Os icebergs bolivarianos na nossa rota
Helio
Brambilla
Muito se tem falado e
escrito sobre as virtudes do agronegócio brasileiro. Poderíamos até vê-las
transcritas numa enciclopédia, mas os empreendedores já dão sinais de alerta de
“icebergs” no itinerário. À maneira do Titanic, o “iceberg bolivariano” vem fazendo rombos cada vez maiores no casco
do transatlântico chamado Brasil.
Afinal, de que adiantará à nossa agropecuária ir muito bem
se o navio vai a pique? A cratera aberta já
é grande, mas se o casco não for reconstituído com urgência e as bombas
não ejetarem a água que já invadiu a embarcação, a partida cedo ou tarde estará
perdida. O que fazer então? Trocar os timoneiros ou as timoneiras? Com efeito,
será muita gente a ser trocada em 2014, ano de eleições!
Tendo feito uma espécie de rali por São Paulo, Paraná e
Santa Catarina recentemente. Ao percorrer quase 5.000 quilômetros, pude ir
verificando aqui, lá e acolá as proporções do estrago em nossa embarcação. Além
de ser enorme, é profundo. Para dar um
exemplo, gastei três horas para percorrer 110 km na rodovia que liga São Paulo
a Curitiba.
Pude constatar haver muitos pedágios com preços abusivos,
considerando que muitas estradas foram feitas com o nosso dinheiro, enquanto as concessionárias
só fazem manutenção de pouca monta, mas cobram bastante para se trafegar nelas.
Lembrei-me do fato do Lula, ao bater o martelo das
concessões das rodovias Fernão Dias (São
Paulo-Belo Horizonte) e Régis Bittencourt (São Paulo-Florianópolis), gabando-se de ter conseguido fazê-las por
uma merreca, enquanto outros governos, para fazer outro tanto, o fizeram com
pedágios altíssimos.
Talvez os nossos dirigentes venham fazendo ouvidos moucos ao
que já fora denunciado pelas concessionárias, ou seja, quase 50% do valor dos
pedágios voltam aos cofres do governo na forma de impostos... Devemos considerar
ainda que o governo recebe pelas rodovias através do imposto sobre os veículos,
além da CIDE, taxa cobrada sobre os combustíveis para manutenção das estradas. Além de não gastar nada com as rodovias,
ainda recebe quase a metade dos impostos sobre os pedágios!
Chegou a correr pela internet uma historinha engraçada.
Um erudito pergunta a Lula se ele sabia o que era um tirano, ao que ele
prontamente teria respondido. – Ora, é aquele que vai “tirano o dinheiro do
povo”... Neste caso, e em tantos outros,
o PT seria o maior tirano da história do Brasil...
Volto aos 110 km rodados em três horas e
quinze minutos! Esta rodovia, há mais de 20 anos deveria estar duplicada na
tristemente famosa Serra do Cafezal. Reportagens recentes atestam que a média
de mortes/ano nessa rodovia vem girando em torno de 140 vítimas fatais, fora os
estropiados para o resto da vida, sendo que grande parte dos acidentes ocorre nesse
local. Mas as autoridades não se sensibilizam.
O certo é que a licença ambiental para a duplicação não saía
em razão de dois ou três casais de periquitos que por lá faziam seus ninhos, como
se nos arredores não existisse outra árvore... Afinal, saiu. Mas aconteceu de a
concessionária ser estrangeira e entrar
em insolvência. A substituta trabalha com tecnologia obsoleta e com
pouco dinheiro.
E os 18 km só ficarão prontos em 2017... Um PAC empacado. Volto
ao tema proximamente.
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