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sexta-feira, 31 de julho de 2015
Agronegócio, parte promissora do PIB
POR QUE NÃO DAR NOME AOS BOIS?
POPULISMO MARXISTA NA
AMÉRICA LATINA
Em recente declaração na capital paulista, Adolpho Lindenberg, presidente do Instituto Plinio
Corrêa de Oliveira, declarou que nas atuais críticas aos governos “bolivarianos” da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e Brasil a corrupção
é ressaltada como se fosse a principal responsável pelos desacertos nas
políticas econômicas.
Para ele, são poucos os que denunciam a essência do
problema, que é o caráter socializante, marxista e esquerdista desses governos
populistas. Centrando o problema na corrupção, o problema principal é relegado
a um segundo plano. Fica-se então com a impressão de que os políticos populistas
latino-americanos agiriam movidos apenas por corrupção ou por interesses
demagógicos.
Para Lindenberg, é preciso dar o nome aos bois, ou
seja, afirmar alto e bom som que enquanto os políticos populistas
latino-americanos continuarem com o seu viés esquerdista, com a sua mentalidade
socialista e, no fundo de suas cabeças, com as suas obsoletas ideias marxistas, o
Brasil e a América latina continuarão descendo a perigosa ladeira rumo aos abismos
da Venezuela e de Cuba.
Adolpho Lindenberg ainda chamou a atenção para o denominador comum dos atuais governantes
bolivarianos: a ojeriza quase patológica para com os norte-americanos. Cita o exemplo da atual diplomacia brasileira que tem como um de seus principais
promotores a Marcos Aurélio Garcia, assessor da presidente Dilma, articulador do apoio político econômico aos regimes
cubano e venezuelano.
Para o presidente do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, "assim como certas doenças são detectadas mediante alguns
sinais inequívocos, podemos dizer que a animosidade para com os Estados Unidos,
apesar da recente viagem da presidente Dilma a esse país, constitui outro sinal
indicativo dessa mentalidade populista esquerdizante".
Lindenberg conclui afirmando que neste momento grave para o Brasil e América
latina, há muitos que desejam mudar esses rumos que nos conduzem ao abismo
político e social. Urge, antes de mais nada, apontar o cerne ideológico
marxista dominante ainda em muitas das figuras principais de nossa política,
assim como nas universidades e na mídia.
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Lula quer conversar com FHC para brecar o impeachment de Dilma?
Oh, será o “Dia da Marmota”, o filme?
Dez anos depois, estamos de volta àquele 2005, quando os companheiros, então,
procuraram tucanos, para falar das inconveniências do impeachment de Lula? No
ano seguinte, o petista venceu a reeleição. Em 2010, o PT venceu de novo. E, em
2014, outra vez, tendo sempre como uma de suas bandeiras a suposta herança
maldita dos… tucanos!
Reportagem da Folha desta
quinta informa que o ex-presidente petista encarregou amigos comuns, seus e de
FHC, de marcar uma conversa com o ex-presidente tucano para debater a crise e…
ora vejam!, conter o impeachment de Dilma. Logo, tudo indica, o Babalorixá de
Banânia vê mesmo no horizonte o impedimento da presidente. Sabem como é… Quem
tem PT tem medo.
Oficialmente, o Instituto Lula nega
essa movimentação e diz que o petista nem mesmo tem a intenção de conversar com
FHC. Informa, no entanto, a reportagem que, em off, nos bastidores, a abordagem
existe mesmo.
Ouvido pelo jornal, respondeu o tucano o seguinte: “O presidente
Lula tem meus telefones e não precisa de intermediários. Se desejar discutir
objetivamente temas como a reforma política, sabe que estou disposto a contribuir
democraticamente. Basta haver uma agenda clara e de conhecimento público”.
Boa resposta. Aliás, o encontro poderia
se dar, deixem-me ver, no Itaquerão, com portões e microfones abertos e telão.
Aí a gente poderia saber, afinal, que diabos Lula gostaria de conversar com
FHC. Seria de todo conveniente, claro!, que os tucanos não caíssem nessa
cascata. A melhor relação que um partido de oposição pode manter com o PT é a
distância. O espaço institucional da convivência é o Congresso Nacional, certo?
Esse papo de encontro é um dos
desdobramentos da tese bocó da crise institucional que estaria em curso e que
poderia se tornar aguda com o eventual impeachment de Dilma. Diga-se de novo:
a) não há crise institucional nenhuma; há uma crise política, uma crise econômica e uma crise de confiança;
b) o eventual impeachment de Dilma seria seguido por um suspiro de alívio de praticamente dois terços da população; o outro terço compreenderia.
