sábado, 8 de fevereiro de 2014

Índio pede microfone para "calar a boca" de estudantes..



... "Vocês envergonham a mim e os 

meus irmãos! "


Índio pede microfone para "calar a boca" dos estudantes que foram tumultuar o encontro e afirma: 

"Sou índio e quero dizer que vocês (estudantes) não me representam, não têm qualidade e só vieram aqui para tumultuar e envergonhar a mim e meus irmãos indígenas. Digo mais, vocês deveriam estudar mais, porque vocês não conhecem nossa realidade de vida”, opinou Abraão Metelo. 

O índio denuncia que a Funai é conivente com invasões e que sabem que não são terras indígenas mas mesmo assim incita. Ele também pede autonomia das terras indígenas e concorda com a nossa proposta acerca da titulação individual. Ele afirma que foi ao Banco do Brasil pedir um crédito para produzir, mas foi negado, pois deveria ser um crédito coletivo. 

Ele indagou: "E se eu pegar o dinheiro com outros e depois eles não pagarem? E se só eu trabalhar? Vou ter que pagar por eles que não trabalharam? Não peguei o dinheiro e não pude trabalhar a terra." 

Percebam que a FUNAI e seus antropólogos não escutam os anseios das pessoas que afirmam defender. Eles não querem a autonomia dos indígenas, pois, vivem de suas mazelas, de suas necessidades.

Em posse das escrituras os indígenas que desejassem poderiam produzir, realizariam sua independência financeira, não ficando mais à mercê dos órgãos que sobrevivem do conflito e da miséria.

Em contrapartida, a união, haveria de pagar pela terra pretendida, uma vez que, a terra não seria mais para a união. Do mesmo modo, teríamos a prova da má-fé daqueles que querem fazer do Brasil um imenso fazendão, como nos modelos ditatoriais comunistas, confiscando ardilosamente os bens privados, em nome das desgraças do conflito. Será que eles promoveriam as invasões ilegais, com demarcações comprovadamente fraudulenta da FUNAI?

Até já consigo saber os argumentos "antropológicos" para reprovar nossa proposta. Irão argumentar que estamos sendo etnocêntricos, tentando impor a cultura do "branco" aos indígenas. Para tanto, há que se contra-argumentar, utilizando dos mesmos argumentos dos próprios antropólogos para arguir que os índios não deixarão de ser índios por aspirar dos mesmos desejos dos brancos. 

Não é o argumento empregado para dizer que o índio não deixa de ser índio por querer e usar internet, celulares, nikes etc? Só que na nossa proposta ele conseguirá com dignidade e não esperando por uma bolsa-miséria. 

A cultura é movimento, não podemos -- não é ético -- impedir o acesso e escolhas das pessoas alegando preservar seus costumes, a própria antropologia condena isso. 

Mas como há muitos vampiros, sabemos que eles contextualizam seus conceitos de modo a atender seus interesses. Portanto, vamos deixar a cargo dos próprios índios responder a proposta. 

E nós, iremos estudar e dialogar mais sobre a questão que deve ser amadurecida e discutida por todos nós.

Indígena participa do Grito do Produtor e critica manifestantes contrários a causa

O indígena foi prestar solidariedade aos produtores com terras invadidas em Miranda e se indignou com os manifestantes que insultavam os produtores presentes no local.

Indígena participa do Grito do Produtor e critica manifestantes contrários a causa

Foto: Geovanni Gomes

O evento Grito do Produtor realizado na tarde do dia 7/2 reuniu cerca de 70 produtores rurais, na maior parte, da região Sul do Estado. Os participantes se encontraram na Praça do Rádio Clube com objetivo de conscientizar a população sobre os problemas enfrentados em decorrência dos conflitos rurais do Estado.

Na ocasião do evento, um grupo de 20 manifestantes contrários ao evento, aparentemente universitários provocou os produtores e recebeu uma reposta que não esperavam. O indígena Abrão Metelo, residente na aldeia Passarinho, em Miranda pediu o uso da palavra para contestar o grupo.

“Sou índio e quero dizer que vocês não me representam, não tem qualidade e só vieram aqui para tumultuar e envergonhar a mim e meus irmãos indígenas. Digo mais, vocês deveriam estudar mais, porque vocês não conhecem nossa realidade de vida”, opinou Metelo.

Segundo o idealizador do evento, o produtor Pedro Pedrossiam Filho, o encontro serviu para unir os produtores e oferecer mais estímulo à luta pelos direitos de quem teve as terras invadidas. “Muitos dos produtores que estão aqui hoje nem conheciam a Capital, mas, estamos reunidos para defender nossos direitos. Nesta reunião de hoje plantamos uma semente que irá frutificar e devemos espalhá-la por todo país”, analisou.

O produtor criticou o governo federal, afirmando que o conflito ainda não acabou em razão da má vontade da presidente Dilma Roussef. 

“A presidente não tem interesse em acabar com este imbróglio, pois, quer tirar as terras dos produtores que são trabalhadores honestos, e passar para o domínio da União. E para isso, este governo utiliza a massa de manipulação indígena que não recebe o mínimo apoio para plantar, criar ou ter uma vida digna no campo”.

Um dos participantes foi o pequeno produtor, Nelson Dotta, que possui uma pequena propriedade no município e que está na família há mais de 60 anos. 

“Estou aqui para apoiar meus vizinhos e amigos que tiveram as terras invadidas. São três, somente na minha região. Graças a Deus, minha terra nunca foi invadida, pois, ficaria impossível sobreviver. Sou um pequeno agricultor e retiro a subsistência minha e da minha família do que plantamos e criamos”, relatou.

A produtora Luana Ruiz esteve presente e lembrou que os produtores precisam participar mais ativamente, a fim de que possam pressionar o governo a tomar uma atitude definitiva. 

“Nós temos de começar a conscientização pela nossa categoria. Quando é que as pessoas vão entender a situação grave que vivemos? Quando acontecer com elas? Só uma união limpa e comprometida com o direito de propriedade conseguirá solucionar a situação de quem possui terra invadida e evitar novas invasões”, alertou.

Na avaliação de Luana, o encontro é o marco de uma mudança que será sentida daqui alguns anos e beneficiará tanto produtores, quanto indígenas. “Se relativizarmos hoje o poder de propriedade do produtor e da opinião pública, amanhã o governo poderá fazer o mesmo com nossas poupanças, salários e residências. Precisamos denunciar quais os reais interesses dos grupos indigenistas”, reforçou.

Próximos passos – Segundo Pedrossiam Filho, o movimento Grito do Produtor iniciou simbolicamente hoje (7) e pretende se estender para todos os Estados onde houver propriedades invadidas. 

“Vou começar visitando os 79 municípios do Estado, contando o que acontece neste conflito e qual é a situação dos produtores. Sei que não conseguiremos mudar a cabeça das pessoas do dia para noite, já que foram 30 anos de mentiras. Mas posso lhe garantir que não ficaremos mais quietos”, finalizou.


http://www.topmidianews.com.br/noticia/indigena-participa-do-grito-do-produtor-e-critica-manifestantes-

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