... produtividades históricas com clima ideal
Gustavo Bonato
Satisfeito com os
resultados até o momento, André Seibeneichler comemora: "Vai ser a melhor
média já colhida aqui!"
Assim como nos 3.600
hectares administrados por Seibeneichler em Campos de Júlio, noroeste do
Estado, são muitas as áreas de Mato Grosso que estão obtendo produtividades
elevadas, acima da média nacional, e em alguns casos com impressionantes 70
sacas colhidas por hectare, devido a um clima ideal para as plantas e
investimentos em tecnologia.
A média nacional de
produtividade gira em torno de 50 sacas por hectare, segundo a Conab e
consultorias.
Não muito longe dali,
em Sapezal, a fazenda Tucunaré – com 38 mil hectares cultivados, do empresário
e senador Blairo Maggi – deve colher média de até 66 sacas por hectare, 10
sacas acima do esperado inicialmente, revelou um funcionário à Reuters.
"Houve áreas com
boas chuvas. E a escolha de variedades tradicionais (não transgênicas) ajuda
muito", disse ele.
Para se ter um exemplo,
em amostras coletadas em oito fazendas visitadas por uma equipe da expedição
técnica Rally da Safra na região de Sapezal, duas tiveram produtividade
estimada em 70 sacas por hectare e outras três entre 60 e 62 hectares.
"Foi uma
combinação de coisas. As medidas preventivas foram bem feitas, com aplicações
de inseticidas e fungicidas. A combinação de clima foi bem distribuída, bem
dentro do que a planta necessita. Bastante sol, calor e chuvas na medida",
disse o analista Alan Malinski, que coordena uma das equipes do Rally.
A consultoria
Agroconsult, que organiza o Rally da Safra, estimou em meados de janeiro a
produtividade média de Mato Grosso em 52 sacas por hectare, mas os dados
obtidos até agora indicam que este valor deve ser revisado para cima.
PRIMEIRAS COLHEITAS
Seibeneichler conta que
apostou em variedades precoces de soja, de ciclo curto, para reduzir os riscos
de incidência da doença fúngica conhecida como ferrugem asiática.
Com a soja menos tempo
no campo, as plantas ficam menos expostas ao fungo, que se prolifera em clima
úmido. "Quanto antes plantar e antes colher, maior é a chance de alta
produtividade", disse o agricultor.
"Historicamente a
soja precoce colhe menos. E se a precoce começou deste jeito, a tendência é
melhorar ainda mais daqui para frente", disse Malinski, lembrando que os
resultados ainda dependem das chuvas no restante da temporada, já que um terço
da soja ainda está em fases de desenvolvimento vulneráveis a clima adverso.
A Agroconsult estimou a
colheita brasileira em 91,6 milhões de toneladas, antes do Rally. O número
deverá ser revisado ao final da expedição, mas os bons resultados de Mato
Grosso deverão garantir pelo menos 90 milhões de toneladas colhidas.
Também colabora para o
ganho de produtividade o investimento em inovação, segundo os especialistas.
Os produtores de Mato
Grosso têm o hábito de testar novas variedades de soja, lembrou o engenheiro
agrônomo Eliandro Zaffari, da Aprosoja, que presta consultoria a agricultores
da região norte de Mato Grosso.
"O produtor aqui
faz mais experimentos. Todo ano ele planta uma parcela pequena com uma nova
variedade de soja, para testar, de olho na produtividade da safra
seguinte", disse.
Fonte Original: Reuters
Agrolink, 3/2/14
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