quarta-feira, 15 de julho de 2015

Por que não dar nomes aos bois?


Por que não dar nomes aos bois?

Adolpho Lindenberg | Presidente do IPCO
O que não falta nos dias atuais são críticas aos governos bolivarianos – Venezuela, Argentina, Bolívia e Equador – e aqui no Brasil, ao governo de Dilma. Ditatoriais, corruptos, populistas, burocráticos, incompetentes, privilegiando atendimento “sociais” em detrimento da economia do país, etc. Nessas diatribes, a crítica à corrupção se sobressai como se ela fosse a principal responsável pelos seus desacertos.
Diante desse quadro, pergunta-se: por que não denunciar o caráter socializante, marxista, esquerdista, presidindo os governos populistas? Fica-se com a impressão de que seus políticos agem movidos apenas por interesses demagógicos ou por corrupção. 
E que se percebessem que o povo está descrente com a estatização da economia e fossem honestos, os problemas estariam resolvidos. Na verdade, é preciso afirmar em alto e bom som que enquanto os políticos populistas, trabalhistas, petistas, nacionalistas, continuarem com seu viés esquerdista, sua mentalidade socialista e, no fundo de suas cabeças, com suas ideias marxistas, nada se pode fazer e o Brasil seguirá o caminho da Venezuela e de Cuba.
Todos governos bolivarianos, inclusive o nosso, não fazem outra coisa do que seguir o programa prescrito por Gramsci segundo o qual o socialismo só se tonará viável se for implantado de modo gradual, acompanhado de modificações na mentalidade popular, e não por meio de revoluções.
De acordo com esse gradualismo, as ideias socialistas disfarçam-se em reivindicações e mobilizações da opinião pública orquestradas por movimentos ditos “sociais”, dos “direitos humanos”, das “minorias excluídas”, das vítimas dos preconceitos. Fazem parte dessa orquestração as seguintes campanhas apresentadas pela mídia como sendo fruto de anseios da população:
* Reformas de base, principalmente a agrária:
* Ambientalismo radical denunciando o agronegócio, as hidroelétricas e o progresso econômico como elementos contrários à preservação dos recursos naturais do planeta.
* Envenenamento de problemáticas: questão indígena, quilombolas, preconceitos raciais, desigualdades, etc.
* Criação e exacerbação de inimizade para com os Estados Unidos, apresentando-o como um país racista, querendo dominar o mundo através das multinacionais e hostil aos nossos interesses econômicos.
Um dos denominadores comuns aos países bolivarianos, além dos desacertos econômicos, é a ojeriza manifesta para com os norte americanos, antipatia essa sempre presente na nossa diplomacia externa dirigida por Marcos Aurélio Garcia, um esquerdista reconhecido internacionalmente.
Aproveitando-se – euforicamente, diga-se de passagem – do incidente das escutas telefônicas, nosso governo prima por ignorar nosso principal parceiro comercial e se empenha em socorrer os regimes cubano, venezuelano, bolivariano e marxistas na África. Assim como certas doenças são detectadas mediante alguns sinais inequívocos, podemos dizer que a animosidade para com os Estados Unidos constitui um sinal indicativo duma mentalidade esquerdizante.
Proliferam atualmente inúmeros painéis e discussões em nossos programas de televisão tratando do atual estado caótico de nossa política e de nossa economia e tendo o PT como expressão máxima desse descalabro. Que a mentalidade petista é a principal responsável não resta dúvida. Mas por que não falar em socialismo, marxismo, gramcianismo, estatismo, intervencionismo? 
Fala-se na política pró comunista de Jango, mas por que não apontar o marxismo já em seu nascedouro na política trabalhista de Getúlio Vargas, no relacionamento preferencial com Cuba no governo Jânio Quadros, no intervencionismo estatal do governo Geisel (dizendo-se anticomunista, mas mais estatista do que qualquer outro governo ) e nos discursos demagógicos de Lula?
Se quisermos, realmente, mudar o rumo de nosso viver aqui no Brasil, urge, antes de mais nada, apontar o cerne ideológico marxista dominante ainda nas universidades, na mídia, em nossas novelas, filmes, nas figuras principais de nossa política. Ao me referir aos políticos, não me restrinjo aos petistas, mas também aos numerosos figurantes existentes nos demais partidos, inclusive nos da oposição.

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