domingo, 11 de agosto de 2013

A realidade sobre a Reforma Agrária



Custo dos assentados


Parabéns a Xico Graziano por mais um lúcido artigo (O País sem o MST, 6/8, A2). Permito-me corrigir-lhe um dado: uma família de assentados custa muito mais que R$ 100 mil. 

Em Araçatuba, onde há vários assentamentos instalados no governo Lula, um alqueire de terra custa cerca de R$ 50 mil. Cada lote tem, em média, seis alqueires, mais a reserva legal, área de preservação permanente e largos corredores (estradas que dividem os lotes). 

Tranquilamente, uma média de dez alqueires por família, ou R$ 500 mil. Mas não é só. Como a agricultura dos assentados não é sustentável, há várias subvenções: para construção da moradia (R$ 30 mil), Luz para Todos (R$ 30 mil), plantio (R$ 40 mil). 

Além desses R$ 600 mil que recebem em transferência direta de renda do contribuinte, há a cara, pesada e ineficiente estrutura do Incra para apoio aos assentados e assessorar novas invasões. 

Assim, uma família assentada custa mais que uma família sustentada pelo Estado não com um salário mínimo, mas com dez. O suficiente até para comprar a saúde, a educação e a segurança que o Estado deixa de fornecer por falta de prioridade no gasto público. 

Bendito seja o Bolsa Família, que represou a pressão social sobre o campo. Mesmo que os produtores rurais não estejam em paz (ainda tem os índios, os quilombolas, títulos não reconhecidos, etc.), o contribuinte ganhou um alento com o menor desperdício de seu suado dinheiro.

Fonte: Francisco de Godoy Bueno, diretor jurídico da Sociedade Rural Brasileira, São Paulo, in OESP, 7/8/13

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