Nota antes que continue: não, eu não
acho que se deva impichar um presidente só porque a maioria quer. Há leis no
país. Ocorre que considero que leis que levam ao impedimento foram violadas.
Que tal deixar que o sistema jurídico e as regras da democracia se encarreguem
do assunto? Lula julga estar no Afeganistão? Acha que uma crise pode ser
debelada com o encontro de senhores da guerra e chefes de tribos, que
decidirão, então, os rumos da nação?
Basta ler a reportagem de Daniela Lima,
Marina Dias e Ricardo Balthazar para concluir, ademais, que os petistas estão é
tentando levar a sua própria confusão para dentro do PSDB, listando tucanos que
seriam e que não seriam “conversáveis”.
Dilma ganhou uma eleição há nove meses
com uma determinada pauta. E governa há sete. Se não pode cumprir o que
prometeu e se aderiu a todas as práticas que demonizou durante a campanha —
algumas delas corretas, diga-se —, ela que se vire. Afinal, é presidente da
República e tem responsabilidade política.
Houvesse realmente o risco de o país ir
à breca com a sua eventual saída, ok. Então que se conversasse. A política
também serve ao propósito de evitar o mal maior. Ocorre que o mal maior é a
presidente ficar, não sair, como sabem hoje amplos setores da sociedade.
O
episódio patético do superávit primário dá conta da encalacrada em que se meteu
o governo. A pergunta que requer uma resposta mais urgente não é o que vai
acontecer com o Brasil se Dilma sair, mas o que vai acontecer se ela ficar. Um
governo que reduz a previsão de superávit primário em 86,36% depois de cinco
meses está absolutamente perdido.
Sei que os petistas têm dificuldades
para entender como funciona a democracia. Mas eu lembro a eles. Nos regimes
democráticos, a oposição também é eleita pelo povo. Eleita, no caso, para
vigiar o governo e cobrar que se comporte segundo as regras.
Lula quer conversar? Ora, se Rodrigo
Janot lesse direito a Constituição, as pedaladas fiscais dadas por Dilma no
primeiro mandato já teriam motivado uma denúncia à Câmara, não é mesmo? Afinal,
elas contribuíram para a mistificação dos números. Em 2014, coube a Aécio lembrar
os rigores da crise. Dilma anunciava, como é mesmo?, uma nova etapa do
desenvolvimento brasileiro.
Eu estou querendo fazer terceiro turno?
Eu não! Quero apenas que essa gente responda por sua obra. Já disse e repito:
as pedalas fiscais também foram uma forma mais do que escancarada de crime
eleitoral. Que se cumpram as leis. Sem papo furado!
De resto, acho bom que Lula comece a se
preocupar mais consigo mesmo do que com Dilma. Ele não está em posição de
negociar nada. A depender do que venha por aí, ele vai ter de pedir arrego,
sim, mas é em seu próprio benefício.
Assim falou “RA”, “o blogueiro
falastrão”, segundo a gentil denominação com que Lula me brindou. E eu me
orgulho muito disso.
Por Reinaldo Azevedo
Velhos amigos: Lula busca FHC para discutir crise e conter impeachment
Lula busca FHC para discutir crise e
conter impeachment
Pedro Ladeira -
29.jun.2015/Fabio Braga - 24.mar.2015/Folhapress
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O ex-presidente Lula, do PT, e o
ex-presidente Fernando Henrique, do PSDB
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou
amigos em comum a procurar seu antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso,
e propor uma conversa entre os dois sobre a crise política. O objetivo imediato
do movimento é conter as pressões pelo impeachment da presidente Dilma
Rousseff.
Há cerca de duas semanas, amigos de Lula discutiram
separadamente com ele e FHC a possibilidade de um encontro dos dois. Os
contatos ocorreram às vésperas de o tucano viajar de férias para a Europa.
Lula disse a aliados que a conversa poderia ser por
telefone e antes de Fernando Henrique viajar. O tucano preferiu deixar a
definição de um eventual encontro para ser discutida depois que ele voltar ao
Brasil, em agosto.
Não foi o primeiro aceno de Lula à oposição. Em
maio, ele encontrou o senador José Serra (PSDB-SP) na festa de um amigo comum e
disse que gostaria de marcar uma conversa reservada. Lula derrotou Serra na
eleição de 2002.
