Icebergs bolivarianos no nosso mar
Helio
Brambilla
Recém-terminado
o relato do “Balanço de Safra 2013” ,
fatos novos e relevantes advieram. Há
séculos, alguns contadores de história inventaram uma pretensa papisa de nome
Joana, que se arvorava em possuir todas as prerrogativas, inclusive a
infalibilidade, de um papa.
Talvez se
julgando um tantinho “papisa”, nossa Presidente partiu com o seu séquito para
Lucas do Rio Verde – MT a fim de inaugurar a colheita de grãos que, na verdade,
fazia tempo tinha começado, com mais de 20% da safra já colhida.
No dia 11/02/14, bem ao seu estilo, ela pontificava na expectativa
eleitoreira de associar seu nome a uma das poucas atividades econômicas que
fazem o seu dever de casa. Portanto, ocasião oportuna para o seu marqueteiro
apresentá-la como a responsável por tão grande feito.
Com linguagem de palanque, ela prometeu o ouro e o mouro, como crédito
para silagem, hidrovias, rodovias e ferrovias para sucessos ainda maiores da
produção agrícola. Promessas tardias, pois lhe resta muito pouco tempo de
mandato.
Vaticinou com base nos dados da Conab – Companhia Nacional de
Abastecimento uma safra de 193 milhões de toneladas a ser colhida, contra 186
milhões do ano anterior. Mas não tardou a ser questionada.
Terminada a sua arenga, o Dr. Antônio Galvan, fundador da cidade de
Sinop, produtor rural dos mais respeitados da região, apontou para a imprensa o
caráter eleitoreiro daquele discurso, além de estimar queda na próxima safra
devido à seca que assola grande parte do país.
Ao que tudo indica, infelizmente, isso ocorrerá, a não ser que a
Presidente – além dos predicados que julga ter – seja capaz de fazer o milagre
da multiplicação dos grãos como Jesus Cristo fez dos pães...
* * *
Retomo a minha
viagem e as considerações sobre a safra agrícola do ano passado. Bastou eu
chegar a Florianópolis para ser informado sobre mais um trecho da BR 101, um
pouco ao sul da bela capital catarinense, na localidade denominada “Morro dos
Cavalos”, que se encontra igualmente sem duplicar, o que vem provocando
engarrafamentos contínuos de 10
a 15 km nos dois sentidos.
A razão da paralisação da rodovia é a presença de meia dúzia de índios
provenientes do Paraguai e Argentina e que ali se instalaram poucos anos atrás.
Habilmente instruídos para não arredarem o pé do local, eles colocaram uma
condição, reivindicando grande indenização. Caso não se chegue a um acordo,
precisará abrir um túnel numa montanha de granito a um elevado custo de milhões
de reais com o dinheiro dos contribuintes!
Os próprios índios – em depoimento a uma das mais importantes redes de
TV – confessaram não ser brasileiros. No entanto, a FUNAI e o CIMI, como de
costume, declararam por eles que o conceito de fronteira é coisa de homem
branco, capitalista e atrasado e que os índios “moderníssimos” seguem a cultura
nômade de milênios, e, portanto são transnacionais.
Em Blumenau, tivemos
ocasião de visitar alguns projetos pesqueiros e de maricultura, pois o litoral
catarinense apresenta condições muito favoráveis a essa atividade. Entre a
pesca marítima e nos criatórios, Santa Catarina responde atualmente por cerca
de 50% de todo o pescado brasileiro para consumo e exportação.
Um gaúcho que gerencia um entreposto frigorífico de frutos do mar relatou-nos
que seu empreendimento vem se tornando dia a dia mais inviável em razão de exigências
ambientais. E exemplificou: “Se pescarmos uma tainha ou pescada com um
milímetro abaixo da bitola exigida pelo IBAMA, os barcos são sequestrados manu militari”.
Acontece que os barcos para a pesca em alto mar são de altíssima
tecnologia, custando milhões de reais. Para liberação da embarcação, além da
multa escorchante os pescadores passam a ser colocados na já tristemente famosa
“lista negra” do IBAMA. Não é de se descartar que entre fiscais inescrupulosos
e empreendedores impetuosos não possa haver combinações ilícitas.
Há 20 ou 30 anos, os pregoeiros do ambientalismo radical, religioso e
sectário, afirmavam que os peixes e os frutos do mar iriam acabar. Acontece que
Deus ao criar o homem deu-lhe atributos como a inteligência, a vontade e a
criatividade. O homem estudou, pesquisou e concluiu, por exemplo, que uma fêmea
de camarão põe mais de 100 mil ovos por vez... Outros peixes chegam a atingir 200 a 300 mil ovos, e só não vingam
em razão dos predadores.
Se
os ovos forem isolados em viveiros, recebendo os cuidados adequados, a quase
totalidade deles tem o seu processo normal. Hoje, por exemplo, 60% dos camarões
consumidos no mundo são produzidos nos “temíveis cativeiros”, segundo os
ecologistas. Há rações para os alevinos com promotores de crescimento, mas no
Brasil o seu uso é ilegal e severamente punido!
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