propriedades, sem considerar a terra nua, e ressalta que
a proposta será motivo de impasse. "A FAMASUL possui uma visão
inabalável de compras das terras invadidas. Não há resistência por parte dos
produtores no que diz respeito à venda, desde que ocorra o pagamento da terra
nua e também das benfeitorias", salienta o advogado.
No documento que será entregue ao ministro Joaquim Barbosa, além do
arrendamento, citam como alternativas de solução para o conflito agrário em
Mato Grosso do Sul, a proposta de acordo judicial, com pagamento pelas
terras; permuta (troca) por outras áreas; e, inclusive, a alteração
constitucional, permitindo o pagamento da terra, entre outras medidas.
Participam da reunião, o coordenador do comitê, Rodrigo Rigamonte, membros do
TJ/MS, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, do Tribunal Regional do
Trabalho da 24ª Região, da Procuradoria da República no Estado do Mato Grosso
do Sul, da Advocacia-Geral da União (AGU), da Fundação Nacional do Índio
(Funai), do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Secretaria de
Direitos Humanos, além de líderes indígenas e representantes dos produtores
rurais.
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Fonte:
Canal do Produtor
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