Lula tem mantido somente os aliados mais próximos
informados sobre essas conversas, e só avisou que procuraria Fernando Henrique
na véspera de autorizar os contatos com o antecessor.
A intenção do petista é buscar um conciliador na
oposição para tentar dissipar, pelo menos dentro do PSDB, as forças que
trabalham pelo impeachment da presidente.
A crise que envolve Dilma aprofundou-se nas últimas
semanas, com o avanço das investigações sobre corrupção na Petrobras, a crise
econômica e a rebeldia dos aliados do PT no Congresso.
SEM INTERMEDIÁRIOS
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do
Instituto Lula afirmou nesta quarta-feira (22) que o ex-presidente não tem
interesse em conversar com Fernando Henrique nem soube de nenhum interesse da
parte do antecessor.
Por e-mail, Fernando Henrique disse à Folha:
"O presidente Lula tem meus telefones e não precisa de intermediários. Se
desejar discutir objetivamente temas como a reforma política, sabe que estou
disposto a contribuir democraticamente. Basta haver uma agenda clara e de
conhecimento público."
Serra não quis confirmar o conteúdo da conversa que
teve com Lula em maio, e disse apenas que não tem nenhum encontro marcado com
ele.
As informações sobre a movimentação de Lula foram
confirmadas à Folha por integrantes do Instituto Lula e políticos de três
partidos. Para a assessoria de Lula, "relatos anônimos" servem apenas
para alimentar "especulação".
RADICALIZAÇÃO
A aliados com quem discutiu o assunto, Lula disse
preferir uma conversa discreta com FHC. O petista tem procurado evitar que seus
movimentos ampliem a radicalização do ambiente político.
Lula, que fez recentemente críticas ao modo como
Dilma vem lidando com a crise, tem procurado agir como bombeiro e procurou
líderes do PMDB, como o senador Renan Calheiros (AL), para conter os ânimos no
Congresso.
O ex-presidente debateu com seus auxiliares durante
meses a decisão de buscar reaproximação com os tucanos. Os petistas sabem que a
radicalização da campanha presidencial do ano passado, em que Dilma atacou FHC,
tornou mais difícil o diálogo com eles.
No PSDB, há dúvidas sobre a conveniência de uma
conversa que tenha como tema a governabilidade de Dilma. Mesmo tucanos
considerados moderados, que hoje são contra o impeachment, temem que um diálogo
com o PT seja visto como conchavo e arranhe a imagem do partido.
O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que
foi derrotado por Dilma na eleição presidencial do ano passado, é visto pelos
petistas como um dos principais obstáculos a qualquer tentativa de acerto entre
os dois grupos políticos.
[Lembre-se de Aécio declarou que não adianta querer empurrá-lo para a direita, pois para lá ele não vai... Assim são os nossos políticos].
AOS SOCIALISTAS DE TODOS OS PARTIDOS
AOS
SOCIALISTAS DE TODOS OS PARTIDOS
Ronaldo Ausone Lupinacci*
Em seu “Manual de Economia Política
Atual”, Carlos Galves ensina que nossa inteligência repousa quando conhece a
causa dos fenômenos, pois a luta dramática de todas as ciências consiste na
enunciação cada vez mais perfeita das leis que regem os fenômenos que
investigam (p. 41).
A observação de Galves nos interessa
sobremaneira nestes momentos tormentosos de mais uma tempestade econômica que
se abateu sobre o Brasil. A angústia e a ansiedade são agravadas pela confusão,
pois inúmeras realidades adversas vêm sendo postas em foco sem que tivesse
surgido a coerente visão de conjunto apta a sinalizar diretriz definitivamente
saneadora.
Pululam notícias sobre os mais diversos
temas ligados à economia (inflação, desemprego, queda do PIB, ajuste fiscal,
instabilidade cambial, desindustrialização, recessão, rombo na previdência
social, etc.) sem que transpareça a união dos elos da corrente perversa de
fatores de decadência, os quais interagem destrutivamente.
Para não estender a exposição além dos
limites próprios desta coluna passo a alinhar, sumariamente, os fatores nocivos
mais importantes, destacados em subtítulos, mesmo sabendo que a esquematização
de temas desta natureza oferece dificuldades de entendimento.
