segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Lavouras de MT registram...



 ... produtividades históricas com clima ideal

Gustavo Bonato

Satisfeito com os resultados até o momento, André Seibeneichler comemora: "Vai ser a melhor média já colhida aqui!"

Assim como nos 3.600 hectares administrados por Seibeneichler em Campos de Júlio, noroeste do Estado, são muitas as áreas de Mato Grosso que estão obtendo produtividades elevadas, acima da média nacional, e em alguns casos com impressionantes 70 sacas colhidas por hectare, devido a um clima ideal para as plantas e investimentos em tecnologia.

A média nacional de produtividade gira em torno de 50 sacas por hectare, segundo a Conab e consultorias.

Não muito longe dali, em Sapezal, a fazenda Tucunaré – com 38 mil hectares cultivados, do empresário e senador Blairo Maggi – deve colher média de até 66 sacas por hectare, 10 sacas acima do esperado inicialmente, revelou um funcionário à Reuters.
"Houve áreas com boas chuvas. E a escolha de variedades tradicionais (não transgênicas) ajuda muito", disse ele.

Para se ter um exemplo, em amostras coletadas em oito fazendas visitadas por uma equipe da expedição técnica Rally da Safra na região de Sapezal, duas tiveram produtividade estimada em 70 sacas por hectare e outras três entre 60 e 62 hectares.

"Foi uma combinação de coisas. As medidas preventivas foram bem feitas, com aplicações de inseticidas e fungicidas. A combinação de clima foi bem distribuída, bem dentro do que a planta necessita. Bastante sol, calor e chuvas na medida", disse o analista Alan Malinski, que coordena uma das equipes do Rally.
A consultoria Agroconsult, que organiza o Rally da Safra, estimou em meados de janeiro a produtividade média de Mato Grosso em 52 sacas por hectare, mas os dados obtidos até agora indicam que este valor deve ser revisado para cima.

PRIMEIRAS COLHEITAS

Seibeneichler conta que apostou em variedades precoces de soja, de ciclo curto, para reduzir os riscos de incidência da doença fúngica conhecida como ferrugem asiática.

Com a soja menos tempo no campo, as plantas ficam menos expostas ao fungo, que se prolifera em clima úmido. "Quanto antes plantar e antes colher, maior é a chance de alta produtividade", disse o agricultor.

"Historicamente a soja precoce colhe menos. E se a precoce começou deste jeito, a tendência é melhorar ainda mais daqui para frente", disse Malinski, lembrando que os resultados ainda dependem das chuvas no restante da temporada, já que um terço da soja ainda está em fases de desenvolvimento vulneráveis a clima adverso.

A Agroconsult estimou a colheita brasileira em 91,6 milhões de toneladas, antes do Rally. O número deverá ser revisado ao final da expedição, mas os bons resultados de Mato Grosso deverão garantir pelo menos 90 milhões de toneladas colhidas.

Também colabora para o ganho de produtividade o investimento em inovação, segundo os especialistas.

Os produtores de Mato Grosso têm o hábito de testar novas variedades de soja, lembrou o engenheiro agrônomo Eliandro Zaffari, da Aprosoja, que presta consultoria a agricultores da região norte de Mato Grosso.

"O produtor aqui faz mais experimentos. Todo ano ele planta uma parcela pequena com uma nova variedade de soja, para testar, de olho na produtividade da safra seguinte", disse.

Fonte Original: Reuters

Agrolink, 3/2/14

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