... tropeça na realidade
Os ecologistas que se cuidem, pois nem a natureza nem a
ordem natural das coisas gostam de trabalhar ao lado de seus autoproclamados
defensores. O gás de xisto está aí para desmitificar mais uma vez o fascínio
europeu de reduzir 20% de suas emissões de CO2 para “salvar” o planeta.
Com efeito, a produção americana desse gás não convencional vem pondo de lado o uso do carvão, cujo
excedente os EUA vendem a preço baixo. Para Kash Burchet, analista do IHS Energy, as empresas
geradoras de energia vêm apanhando por
operar centrais de gás, inclusive as de última geração, em decorrência do carvão
barato.
Resultado: um número crescente de empreendimentos europeus
geradores de energia elétrica fecha suas modernas plantas de ciclo combinado de
gás, enquanto as termoelétricas à base de carvão fazem a festa, escreveu o Wall Street Journal.
A geradora norueguesa Statkraft acabou de fechar uma central
na Alemanha. Por sua vez, a empresa alemã E•ON
considera hibernar mais centrais de gás, incluindo uma planta de última geração
na Eslováquia, diante de uma queda de 94% nos lucros do primeiro trimestre de
2013.
A eletricidade gerada com o carvão americano é mais barata e
alivia as precárias economias europeias. Os opositores argumentam que os países
europeus se engajaram em utópicos planos e tratados internacionais para reduzir
as emissões de CO2 e instalar fontes de energias renováveis.
Os europeus já não vinham respeitando esses tratados, cuja violação
escancarou-se agora, imposta pela necessidade. Em 2012, as exportações americanas
de carvão à Europa cresceram por volta de 23%, atingindo 66,4 milhões de
toneladas, segundo o Departamento de Energia dos EUA.
No Reino Unido, o volume de eletricidade gerada pelo carvão
atingiu seu nível máximo em 17 anos, enquanto o produzido com gás convencional
caiu a um mínimo histórico equivalente. Também a geradora checa CEZ manterá
fechada sua nova usina. A britânica SSE, além de fechar uma usina dessas, não
pensa em construir mais nenhuma.
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