HIPERTROFIA
DO ESTADO
O gigantismo da estrutura estatal
acarreta uma primeira consequência: a tributação (lato senso) espoliativa. A
carga tributária (impostos, taxas e contribuições) – uma das mais elevadas do
mundo – excede de muito aquilo que seria razoável para o exercício das funções
essenciais do Poder Público (relações exteriores, segurança externa e interna,
administração da justiça e atuação subsidiária).
À toda evidência o peso dos tributos
reduz o ganho de empresas e indivíduos. A captura dos rendimentos dos
particulares traz como consectário o aniquilamento da capacidade de poupança. A
pulverização da poupança, por sua vez leva à incapacidade para investimentos.
Se a formação de capital constitui
requisito indispensável para a manutenção e para a ampliação das riquezas
tem-se que a ausência de capitais conduz à insolvência. Sem investimentos,
ademais fica estrangulado o mercado de trabalho.
Acresça-se que o gigantismo, somado à má
gestão, tende a absorver toda a receita fiscal, e, ainda assim a exigir mais
recursos, que o Estado obtém via empréstimos inchando a dívida pública, ou
emitindo moeda com o que promove a inflação.
Colateralmente, o ingresso do Estado na
captação de recursos no mercado de capitais, acentua a escassez de dinheiro que
o crédito (não distorcido) deve transformar em investimentos produtivos,
implicando adicionalmente na elevação da taxa de juros.
Este processo resulta na sufocação da
economia, pelo estrangulamento de seus elementos motores, isto é dos
particulares (empresas e indivíduos). Neste contexto assistimos às vergonhosas
incursões da presidente Dilma Roussef e do ministro Joaquim Levy ao
estrangeiro, em busca dos capitais que o Estado desintegrou por aqui.
A origem do gigantismo estatal decorre
da falsa concepção surgida no século passado segundo a qual o Poder Público
representativo das massas seria inerrante e proporcionaria a felicidade
completa a todos, do berço ao túmulo, com os instrumentos da ciência e da
técnica.
Esta concepção inerente, em graus
variáveis, às diversas formas de socialismo penetrou nas mentalidades, nas leis
e nas instituições, e veio se expandindo por força da anemia moral, da
irreflexão e da demagogia de ideólogos e políticos.
IGUALITARISMO
A tendência para promover a igualdade a
pretexto de combater as desigualdades, inclusive (ou principalmente) as
legítimas, comparece no cenário como fator coadjuvante do fracasso econômico.
Primeiro porque exacerba a ganância fiscal, apresentada como necessária para
tirar dos ricos (na verdade da classe média) e dar aos pobres através de
medidas distributivas.
Ora, mesmo exercendo suas funções
legítimas e normais (sem artificialismos tecnocráticos) o Estado atua
necessariamente na difusão de riquezas. O igualitarismo, além do mais, vem
sendo o combustível das investidas contra o direito de propriedade, o que se
infere da reforma agrária, da reforma urbana e da hipertrofia de direitos de
minorias raciais (indígenas e quilombolas).
Afora a transformação de propriedades
produtivas em guetos de miséria e estagnação as expropriações funcionam como
elementos inibidores de investimentos num país que só não soçobrou
economicamente graças ao agronegócio. À insegurança se alia a petrificação da
mão de obra não qualificada presente em tais guetos, que poderia engrossar o
contingente de mão de obra qualificada, apto a gerar maior prosperidade não só
para os infelizes confinados condenados à mera subsistência, mas para toda a
sociedade.
Em pormenorizado estudo sobre a economia
Adolpho Lindenberg menciona a lição antiga de São João Crisóstomo (século IV)
em seus “Pensamentos Escolhidos”, segundo o qual “a desigualdade é a mãe do
trabalho e da produção” (“O Mercado Livre numa Sociedade Cristã”). Portanto, a
raiz do mal não está nas desigualdades e sim nas consciências corrompidas.
DIRIGISMO
PLANIFICADOR
Corresponde a outro erro de concepção,
segundo a qual o Estado deve ser o gestor da economia através dos onipotentes
tecnocratas. O contrário ensina a doutrina social católica expressa, por
exemplo, em alocução do Papa Pio XII, segundo o qual a economia se insere nas
atividades dos particulares, e, só muito excepcional e episodicamente, nas
atribuições estatais.
O dirigismo intervencionista (nos
preços, nos salários, no câmbio, nos contratos em geral, etc.), se de um lado
causa distorções, de outro coarcta a livre iniciativa, asfixiando a liberdade
de empreender com uma infinidade de regulamentos impostos pela burocracia
despótica dos entes públicos.
