segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O Titanic e a safra agrícola de 2013 (III)




Icebergs bolivarianos no nosso mar

Helio Brambilla

Recém-terminado o relato do “Balanço de Safra 2013”, fatos novos e relevantes advieram.  Há séculos, alguns contadores de história inventaram uma pretensa papisa de nome Joana, que se arvorava em possuir todas as prerrogativas, inclusive a infalibilidade, de um papa.
Talvez se julgando um tantinho “papisa”, nossa Presidente partiu com o seu séquito para Lucas do Rio Verde – MT a fim de inaugurar a colheita de grãos que, na verdade, fazia tempo tinha começado, com mais de 20% da safra já colhida.
       No dia 11/02/14, bem ao seu estilo, ela pontificava na expectativa eleitoreira de associar seu nome a uma das poucas atividades econômicas que fazem o seu dever de casa. Portanto, ocasião oportuna para o seu marqueteiro apresentá-la como a responsável por tão grande feito.
       Com linguagem de palanque, ela prometeu o ouro e o mouro, como crédito para silagem, hidrovias, rodovias e ferrovias para sucessos ainda maiores da produção agrícola. Promessas tardias, pois lhe resta muito pouco tempo de mandato.
      Vaticinou com base nos dados da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento uma safra de 193 milhões de toneladas a ser colhida, contra 186 milhões do ano anterior. Mas não tardou a ser questionada.
      Terminada a sua arenga, o Dr. Antônio Galvan, fundador da cidade de Sinop, produtor rural dos mais respeitados da região, apontou para a imprensa o caráter eleitoreiro daquele discurso, além de estimar queda na próxima safra devido à seca que assola grande parte do país.
      Ao que tudo indica, infelizmente, isso ocorrerá, a não ser que a Presidente – além dos predicados que julga ter – seja capaz de fazer o milagre da multiplicação dos grãos como Jesus Cristo fez dos pães...

* * *

Retomo a minha viagem e as considerações sobre a safra agrícola do ano passado. Bastou eu chegar a Florianópolis para ser informado sobre mais um trecho da BR 101, um pouco ao sul da bela capital catarinense, na localidade denominada “Morro dos Cavalos”, que se encontra igualmente sem duplicar, o que vem provocando engarrafamentos contínuos de 10 a 15 km nos dois sentidos.

       A razão da paralisação da rodovia é a presença de meia dúzia de índios provenientes do Paraguai e Argentina e que ali se instalaram poucos anos atrás. Habilmente instruídos para não arredarem o pé do local, eles colocaram uma condição, reivindicando grande indenização. Caso não se chegue a um acordo, precisará abrir um túnel numa montanha de granito a um elevado custo de milhões de reais com o dinheiro dos contribuintes!

       Os próprios índios – em depoimento a uma das mais importantes redes de TV – confessaram não ser brasileiros. No entanto, a FUNAI e o CIMI, como de costume, declararam por eles que o conceito de fronteira é coisa de homem branco, capitalista e atrasado e que os índios “moderníssimos” seguem a cultura nômade de milênios, e, portanto são transnacionais.

Em Blumenau, tivemos ocasião de visitar alguns projetos pesqueiros e de maricultura, pois o litoral catarinense apresenta condições muito favoráveis a essa atividade. Entre a pesca marítima e nos criatórios, Santa Catarina responde atualmente por cerca de 50% de todo o pescado brasileiro para consumo e exportação.

       Um gaúcho que gerencia um entreposto frigorífico de frutos do mar relatou-nos que seu empreendimento vem se tornando dia a dia mais inviável em razão de exigências ambientais. E exemplificou: “Se pescarmos uma tainha ou pescada com um milímetro abaixo da bitola exigida pelo IBAMA, os barcos são sequestrados manu militari”.

       Acontece que os barcos para a pesca em alto mar são de altíssima tecnologia, custando milhões de reais. Para liberação da embarcação, além da multa escorchante os pescadores passam a ser colocados na já tristemente famosa “lista negra” do IBAMA. Não é de se descartar que entre fiscais inescrupulosos e empreendedores impetuosos não possa haver combinações ilícitas.

      Há 20 ou 30 anos, os pregoeiros do ambientalismo radical, religioso e sectário, afirmavam que os peixes e os frutos do mar iriam acabar. Acontece que Deus ao criar o homem deu-lhe atributos como a inteligência, a vontade e a criatividade. O homem estudou, pesquisou e concluiu, por exemplo, que uma fêmea de camarão põe mais de 100 mil ovos por vez... Outros peixes chegam a atingir 200 a 300 mil ovos, e só não vingam em razão dos predadores.


         Se os ovos forem isolados em viveiros, recebendo os cuidados adequados, a quase totalidade deles tem o seu processo normal. Hoje, por exemplo, 60% dos camarões consumidos no mundo são produzidos nos “temíveis cativeiros”, segundo os ecologistas. Há rações para os alevinos com promotores de crescimento, mas no Brasil o seu uso é ilegal e severamente punido!

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