Custo dos assentados
Parabéns a Xico Graziano por mais um lúcido artigo (O País sem o MST, 6/8, A2). Permito-me corrigir-lhe um dado: uma
família de assentados custa muito mais que R$ 100 mil.
Em Araçatuba, onde há vários
assentamentos instalados no governo Lula, um alqueire de terra custa cerca de
R$ 50 mil. Cada lote tem, em média, seis alqueires, mais a reserva legal, área
de preservação permanente e largos corredores (estradas que dividem os lotes).
Tranquilamente, uma média de dez alqueires por família, ou R$ 500 mil. Mas não
é só. Como a agricultura dos assentados não é sustentável, há várias
subvenções: para construção da moradia (R$ 30 mil), Luz para Todos (R$ 30 mil),
plantio (R$ 40 mil).
Além desses R$ 600 mil que recebem em transferência direta
de renda do contribuinte, há a cara, pesada e ineficiente estrutura do Incra
para apoio aos assentados e assessorar novas invasões.
Assim, uma família
assentada custa mais que uma família sustentada pelo Estado não com um salário
mínimo, mas com dez. O suficiente até para comprar a saúde, a educação e a
segurança que o Estado deixa de fornecer por falta de prioridade no gasto
público.
Bendito seja o Bolsa Família, que represou a pressão social sobre o
campo. Mesmo que os produtores rurais não estejam em paz (ainda tem os índios,
os quilombolas, títulos não reconhecidos, etc.), o contribuinte ganhou um
alento com o menor desperdício de seu suado dinheiro.
Fonte: Francisco de Godoy Bueno, diretor jurídico da Sociedade Rural Brasileira,
São Paulo, in OESP, 7/8/13
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