AMBIENTALISMO
PSICÓTICO
Se a penetração do socialismo no Brasil
remonta à revolução de 1930, o ambientalismo é bem mais recente, pois foi
eleito como substitutivo da luta de classes para fomentar a discórdia e atuar
como aríete para o ataque ao capitalismo.
RIGIDEZ DA
LEGISLAÇÃO TRABALHISTA
Um país de dimensões continentais com as
mais variadas possibilidades de atividades produtivas não pode ficar atado por
legislação trabalhista uniformizadora, inflexível. A proliferação de “direitos”
– que na outra face da moeda significam pesado ônus para os empregadores –
determina a esterilidade na manutenção e criação de postos de trabalho. É
melhor um emprego com menores vantagens do que o desemprego.
DECOMPOSIÇÃO
DA ORDEM JURÍDICA
A confiança é pressuposto insubstituível
de todas as relações sadias entre os seres humanos. Os fatores de dissolução
antes alinhados concorrem para a erosão da confiança nos empreendimentos
econômicos. Entretanto, a meu ver, o ponto mais melindroso para o requisito da
confiança se situa no ambiente jurídico, compreendidas tanto a legislação como
a aplicação do direito.
Nossa legislação é profusa, caótica,
contraditória, formando um emaranhado inextricável, de difícil compreensão não
só pelos leigos, mas até para os doutos. As incertezas que daí derivam confluem
para retrair as iniciativas diante dos riscos de interpretações divergentes e
disparatadas.
A impotência do Poder Judiciário (o
único que não sofre de hipertrofia, mas sim de anemia aguda), tanto quanto sua
crescente politização na solução dos conflitos de interesse cria ambiente de
insegurança e descrença. Este assunto foi objeto de estudos científicos que
estabeleceram a correção direta entre o ambiente jurídico seguro (existente no
Estado de Direito) e a prosperidade de uma Nação.
Ninguém quer investir onde nem se sabe
quais são os direitos e deveres, nem tampouco se está protegido na hipótese de
violação. A primeira condição da prosperidade pública reside na fruição da
ordem jurídica (Victor Cathrein, “Philosophia Moralis”) Dinheiro e poder
de manipulação à disposição do Estado favorecem a corrupção.
Em tempos de neodirigismo proposto por
figuras de destaque (Thomas Piketty, Anthony Atkinson, François Bourguignon)
adotei propositalmente para título deste artigo politicamente incorreto a
dedicatória lançada por Friedrich A. Hayek em sua clássica obra descritiva do
fracasso do socialismo intitulada “O Caminho da Servidão”, um dos trabalhos que
lhe garantiram o Premio Nobel de Economia.
Se o Brasil está hoje encalacrado tal
ruína se deve à penetração gradual, sutil, lenta, mas profunda do socialismo
nos espíritos, na legislação e nas instituições. Igualitarismo metafísico,
intervencionismo, dirigismo, cerceamento da liberdade, perseguição ao direito
de propriedade são ingredientes da receita perfeita para a mediocridade quando
não para a miséria.
Nossos meios políticos, intelectuais,
acadêmicos e religiosos, habitados por socialistas dos mais variados matizes
nos impuseram modelo deformado e deformador. Enquanto suas ideias perniciosas
ditarem os rumos do país não sairemos do atoleiro. As medidas emergenciais e
paliativas agora tomadas quando muito proporcionarão tênue e passageiro alívio.
Quando irão os socialistas de todos os
partidos abjurar de suas convicções? Não bastaram os desastres verificados em
tantas partes do mundo para afastá-los do sectarismo? Conforme advertiu
Hayek, a economia se vinga daqueles que a manipulam.
* O autor é advogado e pecuarista.
(em http://jornalnovafronteira.com.br/canais/opiniao/aos-socialistas-de-todos-os-partidos/)
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Bem pior do que você imagina
É bem pior do que
você imagina.
Um artigo de nove
páginas escrito por três economistas com trânsito junto à academia, empresários
e políticos está causando choque e depressão em quem o lê.
Em “O ajuste inevitável,” Mansueto Almeida Jr., Marcos Lisboa e Samuel
Pessôa tentam quantificar, pela primeira vez, o aumento do gasto público já
contratado para os próximos 15 anos.
Até 2030 — ou seja,
antes que um brasileiro nascendo este ano possa votar — o gasto anual do Estado
brasileiro terá subido 300 bilhões de reais, uma aumento de 20 bilhões de reais
por ano.
Para neutralizar este aumento de despesas, será preciso criar um imposto
equivalente a uma nova CPMF a cada mandato presidencial de quatro anos (entre
este ano e 2030). Para ficar claro: não se trata de renovar a CPMF a cada quatro anos, e sim de
cobrar uma nova CPMF em cima da anterior, sucessivamente,
a cada novo governo.
Este aumento de 300
bilhões é a soma apenas dos aumentos nos gastos com previdência, educação
e saúde já contratados por conta da legislação vigente.
Mas antes disso, há
o desafio atual: para estabilizar o tamanho da dívida pública como percentual
do PIB, o Brasil tem que transformar o rombo de 32 bilhões de reais no ano
passado em um superávit de 3% do PIB (quase 170 bilhões de reais). Isto
significa que a sociedade terá que achar 200 bilhões de reais por ano para passar
do ‘vermelho augustín’ para o ‘azul levy’. E, até 2030, achar aqueles outros
300 bilhões por ano.
Em outras palavras, se a cultura de ’taxar e gastar’ não for mudada,
daqui a 15 anos o Estado brasileiro estará demandando da sociedade 500 bilhões de reais a mais — por ano — para honrar com suas obrigações.
O ‘paper’ de
Almeida, Lisboa e Pessôa destrói a análise superficial que diz que o problema
fiscal brasileiro é apenas uma questão de ajustar a rota depois de alguns anos
de gastos exorbitantes.
Se o desafio
conjuntural chega a ser paralisante, o problema estrutural das contas públicas
é mortal.
Os economistas
mostram que, desde 1991, a despesa pública cresce a uma taxa maior do que a
renda do País, em parte porque o Estado está sempre distribuindo novos benefícios
a grupos organizados.
Para bancar estes
gastos, o Executivo e o Congresso se uniram e aumentaram a chamada carga
tributária (o conjunto dos impostos pagos pelos eleitores) de 25% do PIB em
1991 para cerca de 35% do PIB no ano passado. É para isso que você trabalha um
terço do ano: para financiar os gastos com programas sociais, inclusive a
Previdência, e para manter a União, Estados e municípios funcionando.
E, como há os tais
aumentos de gasto encomendados; a única forma de financiá-los será aumentar
ainda mais os impostos.
Além da rigidez do
gasto público — que só pode ser alterada com vontade política e emendas
constitucionais — o problema fiscal brasileiro vai se agravar também por conta
do fim do chamado bônus demográfico, o período em que o país tinha tantos
jovens na força de trabalho que eles conseguiam pagar pela previdência dos mais
velhos.
Como a taxa de natalidade caiu, o Brasil envelheceu, e um ‘velho’ custa
duas vezes o que o Estado paga para manter a população na escola. (A conta é
feita comparando-se os gastos da previdência com os gastos em educação
pública.)
Ao contrário do que
pode parecer, esta não é uma conta que dê para pagar com uma grande
privatização. Pausa para checar o dicionário.
[Privatização: s.f. Tentativa
de levantar caixa ou melhorar o desempenho da economia, mas que produz, no
imaginário político de países atrasados, ‘entreguistas’ de um lado,
‘verdadeiros patriotas’ do outro, e ‘iludidos’ no meio.]
O Brasil tem hoje
um problema de fluxo, além do estoque de dívida — da mesma forma que alguém que
gaste mensalmente 1,5 vez o seu salário pode até vender a casa e abater a
dívida, mas continuará para sempre fadado ao cheque especial.
De onde vem tanta
gastança?
“O Brasil tem uma tradição de concessão desenfreada de benefícios, de
forma descentralizada, e sem analisar o conjunto da obra e o impacto que isto
tem na sociedade,” diz Lisboa, já conhecido no debate público
por alertar sobre o problema da ‘meia entrada’, os benefícios
que grupos de interesse conseguem do Estado e que são bancados por toda a
sociedade. “Se isto não for resolvido de alguma forma, o Brasil pode enfrentar
um problema como o da Grécia na próxima década.”
Em tese, haveria
uma saída para o Brasil conseguir financiar o aumento do gasto público já
contratado até 2030 sem mexer no ‘pacote de bondades’ que o Estado oferece e
sem aumentar impostos. Mas neste cenário, a economia teria que crescer 5% ao
ano daqui até lá para turbinar a arrecadação e, mesmo assim, algumas despesas
vinculadas ao PIB teriam que ser alteradas. Obviamente, as chances disto
acontecer são remotas, dada a ausência de reformas na estrutura do Estado.
Essas reformas
teriam que atacar benefícios concedidos por Brasilia que não custam dinheiro
diretamente — ou seja, não tem impacto fiscal —, mas que reduzem a concorrência
e sufocam a produtividade da economia, desde regras de conteúdo nacional a
barreiras não-tarifárias que criam reservas de mercado, incluindo os inúmeros
benefícios tributários dados a setores ‘estratégicos’.
Como é que o Brasil
ainda não havia se dado conta de que o buraco fiscal era tão mais embaixo?
“Um ponto essencial
do nosso argumento é o entorpecimento que a arrecadação excepcional entre 2000
e 2010 produziu na sociedade e nos analistas,” diz Pessôa. “Nós ‘congelamos’ um
setor público que somente se sustenta se a arrecadação crescer acima do PIB
para sempre.”
E como no Brasil os
gastos públicos são fixados como um percentual do PIB, nem uma inflação mais
alta resolve o problema. Além do que, “a inflação só não é pior que uma guerra
civil como forma de gestão do conflito distributivo,” diz Pessôa.
Talvez a maior contribuição do artigo — cuja íntegra está aqui —
seja mostrar que serão necessárias coragem e visão de Estado para o País fazer
o que tem que ser feito.
Para além de todo o
barulho de curto prazo sobre o destino deste ou daquele político, as pessoas
responsáveis — nos partidos, nas empresas e na sociedade — deveriam usar este
diagnóstico como o ponto de partida de uma conversa séria e urgente.
Por Geraldo Samor
Linguagem no mínimo estranha para se regredir ao 'início de tudo'...
Em reunião com prefeitos, Papa pede 'consciência ambiental'
Encontro
inédito reúne 70 prefeitos de várias cidades do mundo
21 JULHO • CIDADE DO VATICANO
(ANSA) - O papa Francisco participou de um encontro inédito com
cerca de 70 prefeitos de várias cidades do mundo nesta
terça-feira (21) e pediu que as autoridades tenham consciência "do
problema da destruição do planeta que nós mesmos estamos levando adiante".
O Pontífice ainda solicitou que seja difundida "uma
consciência ecológica como aquela que existia no início de tudo".
"Por que estou apelando aos prefeitos? Porque a consciência
sobre a defesa do meio ambiente implica em um trabalho que comece pelas
periferias e caminhe em direção ao centro, até a consciência da
humanidade", destacou.
O evento promovido pela Academia Pontifícia das Ciências e das
Ciências Sociais debatia, além dos problemas climáticos, os temas referentes à
escravidão e ao tráfico de pessoas.
Jorge Mario Bergoglio falou aos líderes que "a Santa Sé
pode fazer um belo discurso nas Nações Unidas, mas se não partir de vocês, das
grandes ou pequenas cidades, não haverá nenhuma mudança". O sucessor de
Bento XVI lembrou que é nas cidades que se desenvolvem os fenômenos da
imigração e da pobreza, muitas vezes incentivados por uma migração causada pela
desertificação do planeta e do aquecimento global.
"Esta cultura da cura do meio ambiente não é um assunto
apenas 'verde' e digo isso em um sentido muito bom. É muito mais. Curar o meio
ambiente significa ter uma preocupação com a ecologia humana", disse.
Francisco também citou sua encíclica, que é voltada para os
problemas do planeta, e disse que ela é muito mais social do que apenas
"verde" porque os humanos "não podem ser excluídos da cura do
ambiente".
Ao final do encontro, todos os prefeitos e os representantes do
Vaticano assinaram um documento em que pedem que as autoridades nacionais
ponham a questão ambiental no centro dos debates.
Ressaltando a questão social, o documento cobra uma atitude de
governos contra os grandes exploradores de recursos naturais e diz que a
economia baseada em combustíveis fósseis "destrói a Terra e explora todos
os pobres".
O encontro na Santa Sé contou com seis prefeitos brasileiros,
entre eles, o de São Paulo, Fernando Haddad. Outros líderes mundiais, como Bill
de Blasio (Nova York), Karin Wanngard (Estocolmo), Anne Hidalgo (Paris) e
Edmund G. Brown (Califórnia) estiveram presentes. Entre os italianos, o
prefeito de Roma, Ignazio Marino, também compareceu.
Antes do encontro com o Papa, todos participaram de um workshop
e de um simpósio sobre as realidades enfrentadas por várias cidades do mundo e
quais as soluções encontradas para cada problema.
Foice e martelo, papa Francisco e Kátia Abreu com o gorro vermelho...
Não sem muita perplexidade
Pe. David
Francisquini (*)
Submersa no “volume morto” da crise institucional
brasileira, a presidente Dilma procura alívio em viagens ao exterior. Assim,
ela acabou de visitar a Rússia, onde teria ido tentar consolidar acordos
comerciais com um governo sôfrego de aventuras expansionistas ideológicas e
militares, cujo exemplo mais recente é o da Ucrânia.
Na sua comitiva se encontrava a
ministra da Agricultura, Kátia Abreu, representante da classe ruralista, que
durante a viagem não recebeu de nenhuma autoridade comunista uma condecoração
ou um crucifixo blasfemo com a foice e o martelo, como ocorreu com o Papa
Francisco na Bolívia… Mas em dado momento pousou com o gorro vermelho contendo
esses símbolos!
Mas o que teria levado a representante
da nossa laboriosa classe rural a agir de modo análogo ao de Lula, Dilma e
Marina, quando colocaram o boné do MST?
Por acaso nossa ministra desconhecia a
sentença de Lenine contra os proprietários rurais, quando ele afirmou: “A
palavra de ordem difusa na massa sobre a repartição da terra serve a nós
comunistas para tornar mais próximo o comunismo. Quando a vitória da revolução
se completar, substituiremos aquela palavra de ordem por outra da ditadura
comunista“?
Com efeito, o comunismo nega a
propriedade privada, sobretudo a da terra, pois é nela que o senso natural de
propriedade se manifesta de modo mais arraigado. De onde o proprietário rural
costuma ser comparado a uma árvore que só sai morta de onde deita raízes…
Foi por isso que o comunismo na Rússia causou milhões de vítimas para implantar
a sua devastadora Reforma Agrária.
Será que nosso governo julga obter
apoio válido num país como a Rússia, apesar de seu regime político-econômico
ser corroído e decadente; e que tenta autoafirmar-se investindo contra a
Ucrânia e ameaçando outros países vizinhos para reconstituir a antiga União
Soviética?
Para
informação do leitor, eis o que consta no site da revista Veja: “Kátia
Abreu se aproximou tanto de Dilma Rousseff que ganhou o
cargo de ministra da Agricultura. Agora, em viagem à Rússia, ela deu mostras de
que a guinada ideológica [...] é ainda mais radical. [...] Fez questão de
exibir uma foto com o gorro típico dos líderes soviéticos”.
Vendo, de um lado, exibir-se com o
gorro comunista aquela que deveria representar a nossa laboriosa classe rural,
e de outro, o presidente boliviano Evo Morales presentear ao Papa um crucifixo
em forma de foice e martelo, vieram-me à memória as candentes palavras de Nossa
Senhora em Fátima, de que a Rússia espalharia os seus erros pelo mundo.
Recordemo-las: “Para
salvar as almas dos pobres pecadores que vão a caminho do inferno, Deus quer
estabelecer no mundo a devoção a Meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos
disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. [...] Quando virdes uma noite
alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá
de que vai punir o mundo de seus crimes [...].
*
* *
Reabilitada, a “Teologia da Libertação”
voltou a pregar a luta de classes, as reivindicações sociais, econômicas e
políticas, o que agravará ainda mais o cenário nacional e internacional. Que
novas revoluções poderão ainda medrar desse contubérnio religioso-comunista
para aflição dos homens que creem em Deus e O temem?
Essas mesmas forças revolucionárias
insistem em impor a chamada “Ideologia de Gênero” entre os brasileiros, a fim
de golpear ainda mais a já combalida instituição familiar. Com efeito, eles já
não suportam sequer a desigualdade entre homem e mulher, criada pelo próprio
Deus.
Até onde desejarão ir os
revolucionários em sua sanha igualitária? Em uma marcha de requinte em
requinte, através de um processo ora pacífico, ora brutal, eles vão percorrendo
diversas etapas rumo a uma quimérica igualdade completa, que é a negação de
toda a ordem estabelecida pelo Criador.
Diante de tudo isso, o que pensar dos
incautos e dos otimistas que, após o show midiático em torno da queda do Muro
de Berlim, da Perestroika e congêneres, acreditaram na morte
do comunismo?
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(*)
Sacerdote da Igreja do Imaculado Coração de Maria — Cardoso Moreira (RJ).
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